terça-feira, setembro 30, 2008
segunda-feira, setembro 29, 2008
domingo, setembro 28, 2008
sexta-feira, setembro 26, 2008
Mission Statement
Hei-de encontrar
aquilo que procuras
para te dar
e receber ternuras
Doçura...
Se eu não achar
aquilo que procuras
vou aguentar
as tuas amarguras
Doçura...
Xutos & Pontapés
aquilo que procuras
para te dar
e receber ternuras
Doçura...
Se eu não achar
aquilo que procuras
vou aguentar
as tuas amarguras
Doçura...
Xutos & Pontapés
quinta-feira, setembro 25, 2008
"One in a Million" - Capítulo XX
(Outubro, 1995)
Mal passei pela arcada da porta principal constatei que o local estava minado de gajas boas e copiosamente bem vestidas, umas com vestidos de gala, outras mais elaboradas, de vestido clássico de veludo preto e outras ainda de vestido comprido enfeitado de lantejoulas. A maioria dos rapazes estavam vestidos como eu, de smoking preto onde só as cores dos laços, dos lenços de lapela e das faixas eram diferentes.
Entrei e fui ao bengaleiro pendurar o sobretudo que tinha decidido não deixar no carro. De seguida dirigi-me ao Bar, que estava à pinha, lá consegui pedir um Jack Daniels Duplo contra 2 senhas de consumo. Peguei no copo e fui andando na direcção da sala de baile, o barulho vinha do fundo portanto a pista de dança devia estar por ali. Não haja duvida que vestir um smoking põe um gajo com uma pinta do caraças, fazia-me andar descontraidamente, como se fosse o dono daquilo, como o 007 quando entra num casino. Mas para aquela ocasião especial tinha posto wet gel para pentear o cabelo para trás como o Al Pacino e parecia mais O Padrinho do que o James Bond.
Tinha comprado no mercado de Boscombe um brinco novo: um brilhante de pedra negra lapidada que condizia a matar com os botões de punho pretos também. O laço, o lenço de lapela e a faixa eram verde Rolland Garros, tinha sido a Mãe da Carla que os tinha costurado para mim quando comprei o Smoking. Uma indumentaria que se enquadrava muito bem naquele ambiente.
A música vinha de uma orquestra atirada ordenadamente para um canto da sala, tocavam melodias de salão, valsas e coisas assim, o que fazia com que os casais de estudantes, normalmente desvairados e modernos, tentassem dançar aos pares como antigamente, mas sem grande sucesso.
Continuei a andar e encontrei a Kay perto de um bar, a disfarçar o ar de quem estava à minha espera, tinha um longo vestido preto decotado, saltos altos e o cabelo arranjado à anos 40.
“You look stunning Kay” disse-lhe sem pedir desculpa pelo atraso, porque não estava atrasado, não tínhamos combinado uma hora certa, ela é que tinha chegado primeiro que eu. Fui com ela até onde estava o resto do grupo do Hotel que saía todo junto numa noitada pela primeira vez, afinal de contas aquela era a noite mais importante do trimestre, o tão falado Baile dos Caloiros da Universidade de Bournemouth, era natural que quase toda a gente tivesse comprado bilhete.
A maioria dos caloiros apresentava-se dignamente sóbria, mas ainda era cedo, adivinhava-se que pouco tardaria para que o estado decente e asseado degenerasse para um estado de ebriedade eufórica e promíscua. Já me começava a habituar. Além disso aquele não era o primeiro baile duma Universidade a que eu ia em Inglaterra. No ano anterior tinha guardado uma memória bastante especial do Summer Ball (Baile de Verão) da Universidade de Kent em Canterbury, uma experiência excepcional que a Hilary me tinha proporcionado e que eu procurava de certa forma agora ali reviver. Fazia uma pequena ideia do que me esperava, mas estava contente na mesma porque aquele era o Meu baile, não era nem convidado de outras pessoas nem eram os Bailes com que a Carla me tinha feito inveja.
Já há alguns dias que pensava ”-Este é para mim, há que faze-lo render.”
A Universidade tinha alugado o BIC (Bournemouth International Centre), que fica numa colina à beira mar a 100 metros do Pier de Bournemouth.
É um edifício de tijolo vermelho mas com uma arquitectura relativamente moderna, mais ou menos do tamanho do Hotel Baia, em Cascais. Geralmente serve de palácio de congressos, de sala de concertos e exposições e… sala de Bailes da Universidade!
A noite começava com a actuação de um grupo de Drum & Base. O quanto eu não gostaria de estar ali no meio do mulherêdo com os meus amigos da praceta, a curtir aquele som e provavelmente a fumar umas berláitas atrevidas.
Depois do concerto pensei em ir à pista de dança ter com o pessoal da pastilha, mas aquilo estava acelerado demais para o meu gosto, fui ao bar buscar um copo e voltei para a nossa mesa onde me envolvi numa conversa com uma miúda Galesa chamada Nicola, que eu julgava ser uma galdéria do caraças mas que até era bastante simpática, e como ela estava meio bezana resolveu dar uma de se confiar a mim. Falava depressa demais, com um sotaque que dava vontade de rir, falava pelos cotovelos e saltava de assunto em assunto mais rápido do que era possível acompanhar. Mas era boa nas horas. Aparentemente via-me com bons olhos, o que me surpreendeu porque não costumávamos falar mais do que dizer Olá e Adeus quando nos cruzávamos. Ela dizia que eu tinha uma maneira diferente de estar na vida e de respeitar a vida dos outros… Concordei mas fiz um ar de quem é falsamente modesto. Ela continuou. Disse que as raparigas do hotel às vezes falavam de mim e do Pete, e que numa noite em que eu não tinha jantado no Hotel tinha sido motivo de conversa depois do jantar. Aparentemente havia um grupo que se sentiam atraídas por mim e que achavam que eu era muito simpático e charmoso, e um grupo que não me curtia nada e que achava que eu era o que as miúdas em Portugal chamariam de convencido. Mas unanimemente achavam-me um dos mais sexy do Hotel.
Eu ouvi-a com a atenção dividida, filtrando o que me interessou e abanando a cabeça que sim ou que não em relação ao resto enquanto alternava entre olhar para pista de dança e olhar para o decote profundamente sexual do vestido dela. Perguntei-lhe em que grupo é que ela estava e ela riu-se, talvez alto de mais, depois disse quase instantaneamente:
“-Me? I’ll shag you anytime you want!”
Inclinou-se na minha direcção, agarrou-me pela nuca e deu-me um beijo na boca.
O Pete que estava ali ao lado fez umas caretas de palhaço ao que eu respondi com um encolher de ombros, mas pessoalmente apeteceu-me estendê-la na mesa e saltar para cima dela!
Ao lado do Pete estava uma tal de Lucy das West Midlands, e que era a companheira de quarto da Nicola, levantou-se num salto, limpou-me o baton da Nicola dos lábios e disse que se a Nicola me beijou ela também queria, e beijou-me também!
Senti-me a corar de vergonha porque as atenções em volta da mesa se tinham virado para mim e toda a gente aclamou pela seguinte, olhando para a Kay. Mas ela riu-se e estendeu-me um Guardanapo de papel para limpar o baton da Lucy enquanto dizia para todos que não era ela a seguinte, mas aproveitou para me morder o lóbulo da orelha quando me disse ao ouvido que pelo menos não ali e não naquele momento.
Mais risos e alguém perguntou à Nicola se ela e a Lucy partilhavam tudo entre elas ou se era só os homens. Respondeu a Lucy dizendo que partilhavam tudo e depois beijou a Nicola na boca o que provocou uma ovação enorme na mesa.
…e a noite lá continuou, os Jack Daniels sucederam-se uns aos outros e já estava com a minha conta. Depois de idas e voltas ao bar, pista de dança, casa de banho e varanda sentei-me outra vez à nossa mesa. Ao meu lado estava uma tal de Andrea, não a conhecia bem mas meti conversa, ela contou que era estudante de enfermagem e eu fiz uma alusão na brincadeira a respeito do mito das enfermeiras, mas ela não sabia o que isso era e eu não lhe podia explicar sem me tornar vulgar.
A Nicola e a Lucy apareceram e a Lucy pediu-nos para tomar conta da Nicola enquanto ela ia ao Bar. A Nicola sentou-se entre mim e a Andrea enquanto a Lucy se afastava...
Passados 10 segundos já estava nos melos com a Nicola outra vez, desta vez demos mãos à liberdade e eu dei asas à imaginação. A ideia de passar a noite no quarto daquelas duas malucas passou-me intensamente pela cabeça.
A Suzy apareceu vinda da pista, aproximou-se do lugar da Andrea, que entretanto se tinha levantado, e suspirando de exaustão deixou-se cair ao nosso lado. Tinha uma garrafa de agua na mão e estava tão transpirada que parecia que tinha acabado de correr a maratona. Bebeu um gole de agua e pelo meio de não sei o quê vinha a dizer perguntou-me pela Kay. Respondi-lhe que a última vez que a tinha visto tinha sido há 10 minutos na pista de dança. Entretanto a Nicola levantou-se para ir procurar a Lucy. A Suzy aproveitou a deixa para me falar da história dos beijos com a Nicola, e entrou a matar perguntando se nós, eu e a Kay, já não estávamos juntos.
Aquilo surpreendeu-me mas simplesmente lhe disse que estava enganada, que eu e a Kay éramos só bons amigos. Entretanto a Andrea aproximou-se na nossa direcção, fez um olhar e afastou-se outra vez. Fiquei com a sensação que ela estava a espera da vez dela ou algo assim.
Nesse instante o Pete acordou da cadeira onde conseguia estar deitado, levantou-se e cambaleou com a Andrea para um canto, e eu insisti com a Suzy para que organizasse lá as ideias dela sem me começar já a casar com a Kay, enfim, levei o engano dela p’ra brincadeira.
Entretanto as massas voltaram a juntar-se em redor da mesa e acho que o ponto mais alto da noite veio a ser quando evitei de justeza que a Lucy me vomitasse no colo, estava sentado ao lado dela e ao vê-la a ficar verde e com uns soluços suspeitos levantei-me no momento certo porque segundos depois tivemos que mudar de mesa.
O Baile chegava assim ao fim e já se começava bastante gente a ir embora. Nós fizemos o mesmo. Tinha-me esquecido do relógio e não fazia ideia que horas poderiam ser.
No exterior uma fila de táxis esperava por clientes, desmarquei-me do pessoal do meu hotel e meti-me num táxi para 4 passageiros com mais 3 gajos do hotel ao lado do meu e conseguimos que um tal de Timmy entrasse para o táxi também e se deitasse escondido aos pés dos que iam no banco de trás… Correu tudo bem até ele começar a vomitar, o que provocou a cólera do taxista e uma bela corrida a atalhar escondidos nos Boscombe Gardens até ao Douglas Towers Hotel.
Quando entrei, ainda a olhar por cima do ombro, encontrei alguns sobreviventes que estavam à conversa no Hall. Os momentos altos do Baile eram passados em revista cada vez que mais alguém entrava. Os que já estavam a dormir devem ter acordado com os risos histéricos da Suzy. Parecia o barulho do recreio de uma escola. Alguém perguntou pela Kay e alguém respondeu que ela se tinha ido deitar. Eu encostei-me a uma parede e acendi um cigarro. A algazarra tomava proporções de directa sem dormir, alias foi mais ou menos nesse momento que o Cozinheiro passou por nós em direcção da cozinha. Isso queria dizer que já eram 6 da manhã.
Gradualmente começou-se a dispersar, eu fui um dos primeiros, não estava particularmente cansado mas estava com vontade de me recolher, talvez ouvir um bocadinhode musica, fumar um cigarro à janela... Passou-me pelo espírito uma vontade enorme de ir ao quarto da Kay ter com ela, mas acabei por me dirigir ao meu quarto. Entrei para o escuro e acendi a luz no modo fraco, o suficiente para ver o vestido preto da Kay atirado para a cima da minha cadeira e os sapatos dela espalhados no chão.
Descalcei-me, desfiz o nó do laço, tirei o casaco e apaguei a luz.
Afinal este é que seria o ponto alto da noite
Mal passei pela arcada da porta principal constatei que o local estava minado de gajas boas e copiosamente bem vestidas, umas com vestidos de gala, outras mais elaboradas, de vestido clássico de veludo preto e outras ainda de vestido comprido enfeitado de lantejoulas. A maioria dos rapazes estavam vestidos como eu, de smoking preto onde só as cores dos laços, dos lenços de lapela e das faixas eram diferentes.
Entrei e fui ao bengaleiro pendurar o sobretudo que tinha decidido não deixar no carro. De seguida dirigi-me ao Bar, que estava à pinha, lá consegui pedir um Jack Daniels Duplo contra 2 senhas de consumo. Peguei no copo e fui andando na direcção da sala de baile, o barulho vinha do fundo portanto a pista de dança devia estar por ali. Não haja duvida que vestir um smoking põe um gajo com uma pinta do caraças, fazia-me andar descontraidamente, como se fosse o dono daquilo, como o 007 quando entra num casino. Mas para aquela ocasião especial tinha posto wet gel para pentear o cabelo para trás como o Al Pacino e parecia mais O Padrinho do que o James Bond.
Tinha comprado no mercado de Boscombe um brinco novo: um brilhante de pedra negra lapidada que condizia a matar com os botões de punho pretos também. O laço, o lenço de lapela e a faixa eram verde Rolland Garros, tinha sido a Mãe da Carla que os tinha costurado para mim quando comprei o Smoking. Uma indumentaria que se enquadrava muito bem naquele ambiente.
A música vinha de uma orquestra atirada ordenadamente para um canto da sala, tocavam melodias de salão, valsas e coisas assim, o que fazia com que os casais de estudantes, normalmente desvairados e modernos, tentassem dançar aos pares como antigamente, mas sem grande sucesso.
Continuei a andar e encontrei a Kay perto de um bar, a disfarçar o ar de quem estava à minha espera, tinha um longo vestido preto decotado, saltos altos e o cabelo arranjado à anos 40.
“You look stunning Kay” disse-lhe sem pedir desculpa pelo atraso, porque não estava atrasado, não tínhamos combinado uma hora certa, ela é que tinha chegado primeiro que eu. Fui com ela até onde estava o resto do grupo do Hotel que saía todo junto numa noitada pela primeira vez, afinal de contas aquela era a noite mais importante do trimestre, o tão falado Baile dos Caloiros da Universidade de Bournemouth, era natural que quase toda a gente tivesse comprado bilhete.
A maioria dos caloiros apresentava-se dignamente sóbria, mas ainda era cedo, adivinhava-se que pouco tardaria para que o estado decente e asseado degenerasse para um estado de ebriedade eufórica e promíscua. Já me começava a habituar. Além disso aquele não era o primeiro baile duma Universidade a que eu ia em Inglaterra. No ano anterior tinha guardado uma memória bastante especial do Summer Ball (Baile de Verão) da Universidade de Kent em Canterbury, uma experiência excepcional que a Hilary me tinha proporcionado e que eu procurava de certa forma agora ali reviver. Fazia uma pequena ideia do que me esperava, mas estava contente na mesma porque aquele era o Meu baile, não era nem convidado de outras pessoas nem eram os Bailes com que a Carla me tinha feito inveja.
Já há alguns dias que pensava ”-Este é para mim, há que faze-lo render.”
A Universidade tinha alugado o BIC (Bournemouth International Centre), que fica numa colina à beira mar a 100 metros do Pier de Bournemouth.
É um edifício de tijolo vermelho mas com uma arquitectura relativamente moderna, mais ou menos do tamanho do Hotel Baia, em Cascais. Geralmente serve de palácio de congressos, de sala de concertos e exposições e… sala de Bailes da Universidade!
A noite começava com a actuação de um grupo de Drum & Base. O quanto eu não gostaria de estar ali no meio do mulherêdo com os meus amigos da praceta, a curtir aquele som e provavelmente a fumar umas berláitas atrevidas.
Depois do concerto pensei em ir à pista de dança ter com o pessoal da pastilha, mas aquilo estava acelerado demais para o meu gosto, fui ao bar buscar um copo e voltei para a nossa mesa onde me envolvi numa conversa com uma miúda Galesa chamada Nicola, que eu julgava ser uma galdéria do caraças mas que até era bastante simpática, e como ela estava meio bezana resolveu dar uma de se confiar a mim. Falava depressa demais, com um sotaque que dava vontade de rir, falava pelos cotovelos e saltava de assunto em assunto mais rápido do que era possível acompanhar. Mas era boa nas horas. Aparentemente via-me com bons olhos, o que me surpreendeu porque não costumávamos falar mais do que dizer Olá e Adeus quando nos cruzávamos. Ela dizia que eu tinha uma maneira diferente de estar na vida e de respeitar a vida dos outros… Concordei mas fiz um ar de quem é falsamente modesto. Ela continuou. Disse que as raparigas do hotel às vezes falavam de mim e do Pete, e que numa noite em que eu não tinha jantado no Hotel tinha sido motivo de conversa depois do jantar. Aparentemente havia um grupo que se sentiam atraídas por mim e que achavam que eu era muito simpático e charmoso, e um grupo que não me curtia nada e que achava que eu era o que as miúdas em Portugal chamariam de convencido. Mas unanimemente achavam-me um dos mais sexy do Hotel.
Eu ouvi-a com a atenção dividida, filtrando o que me interessou e abanando a cabeça que sim ou que não em relação ao resto enquanto alternava entre olhar para pista de dança e olhar para o decote profundamente sexual do vestido dela. Perguntei-lhe em que grupo é que ela estava e ela riu-se, talvez alto de mais, depois disse quase instantaneamente:
“-Me? I’ll shag you anytime you want!”
Inclinou-se na minha direcção, agarrou-me pela nuca e deu-me um beijo na boca.
O Pete que estava ali ao lado fez umas caretas de palhaço ao que eu respondi com um encolher de ombros, mas pessoalmente apeteceu-me estendê-la na mesa e saltar para cima dela!
Ao lado do Pete estava uma tal de Lucy das West Midlands, e que era a companheira de quarto da Nicola, levantou-se num salto, limpou-me o baton da Nicola dos lábios e disse que se a Nicola me beijou ela também queria, e beijou-me também!
Senti-me a corar de vergonha porque as atenções em volta da mesa se tinham virado para mim e toda a gente aclamou pela seguinte, olhando para a Kay. Mas ela riu-se e estendeu-me um Guardanapo de papel para limpar o baton da Lucy enquanto dizia para todos que não era ela a seguinte, mas aproveitou para me morder o lóbulo da orelha quando me disse ao ouvido que pelo menos não ali e não naquele momento.
Mais risos e alguém perguntou à Nicola se ela e a Lucy partilhavam tudo entre elas ou se era só os homens. Respondeu a Lucy dizendo que partilhavam tudo e depois beijou a Nicola na boca o que provocou uma ovação enorme na mesa.
…e a noite lá continuou, os Jack Daniels sucederam-se uns aos outros e já estava com a minha conta. Depois de idas e voltas ao bar, pista de dança, casa de banho e varanda sentei-me outra vez à nossa mesa. Ao meu lado estava uma tal de Andrea, não a conhecia bem mas meti conversa, ela contou que era estudante de enfermagem e eu fiz uma alusão na brincadeira a respeito do mito das enfermeiras, mas ela não sabia o que isso era e eu não lhe podia explicar sem me tornar vulgar.
A Nicola e a Lucy apareceram e a Lucy pediu-nos para tomar conta da Nicola enquanto ela ia ao Bar. A Nicola sentou-se entre mim e a Andrea enquanto a Lucy se afastava...
Passados 10 segundos já estava nos melos com a Nicola outra vez, desta vez demos mãos à liberdade e eu dei asas à imaginação. A ideia de passar a noite no quarto daquelas duas malucas passou-me intensamente pela cabeça.
A Suzy apareceu vinda da pista, aproximou-se do lugar da Andrea, que entretanto se tinha levantado, e suspirando de exaustão deixou-se cair ao nosso lado. Tinha uma garrafa de agua na mão e estava tão transpirada que parecia que tinha acabado de correr a maratona. Bebeu um gole de agua e pelo meio de não sei o quê vinha a dizer perguntou-me pela Kay. Respondi-lhe que a última vez que a tinha visto tinha sido há 10 minutos na pista de dança. Entretanto a Nicola levantou-se para ir procurar a Lucy. A Suzy aproveitou a deixa para me falar da história dos beijos com a Nicola, e entrou a matar perguntando se nós, eu e a Kay, já não estávamos juntos.
Aquilo surpreendeu-me mas simplesmente lhe disse que estava enganada, que eu e a Kay éramos só bons amigos. Entretanto a Andrea aproximou-se na nossa direcção, fez um olhar e afastou-se outra vez. Fiquei com a sensação que ela estava a espera da vez dela ou algo assim.
Nesse instante o Pete acordou da cadeira onde conseguia estar deitado, levantou-se e cambaleou com a Andrea para um canto, e eu insisti com a Suzy para que organizasse lá as ideias dela sem me começar já a casar com a Kay, enfim, levei o engano dela p’ra brincadeira.
Entretanto as massas voltaram a juntar-se em redor da mesa e acho que o ponto mais alto da noite veio a ser quando evitei de justeza que a Lucy me vomitasse no colo, estava sentado ao lado dela e ao vê-la a ficar verde e com uns soluços suspeitos levantei-me no momento certo porque segundos depois tivemos que mudar de mesa.
O Baile chegava assim ao fim e já se começava bastante gente a ir embora. Nós fizemos o mesmo. Tinha-me esquecido do relógio e não fazia ideia que horas poderiam ser.
No exterior uma fila de táxis esperava por clientes, desmarquei-me do pessoal do meu hotel e meti-me num táxi para 4 passageiros com mais 3 gajos do hotel ao lado do meu e conseguimos que um tal de Timmy entrasse para o táxi também e se deitasse escondido aos pés dos que iam no banco de trás… Correu tudo bem até ele começar a vomitar, o que provocou a cólera do taxista e uma bela corrida a atalhar escondidos nos Boscombe Gardens até ao Douglas Towers Hotel.
Quando entrei, ainda a olhar por cima do ombro, encontrei alguns sobreviventes que estavam à conversa no Hall. Os momentos altos do Baile eram passados em revista cada vez que mais alguém entrava. Os que já estavam a dormir devem ter acordado com os risos histéricos da Suzy. Parecia o barulho do recreio de uma escola. Alguém perguntou pela Kay e alguém respondeu que ela se tinha ido deitar. Eu encostei-me a uma parede e acendi um cigarro. A algazarra tomava proporções de directa sem dormir, alias foi mais ou menos nesse momento que o Cozinheiro passou por nós em direcção da cozinha. Isso queria dizer que já eram 6 da manhã.
Gradualmente começou-se a dispersar, eu fui um dos primeiros, não estava particularmente cansado mas estava com vontade de me recolher, talvez ouvir um bocadinhode musica, fumar um cigarro à janela... Passou-me pelo espírito uma vontade enorme de ir ao quarto da Kay ter com ela, mas acabei por me dirigir ao meu quarto. Entrei para o escuro e acendi a luz no modo fraco, o suficiente para ver o vestido preto da Kay atirado para a cima da minha cadeira e os sapatos dela espalhados no chão.
Descalcei-me, desfiz o nó do laço, tirei o casaco e apaguei a luz.
Afinal este é que seria o ponto alto da noite
quarta-feira, setembro 24, 2008
terça-feira, setembro 23, 2008
domingo, setembro 21, 2008
I can see you from here
É o fim de outra estação.
Despeço-me do Verão num dia de nevoeiro.
...e enquanto o Outono se desenha nos mêses que se avizinham, o meu percurso avança, em velocidade de cruzeiro, como se quer, como tem que ser.
Adivinho no ar sereno que me tráz a maresia que a nova estação vai ser fantástica, só pode ser melhor. Hoje sinto-me agradecido pela vida que tenho, pela pessoa que sou, e por todas as razões que tenho para sorrir. Não me quebraram, nem de longe!
...e quem ri por último, hmmm... Já o disse antes: "O verão pode ser quente, mas o Inverno é longo" - Bring it on!
Despeço-me do Verão num dia de nevoeiro.
...e enquanto o Outono se desenha nos mêses que se avizinham, o meu percurso avança, em velocidade de cruzeiro, como se quer, como tem que ser.
Adivinho no ar sereno que me tráz a maresia que a nova estação vai ser fantástica, só pode ser melhor. Hoje sinto-me agradecido pela vida que tenho, pela pessoa que sou, e por todas as razões que tenho para sorrir. Não me quebraram, nem de longe!
...e quem ri por último, hmmm... Já o disse antes: "O verão pode ser quente, mas o Inverno é longo" - Bring it on!
sábado, setembro 20, 2008
sexta-feira, setembro 19, 2008
Happy Grill v/s Pizza Hut
Da escolha entre um grelhado ou uma pizza na margem sul resultou que ao ler o jornal no dia seguinte constatei que escolhi o restaurante que não foi assaltado durante o jantar.
terça-feira, setembro 16, 2008
segunda-feira, setembro 15, 2008
Pedido de desculpas... Quase!
Ao pessoal que me comprou bilhetes para a Madonna a preço inflacionado, desculpem lá qualquer coisinha sobre a muito má qualidade do som, se eu soubesse que o concerto ia ser assim tinha feito desconto para artigo com defeito.
domingo, setembro 14, 2008
sexta-feira, setembro 12, 2008
Fevereiro de 2007 (!) foi assim
O Sol esconde-se, lento, num lento esconder, envergonhado do orgulho despropositado que sente por brilhar em Fevereiro. Um penétra num Inverno que já não quer ser frio.
Sento-me ritualmente na mesma esplanada de sempre, cadeiras brancas espalhadas na calçada, um café e um copo d’água numa mesa vazia de gente.
Trago no bolso canetas a mais para a pouca vontade de escrever, que é tanta. Ólho em redor em busca de inspiração mas só vejo o Sol que começa a esmorecer.
O meu reflexo num carro que passa mostra-me que comprei um boné (outro) para a minha colecção, um boné novo de mais para homem velho, mas velho demais para homem novo. Um boné à “Zé do boné”, castanho, de bombazine, quentinho para esconder o arrepio do cabelo acabado de cortar... Pequenos orgulhos que tenho, inspirados pelo Sol, o Sol que agora se está a esconder, como o meu boné me esconde do Sol.
Escrevo sem saber o que escrever e enquanto o combóio que espéro se aproxima escrevo à pressa sem ter nada para dizer:
O dia foi longo... Vou para casa.
Sento-me ritualmente na mesma esplanada de sempre, cadeiras brancas espalhadas na calçada, um café e um copo d’água numa mesa vazia de gente.
Trago no bolso canetas a mais para a pouca vontade de escrever, que é tanta. Ólho em redor em busca de inspiração mas só vejo o Sol que começa a esmorecer.
O meu reflexo num carro que passa mostra-me que comprei um boné (outro) para a minha colecção, um boné novo de mais para homem velho, mas velho demais para homem novo. Um boné à “Zé do boné”, castanho, de bombazine, quentinho para esconder o arrepio do cabelo acabado de cortar... Pequenos orgulhos que tenho, inspirados pelo Sol, o Sol que agora se está a esconder, como o meu boné me esconde do Sol.
Escrevo sem saber o que escrever e enquanto o combóio que espéro se aproxima escrevo à pressa sem ter nada para dizer:
O dia foi longo... Vou para casa.
quinta-feira, setembro 11, 2008
quarta-feira, setembro 10, 2008
terça-feira, setembro 09, 2008
segunda-feira, setembro 08, 2008
domingo, setembro 07, 2008
Beijin 2008
Para mim começa hoje!
...e orgulho que sinto não é exclusivo para os nossos atletas.
Link para o site oficial dos jogos paralímpicos 2008.
...e orgulho que sinto não é exclusivo para os nossos atletas.
Link para o site oficial dos jogos paralímpicos 2008.
zero zero sete
Correcção: No seguimento do post "Vesper" (5 ou 6 posts abaixo), a data de estreia nos cinemas do próximo filme do James Bond, "Quantum of Solace" é já no próximo dia 14 de Novembro e não no início de 2009 conforme anunciei. Sorry...
sábado, setembro 06, 2008
Novos hábitos
Já por diversas vezes escrevi neste blog textos, poemas e desabafos diversos, que foram baseados num dos pólos de uma certa dicotomia, algo irónica, que uma vez ilustrei, de modo simplificado, neste post.
Hoje vivi um episódio surpreendentemente agradavel (e inesperado), que me poderia inspirar para escrever baseado no pólo oposto, para variar, como forma de equilibrar uma balança que anda desiquilibrada há tempo demais. Poderia escrever, mas vou guardar para mim...
...já começa a ser um hábito.
Hoje vivi um episódio surpreendentemente agradavel (e inesperado), que me poderia inspirar para escrever baseado no pólo oposto, para variar, como forma de equilibrar uma balança que anda desiquilibrada há tempo demais. Poderia escrever, mas vou guardar para mim...
...já começa a ser um hábito.
sexta-feira, setembro 05, 2008
Ainda arrumações...
Aproveitei a hora do almoço para (finalmente) tentar organizar os links... Não sei para que é que tenho aqui tantos links! Uns são de blogs que visitei uma vez e nunca mais lá voltei, outros são de blogs que já nem existem e a maioria são de blogs que não me interessam absolutamente nada.
Acabei por me concentrar nas listas de passageiros e varri com o resto para o compartimento de carga. Assunto resolvido (e é para não enfiar com eles num hangar qualquer).
Já aqui há uns tempos tinha feito isso aos contactos do messenger e fiz muito bem!
Agora é só arranjar um tempinho e fazer a mesma operação com os 400 e tal números de telefone que ocupam a memória do telemovel.
Acabei por me concentrar nas listas de passageiros e varri com o resto para o compartimento de carga. Assunto resolvido (e é para não enfiar com eles num hangar qualquer).
Já aqui há uns tempos tinha feito isso aos contactos do messenger e fiz muito bem!
Agora é só arranjar um tempinho e fazer a mesma operação com os 400 e tal números de telefone que ocupam a memória do telemovel.
quinta-feira, setembro 04, 2008
Memória do Verão
Pensei que ao voltar a morar outra vez sozinho, que pudesse voltar a poder ouvir a música que me apetece, sempre que me apetece, e a poder variar entre estilos musicais quase opostos a cada CD, ou mesmo a manter um CD em repeat horas a fio sem ninguém a protestar por causa isso. Era assim em Inglaterra e era o ideal.
Mas Inglaterra já lá vão 10 anos, e curiosamente, podendo agora ouvir música à vontade, isso não está a acontecer, e a música que ouço, quando ouço música, deixou de ser constante e intensamente amplificadora de sensações e emoções para passar a ser algo simplesmente complementar da actividade mental, quase como uma companhia, música em tom de conversa, música ambiente... Há pessoas que vêem televisão, eu ouço música. (Acho que há uma televisão na sala mas a última vez que lá entrei foi no fim de semana e foi só para regar as plantas).
Neste momento passa na aparelhagem o album que ouvi repetidamente no fim do mês de Junho, quando ainda estava a morar no Lumiar. Tinha acabado de sair aos trambolhões de um periodo algo... contorbado, e estando privado de poder aceder aos meus CDs (encaixotados na garagem), entretinha-me a ouvir CDs que não eram meus. Enquanto esse periodo não passou foi tudo complicado, estava ferido, confuso e revoltado por ter a vida em suspenso, e o melhor que consegui nessa altura foi socorrer-me de mecanismos extrinsecos que me ajudassem a ultrapassar o momento com o mínimo de dano possivel e para variar, que a idade já é um posto, sem me entregar aos excessos e às estragações do corpo do costume, ie: Copos, noitadas e gajas.
Nada disso: Leituras, passeios na praia, piscina, ginásio e a bela da Virago.
Como um bónus ainda fui presenteado com personagens novos, pessoas que conheci, que cairam do céu quando eu menos esperava e que vieram, por breve que fosse o momento, embelezar a minha vida de uma forma maravilhosa e em certa medida inédita.
Ouvir este album agora assim de repente levou-me deliciosamente de volta para esses primeiros dias do Verão. Aqui em baixo está um clip de uma das músicas do album e a respectiva letra.
Ainda não encontrei disponibilidade mental e emocional para escrever sobre esse periodo de Junho/Julho com a devida isenção, com perspectiva e distanciamento. As palavras que poderia escrever, para já, guardo-as para mim, pelo menos por enquanto... Como é que se pode escrever sobre algo que não se compreende?
Zero 7: "Destiny"
I lie awake
I’ve gone to ground
I’m watching porn
In my hotel dressing gown
Now I dream of you
But I still believe
There’s only enough for one in this
Lonely hotel suite
The journey’s long
And it feels so bad
I’m thinking back to the last day we had.
Old moon fades into the new
Soon I know I’ll be back with you
I’m nearly with you
I’m nearly with you
When I’m weak I draw strength from you
And when you’re lost I know how to change your mood
And when I’m down you breathe life over me
Even though we’re miles apart we are each other’s destiny
On a clear day
I’ll fly home to you
I’m bending time getting back to you
Old moon fades into the new
Soon I know I’ll be back with you
I’m nearly with you
I’m nearly with you
When I’m weak I draw strength from you
And when you’re lost I know how to change your mood
And when I’m down you breathe life over me
Even though we’re miles apart we are each other’s destiny
I’ll fly, I’ll fly home
I’ll fly home and I’ll fly home
Mas Inglaterra já lá vão 10 anos, e curiosamente, podendo agora ouvir música à vontade, isso não está a acontecer, e a música que ouço, quando ouço música, deixou de ser constante e intensamente amplificadora de sensações e emoções para passar a ser algo simplesmente complementar da actividade mental, quase como uma companhia, música em tom de conversa, música ambiente... Há pessoas que vêem televisão, eu ouço música. (Acho que há uma televisão na sala mas a última vez que lá entrei foi no fim de semana e foi só para regar as plantas).
Neste momento passa na aparelhagem o album que ouvi repetidamente no fim do mês de Junho, quando ainda estava a morar no Lumiar. Tinha acabado de sair aos trambolhões de um periodo algo... contorbado, e estando privado de poder aceder aos meus CDs (encaixotados na garagem), entretinha-me a ouvir CDs que não eram meus. Enquanto esse periodo não passou foi tudo complicado, estava ferido, confuso e revoltado por ter a vida em suspenso, e o melhor que consegui nessa altura foi socorrer-me de mecanismos extrinsecos que me ajudassem a ultrapassar o momento com o mínimo de dano possivel e para variar, que a idade já é um posto, sem me entregar aos excessos e às estragações do corpo do costume, ie: Copos, noitadas e gajas.
Nada disso: Leituras, passeios na praia, piscina, ginásio e a bela da Virago.
Como um bónus ainda fui presenteado com personagens novos, pessoas que conheci, que cairam do céu quando eu menos esperava e que vieram, por breve que fosse o momento, embelezar a minha vida de uma forma maravilhosa e em certa medida inédita.
Ouvir este album agora assim de repente levou-me deliciosamente de volta para esses primeiros dias do Verão. Aqui em baixo está um clip de uma das músicas do album e a respectiva letra.
Ainda não encontrei disponibilidade mental e emocional para escrever sobre esse periodo de Junho/Julho com a devida isenção, com perspectiva e distanciamento. As palavras que poderia escrever, para já, guardo-as para mim, pelo menos por enquanto... Como é que se pode escrever sobre algo que não se compreende?
Zero 7: "Destiny"
I lie awake
I’ve gone to ground
I’m watching porn
In my hotel dressing gown
Now I dream of you
But I still believe
There’s only enough for one in this
Lonely hotel suite
The journey’s long
And it feels so bad
I’m thinking back to the last day we had.
Old moon fades into the new
Soon I know I’ll be back with you
I’m nearly with you
I’m nearly with you
When I’m weak I draw strength from you
And when you’re lost I know how to change your mood
And when I’m down you breathe life over me
Even though we’re miles apart we are each other’s destiny
On a clear day
I’ll fly home to you
I’m bending time getting back to you
Old moon fades into the new
Soon I know I’ll be back with you
I’m nearly with you
I’m nearly with you
When I’m weak I draw strength from you
And when you’re lost I know how to change your mood
And when I’m down you breathe life over me
Even though we’re miles apart we are each other’s destiny
I’ll fly, I’ll fly home
I’ll fly home and I’ll fly home
Vesper
Gosto do James Bond, sou fan, sou fan desde puto. Ao longo de toda a minha infância e de grande parte da minha adolescência, o 007 fez parte da minha vida, e em certa medida ainda faz.
Lembro-me desde muito cedo de o meu Pai me levar a ver cada filme novo do 007 conforme saía no cinema. Geralmente iamos ao Casino Estoril ou ao Oxford em Cascais, outras vezes iamos ao cinema de Paço de Arcos e outras vezes ainda a cinemas de Lisboa quando o filme em questão não era exibido nos cinemas perto de casa. Às vezes o meu Pai deixava um ou outro dos meus amigos vir connosco, geralmente o Fernando ou o Vitor. Por vezes vezes iamos ver filmes repetidos, alguns dos anos 60, só pelo prazer de os ver outra vez, e mesmo quando não havia nenhum filme do James Bond anunciado no jornal iamos ver outro filme qualquer; Desde que fosse com o Sean Connery era como se tivesse sêlo de garantia. Pelo meio do periodo Connery apareceu um novo actor a fazer o papel de James Bond: George Lazemby, que fez apenas um filme, em parte penalizado pelo pobre argumento e por uma tirada inédita e não mais repetida - na sequência de abertura, após uma vertiginosa (para os anos 60) cena de acção, dirigiu-se ao público, para dizer "This never happened to the other guy", fazendo referência ao 007 de Connery, foi um triste momento dos produtores. Esse filme, embora tenha sido rodado na sua maioria em Portugal (Lisboa, Sintra, Serra da Estrela e Estoril) e tenha casado e enviuvado o 007 nos 5 minutos finais (o que deu uma forte dor de cabeça aos argumentistas dos filmes seguintes) não seduziu a critica e fez com que o Sean Connery voltasse ao seu papel original nos filmes seguintes.
Lembro-me particularmente bem do primeiro 007 com o Roger Moore e de como, apesar do smoking piroso de casaco branco, me captivou imediatamente com o ar de gentleman atrevido, com as piadas faceis e o levantar de sobrolho malandro. Naturalmente os gadjets do "Q" também apelavam à minha fantasia, sempre elaborados, improvaveis, rebuscados mas eficazes. Os carros então, faziam-me mexer inquieto na cadeira a cada perseguição (que inspiram ainda hoje a forma como eu conduzo, e de onde o Lotus Spirit Turbo, anfibio e com sistema de auto-destruição, continua a ser um dos meus carros preferidos), e as cenas de esfrega-e-não-molha e de sedução eram momentos que eu não percebia porque raio tinham que entrar num filme de acção.
Em 83, em pleno reino de Roger Moore, o Sean Connery voltou a vestir o smoking do 007 uma última vez no fantástico "Never say never again", um remake do filme "007 - Thunderball" de 1965 (também com o Sean Connery), feito por uma produtora independente da United Artists e do clã Albert B. Broccoli, e que apresentou ao mundo uma muito tímida Kim Basinger no papel de Bond Girl bem como uma das vilãs mais sensuais da história do cinema - Fatima Blush - interpretada pela escaldante Barbara Carrera. Curiosamente esse não foi o único filme não-oficial do James Bond, mas foi o último que vi com o meu Pai no cinema...
Depois da fase Roger Moore veio o mal aclamado Timothy Dalton, que embora não tenha convencido o mundo com os seus 2 filmes, conseguiu conferir uma faceta mais realista e humana ao imaculado e impavido agente de Sua Magestade, dinossauro da guerra fria. Saiba-se que Timothy Dalton é um de muito poucos actores Shakesperianos ainda vivos (o equivalente em Portugal a ser "Actor do Teatro Nacional"). Pela primeira vez o 007 sofria com conflitos tipicamente humanos como a consciência moral, o remorço e a vingança. Lembro-me de ter visto o filme "007 - The living daylights" pela 1ª vez em Paris, em 89 e de me ter passado por ser dobrado em Francês.
Mais tarde, já eu adulto feito e a morar em Inglaterra, comprei uma colecção em VHS com os filmes todos do James Bond. Tinha acabado de sair o "Goldeneye", o primeiro 007 com o Pierce Brosnan e o primeiro filme da série efectivamente filmado in loco na ex-União Sovietica. Por uns tempos re-avivei a memória de todos os esses filmes que tinha visto na infância.
Com o Pierce Brosnan mais uma vez o actor escolhido imprime ao James Bond as suas caracteristicas próprias, e assim o 007 volta a ter um humor pertinente e aguçado, e um novo tipo de charme fruto dos anos de representação do actor irlandês em papeis similares (como aliás já tinha sido o caso de Roger Moore). Pela primeira vez o 007 diz palavrões, como qualquer comum mortal, e os enredos variam da monotonia da guerra fria, do SPECTRE ou dos exlusivos vilões megalomaniacos, para abordar temas da actualidade como os recursos energeticos, o posicionamento estratégico politico internacional e a macro-economia. Na minha opinião o Pierce Brosnan deveria ter sido escolhido para o papel 10 anos antes. Adiante. É possivel que não se saiba, mas em 1967 apareceu nos cinemas um filme chamado... "Casino Royale". Esse filme, baseado no livro homónimo de Ian Fleming (o criador de James Bond e ele próprio agente dos serviços secretos britânicos durante a 2ª Guerra Mundial) tem no papel principal o já desaparecido actor David Niven que embora personifique ainda hoje um certo estereotipo de gentleman britânico, não vingou no papel do 007. Mais do que falta do actor isto terá sido fruto seguramente de uma certa teatralidade excessiva que foi caracteristica do cinema europeu dos anos 60.
...e heis que em 2006 surge o polémico novo Bond - Daniel Craig -. Um 007 louro, a atirar para o metrosexual mais do que para o viril, com cara de puto, enfim, diferente dos outros todos.
O filme novamente é um remake (desta vez oficial da United Artists) e o James Bond na tela é simplesmente arrebatador a todos o niveis.
Note-se em primeiro lugar que este 007 sangra literalmente, é efectivamente torturado, chora, diz palavrões, é frio e irreverente, quase indisciplinado, ao mesmo tempo que mostra ser naive e inexpreriente. Contudo é extremamente violento e agressivo nas cenas de acção e luta, mais do que em qualquer dos outros filmes, e contrastantemente apaixona-se como nunca antes e é traido com todos os requintes inerentes à cegueira do amor incondicional humano. Mais, embarca numa terrivel e determinada vingança fria e calculista que teremos oportunidade de ver no próximo episódio: "007 - Quantum of Solace" que já está em fase de filmagem se não estiver já em fase de pós-produção e que estreia possivelmente no início de 2009.
Ora eu que gosto de pensar que sei algumas coisitas sobre os filmes do 007, re-vi recentemente o "Casino Royale" e não pude deixar de ficar impressionado com a forma como este filme consegue manter todos os traços principais dos outros todos e ao mesmo tempo acrescentar tanto de novo, e tão bom! É particularmente captivante pelos diálogos inteligentes entre o James Bond e a "Vesper" (a Girl Bond), e na realidade foi este pensamento que originou que eu escrevesse este post, apenas para fazer uma citação:
"É curioso como as pessoas que nunca aceitam conselhos insistem sempre em dá-los".
Para todo o tipo de informação sobre filmes e actores do 007 existem tantas referências na internet que o melhor que posso recomendar é mesmo ir ao Google, e deixar a coisa correr.
Lembro-me desde muito cedo de o meu Pai me levar a ver cada filme novo do 007 conforme saía no cinema. Geralmente iamos ao Casino Estoril ou ao Oxford em Cascais, outras vezes iamos ao cinema de Paço de Arcos e outras vezes ainda a cinemas de Lisboa quando o filme em questão não era exibido nos cinemas perto de casa. Às vezes o meu Pai deixava um ou outro dos meus amigos vir connosco, geralmente o Fernando ou o Vitor. Por vezes vezes iamos ver filmes repetidos, alguns dos anos 60, só pelo prazer de os ver outra vez, e mesmo quando não havia nenhum filme do James Bond anunciado no jornal iamos ver outro filme qualquer; Desde que fosse com o Sean Connery era como se tivesse sêlo de garantia. Pelo meio do periodo Connery apareceu um novo actor a fazer o papel de James Bond: George Lazemby, que fez apenas um filme, em parte penalizado pelo pobre argumento e por uma tirada inédita e não mais repetida - na sequência de abertura, após uma vertiginosa (para os anos 60) cena de acção, dirigiu-se ao público, para dizer "This never happened to the other guy", fazendo referência ao 007 de Connery, foi um triste momento dos produtores. Esse filme, embora tenha sido rodado na sua maioria em Portugal (Lisboa, Sintra, Serra da Estrela e Estoril) e tenha casado e enviuvado o 007 nos 5 minutos finais (o que deu uma forte dor de cabeça aos argumentistas dos filmes seguintes) não seduziu a critica e fez com que o Sean Connery voltasse ao seu papel original nos filmes seguintes.
Lembro-me particularmente bem do primeiro 007 com o Roger Moore e de como, apesar do smoking piroso de casaco branco, me captivou imediatamente com o ar de gentleman atrevido, com as piadas faceis e o levantar de sobrolho malandro. Naturalmente os gadjets do "Q" também apelavam à minha fantasia, sempre elaborados, improvaveis, rebuscados mas eficazes. Os carros então, faziam-me mexer inquieto na cadeira a cada perseguição (que inspiram ainda hoje a forma como eu conduzo, e de onde o Lotus Spirit Turbo, anfibio e com sistema de auto-destruição, continua a ser um dos meus carros preferidos), e as cenas de esfrega-e-não-molha e de sedução eram momentos que eu não percebia porque raio tinham que entrar num filme de acção.
Em 83, em pleno reino de Roger Moore, o Sean Connery voltou a vestir o smoking do 007 uma última vez no fantástico "Never say never again", um remake do filme "007 - Thunderball" de 1965 (também com o Sean Connery), feito por uma produtora independente da United Artists e do clã Albert B. Broccoli, e que apresentou ao mundo uma muito tímida Kim Basinger no papel de Bond Girl bem como uma das vilãs mais sensuais da história do cinema - Fatima Blush - interpretada pela escaldante Barbara Carrera. Curiosamente esse não foi o único filme não-oficial do James Bond, mas foi o último que vi com o meu Pai no cinema...
Depois da fase Roger Moore veio o mal aclamado Timothy Dalton, que embora não tenha convencido o mundo com os seus 2 filmes, conseguiu conferir uma faceta mais realista e humana ao imaculado e impavido agente de Sua Magestade, dinossauro da guerra fria. Saiba-se que Timothy Dalton é um de muito poucos actores Shakesperianos ainda vivos (o equivalente em Portugal a ser "Actor do Teatro Nacional"). Pela primeira vez o 007 sofria com conflitos tipicamente humanos como a consciência moral, o remorço e a vingança. Lembro-me de ter visto o filme "007 - The living daylights" pela 1ª vez em Paris, em 89 e de me ter passado por ser dobrado em Francês.
Mais tarde, já eu adulto feito e a morar em Inglaterra, comprei uma colecção em VHS com os filmes todos do James Bond. Tinha acabado de sair o "Goldeneye", o primeiro 007 com o Pierce Brosnan e o primeiro filme da série efectivamente filmado in loco na ex-União Sovietica. Por uns tempos re-avivei a memória de todos os esses filmes que tinha visto na infância.
Com o Pierce Brosnan mais uma vez o actor escolhido imprime ao James Bond as suas caracteristicas próprias, e assim o 007 volta a ter um humor pertinente e aguçado, e um novo tipo de charme fruto dos anos de representação do actor irlandês em papeis similares (como aliás já tinha sido o caso de Roger Moore). Pela primeira vez o 007 diz palavrões, como qualquer comum mortal, e os enredos variam da monotonia da guerra fria, do SPECTRE ou dos exlusivos vilões megalomaniacos, para abordar temas da actualidade como os recursos energeticos, o posicionamento estratégico politico internacional e a macro-economia. Na minha opinião o Pierce Brosnan deveria ter sido escolhido para o papel 10 anos antes. Adiante. É possivel que não se saiba, mas em 1967 apareceu nos cinemas um filme chamado... "Casino Royale". Esse filme, baseado no livro homónimo de Ian Fleming (o criador de James Bond e ele próprio agente dos serviços secretos britânicos durante a 2ª Guerra Mundial) tem no papel principal o já desaparecido actor David Niven que embora personifique ainda hoje um certo estereotipo de gentleman britânico, não vingou no papel do 007. Mais do que falta do actor isto terá sido fruto seguramente de uma certa teatralidade excessiva que foi caracteristica do cinema europeu dos anos 60.
...e heis que em 2006 surge o polémico novo Bond - Daniel Craig -. Um 007 louro, a atirar para o metrosexual mais do que para o viril, com cara de puto, enfim, diferente dos outros todos.
O filme novamente é um remake (desta vez oficial da United Artists) e o James Bond na tela é simplesmente arrebatador a todos o niveis.
Note-se em primeiro lugar que este 007 sangra literalmente, é efectivamente torturado, chora, diz palavrões, é frio e irreverente, quase indisciplinado, ao mesmo tempo que mostra ser naive e inexpreriente. Contudo é extremamente violento e agressivo nas cenas de acção e luta, mais do que em qualquer dos outros filmes, e contrastantemente apaixona-se como nunca antes e é traido com todos os requintes inerentes à cegueira do amor incondicional humano. Mais, embarca numa terrivel e determinada vingança fria e calculista que teremos oportunidade de ver no próximo episódio: "007 - Quantum of Solace" que já está em fase de filmagem se não estiver já em fase de pós-produção e que estreia possivelmente no início de 2009.
Ora eu que gosto de pensar que sei algumas coisitas sobre os filmes do 007, re-vi recentemente o "Casino Royale" e não pude deixar de ficar impressionado com a forma como este filme consegue manter todos os traços principais dos outros todos e ao mesmo tempo acrescentar tanto de novo, e tão bom! É particularmente captivante pelos diálogos inteligentes entre o James Bond e a "Vesper" (a Girl Bond), e na realidade foi este pensamento que originou que eu escrevesse este post, apenas para fazer uma citação:
"É curioso como as pessoas que nunca aceitam conselhos insistem sempre em dá-los".
Para todo o tipo de informação sobre filmes e actores do 007 existem tantas referências na internet que o melhor que posso recomendar é mesmo ir ao Google, e deixar a coisa correr.
quarta-feira, setembro 03, 2008
Curtas da manhã
O cheiro da maresia a entrar assim pela janela é de cortar a respiração.
A palavra que encontro, recorrentemente, é "Overwelming"
Por uma vez o outdoor que vejo da janela não polui a paisagem: INTIMISSIMI
Não me incomoda o céu encoberto, mas sff não acabem já com o Verão que eu ainda tenho umas coisinhas para fazer ...e outras para re-fazer.
Recebi um mail, mais ou menos credivel, a perguntar se estou interessado em, e cito: "fazer uma viagem em velocidade de cruzeiro nas páginas de um livro".
- Não obrigado. Isto não funciona por encomenda.
Segundo o mesmo mail, o VC ocupa o lugar 439 num ranking dos 3500 blogs portugueses mais lidos. Esta gente não tem mais nada para fazer?
Acho que descobri uma forma de captar frames de um filme em DVD e grava-los em formato de Jpeg. Se funcionar, os fulanos dos direitos de imagem até se vão atirar ao ar.
Tenho saudades dos tempos em que pegava na primeira gravata que saía do armário, em vez de perder 10 minutos a escolher a gravata que só vou precisar para a semana que vem.
Não sei porque ligo tanto ao Pôr-do-Sol quando o nascer do Sol é igualmente fantástico
...e não sei porque fico tão embasbacado com o Pôr-do-Sol noutras terras quando na minha terra tenho um Pôr-do-Sol tão magnifico. Provavelmente é porque tem a ver com o Sol e não com a "terra".
Só mesmo nesta terra é que se tem que fazer marcação para pôr o carro na lavagem ás 9:00h.
Ontem fui a cascais pelo paredão, depois voltei para casa e cozinhei o jantar: Bifinhos de frango, molho de natas, arroz branco basmati, salada de tomate, vinho branco, música ambiente ...mas faltou qualquer coisa.
Bom dia
A palavra que encontro, recorrentemente, é "Overwelming"
Por uma vez o outdoor que vejo da janela não polui a paisagem: INTIMISSIMI
Não me incomoda o céu encoberto, mas sff não acabem já com o Verão que eu ainda tenho umas coisinhas para fazer ...e outras para re-fazer.
Recebi um mail, mais ou menos credivel, a perguntar se estou interessado em, e cito: "fazer uma viagem em velocidade de cruzeiro nas páginas de um livro".
- Não obrigado. Isto não funciona por encomenda.
Segundo o mesmo mail, o VC ocupa o lugar 439 num ranking dos 3500 blogs portugueses mais lidos. Esta gente não tem mais nada para fazer?
Acho que descobri uma forma de captar frames de um filme em DVD e grava-los em formato de Jpeg. Se funcionar, os fulanos dos direitos de imagem até se vão atirar ao ar.
Tenho saudades dos tempos em que pegava na primeira gravata que saía do armário, em vez de perder 10 minutos a escolher a gravata que só vou precisar para a semana que vem.
Não sei porque ligo tanto ao Pôr-do-Sol quando o nascer do Sol é igualmente fantástico
...e não sei porque fico tão embasbacado com o Pôr-do-Sol noutras terras quando na minha terra tenho um Pôr-do-Sol tão magnifico. Provavelmente é porque tem a ver com o Sol e não com a "terra".
Só mesmo nesta terra é que se tem que fazer marcação para pôr o carro na lavagem ás 9:00h.
Ontem fui a cascais pelo paredão, depois voltei para casa e cozinhei o jantar: Bifinhos de frango, molho de natas, arroz branco basmati, salada de tomate, vinho branco, música ambiente ...mas faltou qualquer coisa.
Bom dia