terça-feira, janeiro 25, 2005

POP - Cybercafé com um toque de House

A paisagem desfilou rápido demais no escuro da janela... uma paisagem que não é minha, que não sinto. Insistentemente passa-me pela cabeça a fixação em pessoas com quem me cruzo e que nunca mais vou voltar a ver. É certamente um sentimento derivado de tantas pessoas (tantas) com quem me cruzei na vida, no meu percurso, pessoas que interferiram comigo e que me fizeram falta a um ou outro momento dado.

Fiz uma nota mental de voltar a Gibraltar de mota, talvez lá para Abril, talvez por altura da concentração de Jerez de la Frontera (sim, agora sou motoqueiro, tenho que fazer estas coisas, ou no minimo planear faze-las...). De qualquer forma o trabalho obrigar-me-á a lá voltar.

Não parei, nem em Jerez nem em Sevilha, nem vou pensar mais nisso... Eu já devia saber que mais tarde ou mais cedo me sentiria arrependido, sem saber mesmo porquê (por acaso sei, mas não me apetece falar sobre isso agora, afinal de contas, basta ler os meus posts dos últimos dias para me caricaturar suficientemente de louco varrido.)

Não parei porque ela não atendeu o telefone, possivelmente não deixei tocar vezes suficientes, não deixei, deliberadamente, talvez...

Não parei porque mesmo que todos os meus instintos animais me empurrassem para a saida da autoestrada, havia algo que me puxava com mais força de volta para Portugal, sem nacionalismo ou patriotismo, mas sim por bairrismo, porque aqui conheço as regras do jogo, desenrasco-me bem, dropino o que for preciso para me desenrascar, sobrevivo melhor... Aqui não me sinto sozinho, pelo menos não tanto...

Não parei porque não quiz.

O InvisibleMobil portou-se bem, alguns excessos de velocidade mas nada de grave, tinha urgência em chegar aqui. Ainda há 3 dias aqui estive e embriaguei-me com a ideia de que assim que aqui chegasse poderia viver a ilusão que não cheguei a sair daqui.

Quem me dera não estar tão cansado para poder continuar viagem para lisboa, está tão perto mas ainda tão longe.

Vou dormir por aqui e continuo de manhã, um hotel, de preferência com um canal de noticias para me fazer adormecer...

Õ ideal seria poder levar comigo a música fantástica deste cybercafé, algo que contribuiu bastante para eu querer voltar aqui, apesar de não gostar da cidade (Monte Gordo é cidade?)



More later...

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3 passageiros clandestinos:

Anonymous Anónimo chamou a hospedeira e disse:

Monte Gordo NÃO é cidade. :)

Esse querer agarrar o momento e pensar "quero voltar aqui um dia", mesmo que com a consciência de que nunca será bem o mesmo.. como te compreendo. :)

talvez deixasses tocar mais vezes. opinião pessoal: mais vale aprender a errar que aprender com o arrependimento de nunca ter feito. :)

10:37 da tarde  
Anonymous Anónimo chamou a hospedeira e disse:

O InvisibleMobil fez-me lembrar o Batman da Marvel!
Nada como associar-te ao justiceiro da noite.
Aposto que nunca te tinham feito um elogio tão disparatado :P
Por hoje não faço muito mais, descansa e pensa que amanhã já estás de volta à cidade branca, e que vais querer fazer mais uma viagem e viver mais uma aventura longe daqui.

12:14 da manhã  
Anonymous Anónimo chamou a hospedeira e disse:

Aprender... Ouvi uma vez um daqueles ditados pseudo filosoficos que não se sabe muito bem qual a proveniencia, mas que adoptei imediatamente:

Aprende como se vivesses para sempre, mas vive como se morresses amanhã.

Junto a isto procuro tambem aprender com os erros dos outros, um especie de Benchmarking invertido (ler pervertido).

Fizeram-me uma vez um elogio estranho, compararam o meu corpo nu com uma daquelas estatuas gregas classicas... Sei que foi um elogio sentido mas não pude deixar de fazer um sorriso amarelo... É que essas estátuas têm sempre um dito muito piriri...

12:51 da tarde  

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