Elevado
Por vezes surpreendo-me a mim próprio com as palavras que escrevi, mesmo as que já não me lembro de ter escrito, e que já não me dizem nada... provavelmente porque os momentos a que se referem desapareceram no tempo. As situações e as pessoas revelam-se vãs e os seus interesses efémeros. Tudo isto é cíclico...
Outras vezes contudo, o que escrevi não me abandona, vive e revive e eu surpreendo-me com o acutilante das noções e das palavras, e particularmente como estas ilustram sentimentos nobres que eu procuro cultivar, sentimentos que se inspiram num assolapador e incontrolavel acesso de compaixão, mas que transpiram de mim sob a forma de inquantificavel amor e singular ternura, mesmo que por vezes surja algo desajustado, qui ça com destinatário errado, com um sentido de bravado mal direcionado...
Ao re-ler este post que escrevi em 2004, o ultrage contra o qual luto, 7 anos mais tarde, não é de ter visto a minha amizade questionada, mas antes de ter sido privado de a manifestar, e ainda por cima acusado de a negar (pasme-se), quando na realidade desde início que ela, a minha amizade, tem sido sistematica e cegamente preterida por uma espécie de manietante falácia juvenil - adequada aos intervenientes - enfim, uma vã e auto-promovida ilusão, porventura dúbia, e que (a) usa e se alimenta de um certo lado frágil, inexperiente e inseguro. Seguramente servirá o seu mais vil propósito... Adiante
Ao comparar entre si um colectivo de momentos tão distintos e distantes, com o tempo presente, torno-me indelevelmente distinto e distante também...
...e incomparavel, sem dúvida!