segunda-feira, janeiro 10, 2005

Como te vejo

Olho-te nos olhos, no olhar enublado, azul... Falo contigo a pensar, pergunto-te coisas, conto-te histórias e sorris para mim... Assim, com um sorriso desfocado também, vindo de além, sorris para sempre... Escrevo para ti, palavras e mais palavras, sem me lembrar e sem pensar, sem me lembrar no azul, porque lembrar dói mais do que esquecer... Mas se pensar consigo-me lembrar, para não esquecer e para escrever, escrever mais, escrever muito, para te tocar, assim, azul, no teu olhar...



Sinto o teu toque só de me lembrar, mas sem pensar... e lembro o teu olhar... Olho para ti mas nunca mais te vi, nem ao teu olhar, azul... e é assim que te vejo, todos os dias, azul, memória enublada, afastada, guardada, um tesouro... Olho para ti porque me fazes sentir normal, sentir-me bem quando estou mal... e escrevo e não respondes e continuo a escrever, para nunca me esquecer, para te ver...

2 passageiros clandestinos:

Anonymous Anónimo chamou a hospedeira e disse:

Um dia fiz isso.
Eternizei-o na noite escura para não o esquecer e lembrar significa chorar.
Chorar porque agora nem lhe posso falar, não o posso ver porque a vida dele já não tem lugar para mim e eu não vou invadir a nova vida dele.

Não me esqueço nunca dos dias felizes, das noites de gritos, das tardes a ver o vento sobre o rio no Oriente.

Mas isso tudo pertence a outra vida.
Uma vida distante que eu quero enterrar porque custa muito acordar e saber que jamais poderei ver aquele sorriso envergonhado, aquela gargalhada verdadeira da minha palhacisse apaixonada...

11:59 da tarde  
Anonymous Anónimo chamou a hospedeira e disse:

a propósito desta foto... tens razão, é arrepiante. beijos e obrigada por me visitares. voltarei mais vezes.

10:05 da tarde  

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