segunda-feira, fevereiro 27, 2012
Depois da Feira em Excel...
...jantar com os Sobrinhos no "The castel" em Angel, seguido de Happy Hour na upper street de Highbury & Islington. Agora xonar com o assobiar dos motores dos novos hybrid powered double deckers e acordar cedo para preparar as reuniões do dia (photos quando encontrar o cabo USB).
domingo, fevereiro 26, 2012
sábado, fevereiro 25, 2012
"Hoje" tripas; Amanhã full fryed breakfast
Se tivesse tentado planear o dia da forma que o dia me está a correr, não teria conseguido… Assim, porque a conta das viagens se perde no passar dos anos, face às ocorrências e incidências e às suas –ponderadas- consequências, ponho excepcionalmente a experiência de lado e deixo os acontecimentos guiarem o meu caminho. De uma forma ou de outra sei que vou chegar ao destino, é tudo uma questão de me focar no “como”, mais do que me preocupar com o “quando”. Dizem que a primeira vez nunca se esquece… certo, até pode ser que eu nunca me esqueça desta primeira vez, mas pouco ou nada pretendo aprender com o dia de hoje, nada que me venha a ser especialmente útil no dia de amanhã nem nada que não tivesse já aprendido... ou não!
Senão vejamos, há uma certa lógica intrínseca em agir no instantâneo, particularmente quando a noção da passagem do tempo é retirada da equação como forma de simplificar processos. Quando faço uma viagem, particularmente tratando-se de uma viagem de lazer, gosto do espontâneo da decisão instantânea, vapt vupt, está decidido. Gosto aliás de decidir e fazer-me ao caminho nos 30 minutos seguintes…
Mas viagens de trabalho já tendo a planear, agendar, calendarizar, precaver, plano B e C, antecipar… Assim, porque é o caso de ser uma viagem de trabalho, demorei 24 horas entre o decidir e o partir, planeei tudo ao minuto sincronizado com pontualidade britânica, e o resultado está à vista. Ao fim de largamente mais de 100 partidas e chegadas ao longo dos anos, hoje, pela primeira vez na vida, perdi um vôo… Filha da puta!
Não me chateia os 75 Euros que tive que pagar a mais para apanhar outro vôo ao fim do dia, nem a seca de 8 horas no aeroporto, não me chateia só ter 10 euros comigo para me orientar (já que no bolso tenho mais de 1000 libras), nem me chateia gramar com baratas tontas a pedirem-me direcções estando em terminais sobrepostos… O que chateia realmente é que planeei ter a tarde livre em Londres, e só vou lá chegar à noite! Ainda por cima só dormi 3 horas ontem (nota mental para abrandar com os excessos) pelo que já parti chôco num banco aqui na zona do dutty-free e acordei com o barulho meu próprio ressonar… De facto não teria conseguido planear as coisas para acontecerem como estão a acontecer… Oh well… Valha-me o desenrascanço e a estupidez natural.
Os 10 euros chegaram para ter ido ao crava de metro almoçar ao Porto e pagar uma sandocha a um pit’chaúba, e ainda para tomar café e comprar um jornal.
Faltam 3 horas para o vôo e não há nenhuma rede wi-fi aberta para fazer o download de um filme… Descalcei-me que está muito calor para estas botas e agora não sei se é a descontração ou se são as meias às riscas que me fazem sentir observado (não, não é xulé, não uso disso), de qualquer forma, é para o lado que melhor cruzo a perna, temos pena…
Que dia do caraças… enfim, que eu ia tendo… Fica mais uma história para contar, mais uma viagem para o rol onde algumas tiveram percalços e aparatos indescritíveis e desfechos inacreditáveis, e não foram poucas…
Lembro-me de já ter conseguido embarcar em 2 vôos consecutivos um dia antes da data da reserva (Londres >>> Madrid >>> Porto) sem ninguém dar por isso (incluindo eu); Ou de ter feito banzé para o avião acelerar a velocidade de cruzeiro e recuperar do atraso na decolagem para eu ter tempo de apanhar um vôo de ligação em Roma (Lisboa >>> Roma >>> Malta), no fim de semana do funeral do JP2; Lembro-me uma vez de ter embarcado no dia seguinte à data de validade do meu Visto (S. Petersburgo >>> Frankfurt >>> Paris), onde me safei de ser preso com um telefonema do Pai da Maria para um general qualquer, numa viagem em que levei para a Rússia a gata Fascistik, quando vivia e estudava em Bordéus, e que foi raptada em pleno vôo por uma oligarca qualquer que a fez passear pelo avião inteiro de mão em mão. Outra vez lembro-me de ter trocado de bilhete com outro passageiro para não ter que voar num avião a hélice (Rotterdham >>> Southampton), ou do autocarro do aeroporto avariar e ser preciso ir a correr pela pista para apanhar o avião (Budapeste >>> Paris). Lembro-me de outra, em que numa escala no Paraguai saí da zona internacional do aeroporto, e depois só consegui voltar a entrar saltando a rede de acesso à pista. (Lisboa >>> S. Paulo >>> Santiago do Chile). Por fim, lembro-me em 94, numa viagem Lisboa >>> Londres >>> Lisboa, a primeira de muitas, no regresso haver uma decolagem abortada com direito a evacuação do avião pelas mangas de segurança para a pista, com neve pelos tornozelos…
Vou embarcar agora, o avião chama-se Almeida Garrett, acho que já andei neste, é um A300-320.
Hora prevista de chegada a Londres - Gatwick: 19:30h e a Victoria Station às 20:30h
Publico isto amanhã com a data de hoje...
Senão vejamos, há uma certa lógica intrínseca em agir no instantâneo, particularmente quando a noção da passagem do tempo é retirada da equação como forma de simplificar processos. Quando faço uma viagem, particularmente tratando-se de uma viagem de lazer, gosto do espontâneo da decisão instantânea, vapt vupt, está decidido. Gosto aliás de decidir e fazer-me ao caminho nos 30 minutos seguintes…
Mas viagens de trabalho já tendo a planear, agendar, calendarizar, precaver, plano B e C, antecipar… Assim, porque é o caso de ser uma viagem de trabalho, demorei 24 horas entre o decidir e o partir, planeei tudo ao minuto sincronizado com pontualidade britânica, e o resultado está à vista. Ao fim de largamente mais de 100 partidas e chegadas ao longo dos anos, hoje, pela primeira vez na vida, perdi um vôo… Filha da puta!
Não me chateia os 75 Euros que tive que pagar a mais para apanhar outro vôo ao fim do dia, nem a seca de 8 horas no aeroporto, não me chateia só ter 10 euros comigo para me orientar (já que no bolso tenho mais de 1000 libras), nem me chateia gramar com baratas tontas a pedirem-me direcções estando em terminais sobrepostos… O que chateia realmente é que planeei ter a tarde livre em Londres, e só vou lá chegar à noite! Ainda por cima só dormi 3 horas ontem (nota mental para abrandar com os excessos) pelo que já parti chôco num banco aqui na zona do dutty-free e acordei com o barulho meu próprio ressonar… De facto não teria conseguido planear as coisas para acontecerem como estão a acontecer… Oh well… Valha-me o desenrascanço e a estupidez natural.
Os 10 euros chegaram para ter ido ao crava de metro almoçar ao Porto e pagar uma sandocha a um pit’chaúba, e ainda para tomar café e comprar um jornal.
Faltam 3 horas para o vôo e não há nenhuma rede wi-fi aberta para fazer o download de um filme… Descalcei-me que está muito calor para estas botas e agora não sei se é a descontração ou se são as meias às riscas que me fazem sentir observado (não, não é xulé, não uso disso), de qualquer forma, é para o lado que melhor cruzo a perna, temos pena…
Que dia do caraças… enfim, que eu ia tendo… Fica mais uma história para contar, mais uma viagem para o rol onde algumas tiveram percalços e aparatos indescritíveis e desfechos inacreditáveis, e não foram poucas…
Lembro-me de já ter conseguido embarcar em 2 vôos consecutivos um dia antes da data da reserva (Londres >>> Madrid >>> Porto) sem ninguém dar por isso (incluindo eu); Ou de ter feito banzé para o avião acelerar a velocidade de cruzeiro e recuperar do atraso na decolagem para eu ter tempo de apanhar um vôo de ligação em Roma (Lisboa >>> Roma >>> Malta), no fim de semana do funeral do JP2; Lembro-me uma vez de ter embarcado no dia seguinte à data de validade do meu Visto (S. Petersburgo >>> Frankfurt >>> Paris), onde me safei de ser preso com um telefonema do Pai da Maria para um general qualquer, numa viagem em que levei para a Rússia a gata Fascistik, quando vivia e estudava em Bordéus, e que foi raptada em pleno vôo por uma oligarca qualquer que a fez passear pelo avião inteiro de mão em mão. Outra vez lembro-me de ter trocado de bilhete com outro passageiro para não ter que voar num avião a hélice (Rotterdham >>> Southampton), ou do autocarro do aeroporto avariar e ser preciso ir a correr pela pista para apanhar o avião (Budapeste >>> Paris). Lembro-me de outra, em que numa escala no Paraguai saí da zona internacional do aeroporto, e depois só consegui voltar a entrar saltando a rede de acesso à pista. (Lisboa >>> S. Paulo >>> Santiago do Chile). Por fim, lembro-me em 94, numa viagem Lisboa >>> Londres >>> Lisboa, a primeira de muitas, no regresso haver uma decolagem abortada com direito a evacuação do avião pelas mangas de segurança para a pista, com neve pelos tornozelos…
Vou embarcar agora, o avião chama-se Almeida Garrett, acho que já andei neste, é um A300-320.
Hora prevista de chegada a Londres - Gatwick: 19:30h e a Victoria Station às 20:30h
Publico isto amanhã com a data de hoje...
quinta-feira, fevereiro 23, 2012
quarta-feira, fevereiro 22, 2012
Entretenimento da Noite
Temperar o aroma do incenso de Mirra com incenso de Violeta e fazer algumas anotações de actualização de contexto histórico nas páginas d'A arte da guerra, de Sun Tsu
Ementa do Jantar
Receita de Salmão da Ana com vinagrete improvisada com sumo de limão, azeite e salsa picada, acompanhado de arroz branco feito em estrugido de alho e bróculos salteados ao lado.
Pão, sumo de ananás e clementinas para sobremesa!
Pão, sumo de ananás e clementinas para sobremesa!
Momento da tarde
Compilar respostas das clientes sobre o que se mascaráram no carnaval e deixa-las tentar adivinhar o que quer dizer mascarar-me de homem casado...
Algumas deram respostas suspeitamente imediatas!
Algumas deram respostas suspeitamente imediatas!
Frase da manhã
"Porque a maioria das pessoas não tem a mesma capacidade que você tem para lidar com problemas de forma serena"
-Tell me about it!
-Tell me about it!
segunda-feira, fevereiro 20, 2012
Carnaválico
-Alô?
-Alô F. consegues estar cá às 10h?
-Às 10h? Na boa.
-Então, e vens mascarado de quê?
-...errr, de homem casado.
-hun?!
-Alô F. consegues estar cá às 10h?
-Às 10h? Na boa.
-Então, e vens mascarado de quê?
-...errr, de homem casado.
-hun?!
domingo, fevereiro 19, 2012
quarta-feira, fevereiro 15, 2012
ab extra amicus curiae
As melhores lições (tirando as que se dá) são as que nos chegam sem anúncio prévio e nos atingem nos valores que julgamos establecidos... Já volto a este assunto.
Tenho uma colega de trabalho com quem me divirto em inofensivos e informais despiques de "quem tem razão", que a espaços até me dá luta, e que com isso me faz - indirectamente - refletir mais tarde sobre questões que considero elevadas e que, mesmo que em absolutamente nada resultem dos nossos despiques ou assuntos, acabam por me fazer sentir de alguma forma um sentimento de apreciação - embora ténue demais para o manifestar - por me empurrar para reflexões intrinsecas que resultam na minha continua procura de melhoração de mim mesmo (trata-se de recuperar caracteristicas que me vi forçado a erradicar de mim próprio quando me vi mobilizado para uma guerra que não fui eu que comecei).
Dito isto, e voltando às lições de que falei no ínicio, hoje aprendi que de facto a generalização é um recurso de fraco valor acrescentado para uma boa apreciação de um colectivo heterogéneo.
Há tempos recorri no meu discurso a generalizações e categorizações de todo um conjunto de pessoas que inadvertidamente coloquei no mesmo saco, ou dito de outra forma, no mesmo código-postal.
Não pretendi de todo ridicularizar esta cidade - onde escolhi viver no presente - quando a ela me referi como "cidade-bidé". Eu sei que naquele contexto aludi especificamente à pequena dimensão geografica desta cidade, e mesmo que intimamente tenha razões de sobra para cair na facilidade da generalização ao categorizar as pessoas (algumas) que cá moram... nada disso, Hoje alguém me demonstrou, com clareza, frontalidade e perfeita isenção, que há por aqui valores mais altos do que aqueles de que infelizmente me vi rodeado a determinada altura, os quais condicionaram algumas considerações depreciativas que manifestei, e que, ao colocar a mão na consciência, pretendo retractar. Mantenho tudo o que disse - igual a mim mesmo - mas retiro-lhe as excepções que porventura confirmam a regra. Não posso generalizar. Há gente muito fixe nesta cidade, uns mais proximos de mim do que outros, certo, mas que merecem indubitavelmente a minha consideração pelos valores que manifestam - consistentemente - ao interagir comigo, como aconteceu hoje, e isso impulsiona em mim a disposição para (re-)desenvolver valores idênticos... história de recomeçar a rever-me de novo naquilo que sou, em quem eu sou, naquilo em que acredito, e como o ponho em prática. Tenho aliás dito. Efectivamente, comportamento gera comportamento, é uma faca de dois gumes, mas basta saber segurar-lhe pelo cabo.
Tenho uma colega de trabalho com quem me divirto em inofensivos e informais despiques de "quem tem razão", que a espaços até me dá luta, e que com isso me faz - indirectamente - refletir mais tarde sobre questões que considero elevadas e que, mesmo que em absolutamente nada resultem dos nossos despiques ou assuntos, acabam por me fazer sentir de alguma forma um sentimento de apreciação - embora ténue demais para o manifestar - por me empurrar para reflexões intrinsecas que resultam na minha continua procura de melhoração de mim mesmo (trata-se de recuperar caracteristicas que me vi forçado a erradicar de mim próprio quando me vi mobilizado para uma guerra que não fui eu que comecei).
Dito isto, e voltando às lições de que falei no ínicio, hoje aprendi que de facto a generalização é um recurso de fraco valor acrescentado para uma boa apreciação de um colectivo heterogéneo.
Há tempos recorri no meu discurso a generalizações e categorizações de todo um conjunto de pessoas que inadvertidamente coloquei no mesmo saco, ou dito de outra forma, no mesmo código-postal.
Não pretendi de todo ridicularizar esta cidade - onde escolhi viver no presente - quando a ela me referi como "cidade-bidé". Eu sei que naquele contexto aludi especificamente à pequena dimensão geografica desta cidade, e mesmo que intimamente tenha razões de sobra para cair na facilidade da generalização ao categorizar as pessoas (algumas) que cá moram... nada disso, Hoje alguém me demonstrou, com clareza, frontalidade e perfeita isenção, que há por aqui valores mais altos do que aqueles de que infelizmente me vi rodeado a determinada altura, os quais condicionaram algumas considerações depreciativas que manifestei, e que, ao colocar a mão na consciência, pretendo retractar. Mantenho tudo o que disse - igual a mim mesmo - mas retiro-lhe as excepções que porventura confirmam a regra. Não posso generalizar. Há gente muito fixe nesta cidade, uns mais proximos de mim do que outros, certo, mas que merecem indubitavelmente a minha consideração pelos valores que manifestam - consistentemente - ao interagir comigo, como aconteceu hoje, e isso impulsiona em mim a disposição para (re-)desenvolver valores idênticos... história de recomeçar a rever-me de novo naquilo que sou, em quem eu sou, naquilo em que acredito, e como o ponho em prática. Tenho aliás dito. Efectivamente, comportamento gera comportamento, é uma faca de dois gumes, mas basta saber segurar-lhe pelo cabo.
terça-feira, fevereiro 14, 2012
sábado, fevereiro 11, 2012
Southbound trilogy
Setting the trap - Part 1/3
O escapismo é sem dúvida uma arte. Existem muitas formas de escapismo, o Harry Houdini era mestre (e de que lhe valeu?), mas o escapismo tem formas muito mais curiosas do que a libertação ardilosa de correntes e amarras. É uma arte em si em todas as suas formas, mesmo quando as amarras não são mais do que contingências intangíveis que nos comprometem a liberdade de acção, o sentimento ou até o livre-arbitrium… A forma de escapismo que mais me surpreende é o escapismo à responsabilidade, seja em que formato for, é uma arte em si, uma atitude desenvolvida com todo o engenho das manobras evasivas e estratégias de contra-interacção. Surge de forma automática no discurso esquivo e na interpretação de factos e realidades em função da transferência da responsabilidade (leia-se da culpa) para fora de si mesmo. É indubitavelmente um padrão de comportamento intrínseco que se desenvolve ao sabor das ocorrências e das situações, e à qual se recorre consoante forem mais ou menos sérias (ou temerosas) as implicações das responsabilidades a que se procura escapar… Contudo, há algo de intoxicante para o artista do escapismo – desprovido da capacidade de conseguir enfrentar a música, gerir acções correctivas, assumir consequências – tornando-se num vicio, qual opiáceo, algo que lhe confunde o sentido de auto-crítica e que paradoxalmente o prende num limbo entre a cultura intima da chico-espertisse e as cobardias rasteirinhas, e que assim lhe distorce o espelho, tornando a projecção que faz de si mesmo numa imagem vazia de essência e de princípios morais – dos quais nem se sabe se terá consciência que existem.
Escapar, per se, será porventura uma inferência do instinto do medo, o furtar-se à perspectiva de consequência ou de perigo, mas que na prática não é mais do que uma forma camuflada de enterrar a cabeça na areia e pretender que uma qualquer capa invisível com que se acha que se está equipado irá esconder nódoas encardidas na personalidade e disfunções vincadas no caracter (que se quer que seja) interactivo com a vida.
O escapista – o artista do escapismo - vive tão somente prisioneiro de falsos medos, numa continuada mentira que conta a si próprio e que transmite ao mundo a seu respeito, que substituindo na maioria dos casos a sua identidade por uma fachada para esconder o medo, enverga uma máscara para dissimular a sua falsidade, um subterfugio para tentar tapar o Sol com uma peneira, e faz de uma verdade inóqua - por medo - uma mentira escondida só para sacudir a àgua do capote
Não sei se o escapista sabe, mas mais tarde ou mais cedo, a mentira vai apanha-lo na curva, porque o escapista se esconde com o rabo de fora.
A hundred nights of fun and games
A thousand empty glasses
I feel it change
And stay the same
As each day passes
They invite me to their gatherings
In the finer parts of town
They seem attracted to my indifference
The irony just knocks me out
And I love them as if I love them
And they reciprocate with "help"
But I look up at these mirrors sometimes
And I can't see myself
They say that some are born to burn
And some are born to give
They say that people live and learn
Some people only live and live
You don't know that I come here
But if you did, you would know why
So we close our eyes
You didn't notice me
As I passed you on the stairs
How could you ever guess
Looking at my face
How closely I share your taste
How well I know your place
Even the clothes you wear
I've seen them when you're not there
You say that you can win win win
If you know how to play the game
But while you're out there playing you see
There's something you should know
She spends your money
She spends your money on me
O escapismo é sem dúvida uma arte. Existem muitas formas de escapismo, o Harry Houdini era mestre (e de que lhe valeu?), mas o escapismo tem formas muito mais curiosas do que a libertação ardilosa de correntes e amarras. É uma arte em si em todas as suas formas, mesmo quando as amarras não são mais do que contingências intangíveis que nos comprometem a liberdade de acção, o sentimento ou até o livre-arbitrium… A forma de escapismo que mais me surpreende é o escapismo à responsabilidade, seja em que formato for, é uma arte em si, uma atitude desenvolvida com todo o engenho das manobras evasivas e estratégias de contra-interacção. Surge de forma automática no discurso esquivo e na interpretação de factos e realidades em função da transferência da responsabilidade (leia-se da culpa) para fora de si mesmo. É indubitavelmente um padrão de comportamento intrínseco que se desenvolve ao sabor das ocorrências e das situações, e à qual se recorre consoante forem mais ou menos sérias (ou temerosas) as implicações das responsabilidades a que se procura escapar… Contudo, há algo de intoxicante para o artista do escapismo – desprovido da capacidade de conseguir enfrentar a música, gerir acções correctivas, assumir consequências – tornando-se num vicio, qual opiáceo, algo que lhe confunde o sentido de auto-crítica e que paradoxalmente o prende num limbo entre a cultura intima da chico-espertisse e as cobardias rasteirinhas, e que assim lhe distorce o espelho, tornando a projecção que faz de si mesmo numa imagem vazia de essência e de princípios morais – dos quais nem se sabe se terá consciência que existem.
Escapar, per se, será porventura uma inferência do instinto do medo, o furtar-se à perspectiva de consequência ou de perigo, mas que na prática não é mais do que uma forma camuflada de enterrar a cabeça na areia e pretender que uma qualquer capa invisível com que se acha que se está equipado irá esconder nódoas encardidas na personalidade e disfunções vincadas no caracter (que se quer que seja) interactivo com a vida.
O escapista – o artista do escapismo - vive tão somente prisioneiro de falsos medos, numa continuada mentira que conta a si próprio e que transmite ao mundo a seu respeito, que substituindo na maioria dos casos a sua identidade por uma fachada para esconder o medo, enverga uma máscara para dissimular a sua falsidade, um subterfugio para tentar tapar o Sol com uma peneira, e faz de uma verdade inóqua - por medo - uma mentira escondida só para sacudir a àgua do capote
Não sei se o escapista sabe, mas mais tarde ou mais cedo, a mentira vai apanha-lo na curva, porque o escapista se esconde com o rabo de fora.
A hundred nights of fun and games
A thousand empty glasses
I feel it change
And stay the same
As each day passes
They invite me to their gatherings
In the finer parts of town
They seem attracted to my indifference
The irony just knocks me out
And I love them as if I love them
And they reciprocate with "help"
But I look up at these mirrors sometimes
And I can't see myself
They say that some are born to burn
And some are born to give
They say that people live and learn
Some people only live and live
You don't know that I come here
But if you did, you would know why
So we close our eyes
You didn't notice me
As I passed you on the stairs
How could you ever guess
Looking at my face
How closely I share your taste
How well I know your place
Even the clothes you wear
I've seen them when you're not there
You say that you can win win win
If you know how to play the game
But while you're out there playing you see
There's something you should know
She spends your money
She spends your money on me
sexta-feira, fevereiro 10, 2012
quinta-feira, fevereiro 09, 2012
Dictum meum pactum
(...) 13'27''
So you thought that your bolts and your locks would keep me out
You should have known better after all this time
You're gonna pay in blood for all your vicious slander
With your ugly skin and your putrid green eyes
Why should I feel pity when you kill your own and feel no shame
God's on my side, sure as hell, I'm gonna take no blame
So you say you believe in all of Mother Nature's laws
You lust for gold with your sharpened knives
Oh when your hoards are gathered and your enemies left to rot
You pray with your bloodstained hands at the feet of your pagan gods
Then you try to place the killer's blade in my hand
You call for justice and distort the truth
Well I've had enough of all your pretty pretty speeches
Receive your punishment, Expose your throats to my righteous claws
And let the blood flow, and let the blood flow, let the blood flow, flow, flow
So you thought that your bolts and your locks would keep me out
You should have known better after all this time
You're gonna pay in blood for all your vicious slander
With your ugly skin and your putrid green eyes
Why should I feel pity when you kill your own and feel no shame
God's on my side, sure as hell, I'm gonna take no blame
So you say you believe in all of Mother Nature's laws
You lust for gold with your sharpened knives
Oh when your hoards are gathered and your enemies left to rot
You pray with your bloodstained hands at the feet of your pagan gods
Then you try to place the killer's blade in my hand
You call for justice and distort the truth
Well I've had enough of all your pretty pretty speeches
Receive your punishment, Expose your throats to my righteous claws
And let the blood flow, and let the blood flow, let the blood flow, flow, flow
quarta-feira, fevereiro 08, 2012
terça-feira, fevereiro 07, 2012
Luctor et emergo
Já não me lembrava da última vez em que fui a uma conferência, e ainda menos de uma conferência em que eu fosse um dos oradores… e orador sem pré-aviso? Isso ainda menos, essa nunca me tinha acontecido - já há muito tempo me afastei do mundo corporativo, por razões que só a mim me assistem - mas como costumo dizer, o mundo é uma ervilha, e em Lisboa ou no Porto, mal ou bem, se me anunciarem como perito (cof cof) em Internacionalização Corporativa (exportação integrada, para quem comprou os bilhetes mais baratos), então eu levanto-me, limpo a garganta com um discreto pigarrear e regurgito o relato de uma série de experiências e sucessos profissionais, ilustradas com bulletpoints de text book escritos a vermelho num quadro-branco, sem suporte power-point, sem discurso ensaiado, sem ponteiro laser e sem que nada disso faça algum sentido na vida que levo hoje, na minha profissão – que continua a mesma – e na total ausência de carreira, a tal carreira promissora e academicamente substanciada que abandonei em procura de algo melhor, e que nenhuma maleita fará alguma vez com que me arrependa de ter abandonado, por que o fiz primordialmente por mim… adiante.
Não obstante, confesso que a vaidade puxou o lustro ao veludo da bombazine camel do fato, e mesmo que nenhum participante tenha reconhecido o nó Double Windsor da minha gravata - porque não me revejo nos nós largos, estereotipados, assimétricos e grosseiros que os putos usam em Lisboa para se parecerem uns com os outros - pelo menos ouviram tudo caladinhos e aparentemente interessados, e se forem espertos, assimilaram alguma coisa. Contudo, estas iniciativas são sobretudo feiras de vaidades, e quando cheguei ao parque de estacionamento, no meio de tantas dívidas da Baviera e de Estugarda e de Leasings de empresa, só eu reparei que o meu velhinho Uno da Fabbrica Italiana Automobili de Torino desfilou orgulhosamente vermelho pelo empedrado, com todo o alento de ser meu e de já estar pago, e possivelmente também por eu o acarinhar intimamente com analogias comparativas com Peugeot 303 coupé cabriolet pininfarina do Tenente Columbo, sobretudo quando preciso que ele tivesse mais uns quantos centímetros cúbicos no motor Fire, e levo a 5ª ao red line como quem chicoteia com os ponteiros do relógio um cavalo que já leva o freio nos dentes. Caixinha de fósforos voadora.
Depois da conferência fui a Leça, terra sombria e terciaria, e visitei os escritórios da delegação Norte de um antigo empregador tornado amigo – o responsável pela minha intervenção na conferência - cuja SGPS líder Ibérica do seu sector eu contribuí para erigir – há tempo demais – liderando a fusão de 2 dos 3 departamentos chave (Comercial e Marketing, porque Produção não é a minha praia).
Olhando para trás, qual bola de borracha em rebound, estou entusiasmado com a minha nova - e singela – vida, mas na minha cabeça ecoa ainda, por vezes, a pergunta inesperada que me fez uma antiga cliente ao telefone: “Mas o que é que você foi para aí fazer?”
Pois…
Saí de Leça declinando o convite para jantar num daqueles restaurantes obscenamente caros de que já me desabituei, e aproveitei a proximidade para dar um saltinho ao IKEA de Matosinhos.
Comprei uma cama, uma cómoda e hesitei em comprar um roupeiro… Mas não, não quero nada na minha vida com caracter definitivo, ainda não. A cómoda dá-me jeito, e a cama serve o seu propósito, nem que seja apenas para precaver a eventualidade de alguma amiga resolver voltar a atirar-se encarpada para um colchão no chão e ir bater com a cabeça na parede… (não consigo pensar nesse episódio sem me escangalhar a rir). Comprei outras coisas, daquelas inutilidades que se compram compulsivamente no IKEA, mas que também servirão o seu propósito de facilitar o método de arrumação e organização das minhas coisas (e se já não lhes chamo as minhas tralhas, já é um princípio de qualquer coisa, desde que não lhe comece a chamar minha casa, está tudo controlado).
Consegui encafuar tudo dentro do carro (são muitos anos de viagens) mas deixei fechar a zona de restauração do Mar Shopping sem jantar. Pensei num McDonalds de desenrasque mas lembrei-me das incursões fantásticas que eu e a Ana fazíamos, em 2006, ao Porto, quando íamos ou vínhamos de Trás os Montes, e das Francesinhas fora de horas ao balcão d'A Brasileira. Foi onde fui Jantar, já perto da meia-noite. Depois saí e aproveitei ter deixado o carro num local bem iluminado para subir os Aliados, contornando a CMP no cimo da avenida, onde perguntei a um taxista parado na Trindade por um multibanco perto… indicou-me o bingo do Salgueiros ali ao lado… levantei 20 euros... e entrei sem pensar no assunto, sentei-me na zona de não-fumadores, pedi uma Imperi... errr... um Fino, e gastei 16 euros até à 8ª jogada, e ganhei 40 euros num bingo à 70ª bola. Big Smile, ganhar é ganhar. Arrumei o dinheiro no bolso do sobretudo e vim-me embora, sacar aquele bingo tirou-me a pica toda que estava a ter em ficar sempre a uma ou duas bolas de o conseguir. Com o lucro de 4 euros comprei um maço de tabaco, que já não comprava há vários dias. Ao descer a avenida fumei meio cigarro que me deixou a mão gelada e fiz-me à ponte do Infante em direção à autoestrada… eram perto de 3 da manhã quando me apercebi que deixei escapar a saída para Feira/S. João da madeira (algum prenúncio, pensei) e gramei 15 Kms extra até à saída de Estarreja para ter que voltar para trás pela N1. Estacionei o carro na rua, à porta do prédio, na ilusão de me levantar mais cedo para o descarregar antes de ir trabalhar sem ter que o ir buscar à garagem… Tenho assim uns pensamentos lúdicos quando estou cansado. Depois deitei-me, exausto, por uma última vez no colchão no chão a pensar que é dia de escola e teria que me levantar daí a 4 horas… Adormeci instantaneamente, como sempre. Se tivesse conseguido ficar uns momentos acordado a meditar teria pensado que mereço espairecer de vez em quando, muito de vez em quando, incidentalmente desta vez não esperei pelo fim-de-semana.
Foi na semana passada.
Não obstante, confesso que a vaidade puxou o lustro ao veludo da bombazine camel do fato, e mesmo que nenhum participante tenha reconhecido o nó Double Windsor da minha gravata - porque não me revejo nos nós largos, estereotipados, assimétricos e grosseiros que os putos usam em Lisboa para se parecerem uns com os outros - pelo menos ouviram tudo caladinhos e aparentemente interessados, e se forem espertos, assimilaram alguma coisa. Contudo, estas iniciativas são sobretudo feiras de vaidades, e quando cheguei ao parque de estacionamento, no meio de tantas dívidas da Baviera e de Estugarda e de Leasings de empresa, só eu reparei que o meu velhinho Uno da Fabbrica Italiana Automobili de Torino desfilou orgulhosamente vermelho pelo empedrado, com todo o alento de ser meu e de já estar pago, e possivelmente também por eu o acarinhar intimamente com analogias comparativas com Peugeot 303 coupé cabriolet pininfarina do Tenente Columbo, sobretudo quando preciso que ele tivesse mais uns quantos centímetros cúbicos no motor Fire, e levo a 5ª ao red line como quem chicoteia com os ponteiros do relógio um cavalo que já leva o freio nos dentes. Caixinha de fósforos voadora.
Depois da conferência fui a Leça, terra sombria e terciaria, e visitei os escritórios da delegação Norte de um antigo empregador tornado amigo – o responsável pela minha intervenção na conferência - cuja SGPS líder Ibérica do seu sector eu contribuí para erigir – há tempo demais – liderando a fusão de 2 dos 3 departamentos chave (Comercial e Marketing, porque Produção não é a minha praia).
Olhando para trás, qual bola de borracha em rebound, estou entusiasmado com a minha nova - e singela – vida, mas na minha cabeça ecoa ainda, por vezes, a pergunta inesperada que me fez uma antiga cliente ao telefone: “Mas o que é que você foi para aí fazer?”
Pois…
Saí de Leça declinando o convite para jantar num daqueles restaurantes obscenamente caros de que já me desabituei, e aproveitei a proximidade para dar um saltinho ao IKEA de Matosinhos.
Comprei uma cama, uma cómoda e hesitei em comprar um roupeiro… Mas não, não quero nada na minha vida com caracter definitivo, ainda não. A cómoda dá-me jeito, e a cama serve o seu propósito, nem que seja apenas para precaver a eventualidade de alguma amiga resolver voltar a atirar-se encarpada para um colchão no chão e ir bater com a cabeça na parede… (não consigo pensar nesse episódio sem me escangalhar a rir). Comprei outras coisas, daquelas inutilidades que se compram compulsivamente no IKEA, mas que também servirão o seu propósito de facilitar o método de arrumação e organização das minhas coisas (e se já não lhes chamo as minhas tralhas, já é um princípio de qualquer coisa, desde que não lhe comece a chamar minha casa, está tudo controlado).
Consegui encafuar tudo dentro do carro (são muitos anos de viagens) mas deixei fechar a zona de restauração do Mar Shopping sem jantar. Pensei num McDonalds de desenrasque mas lembrei-me das incursões fantásticas que eu e a Ana fazíamos, em 2006, ao Porto, quando íamos ou vínhamos de Trás os Montes, e das Francesinhas fora de horas ao balcão d'A Brasileira. Foi onde fui Jantar, já perto da meia-noite. Depois saí e aproveitei ter deixado o carro num local bem iluminado para subir os Aliados, contornando a CMP no cimo da avenida, onde perguntei a um taxista parado na Trindade por um multibanco perto… indicou-me o bingo do Salgueiros ali ao lado… levantei 20 euros... e entrei sem pensar no assunto, sentei-me na zona de não-fumadores, pedi uma Imperi... errr... um Fino, e gastei 16 euros até à 8ª jogada, e ganhei 40 euros num bingo à 70ª bola. Big Smile, ganhar é ganhar. Arrumei o dinheiro no bolso do sobretudo e vim-me embora, sacar aquele bingo tirou-me a pica toda que estava a ter em ficar sempre a uma ou duas bolas de o conseguir. Com o lucro de 4 euros comprei um maço de tabaco, que já não comprava há vários dias. Ao descer a avenida fumei meio cigarro que me deixou a mão gelada e fiz-me à ponte do Infante em direção à autoestrada… eram perto de 3 da manhã quando me apercebi que deixei escapar a saída para Feira/S. João da madeira (algum prenúncio, pensei) e gramei 15 Kms extra até à saída de Estarreja para ter que voltar para trás pela N1. Estacionei o carro na rua, à porta do prédio, na ilusão de me levantar mais cedo para o descarregar antes de ir trabalhar sem ter que o ir buscar à garagem… Tenho assim uns pensamentos lúdicos quando estou cansado. Depois deitei-me, exausto, por uma última vez no colchão no chão a pensar que é dia de escola e teria que me levantar daí a 4 horas… Adormeci instantaneamente, como sempre. Se tivesse conseguido ficar uns momentos acordado a meditar teria pensado que mereço espairecer de vez em quando, muito de vez em quando, incidentalmente desta vez não esperei pelo fim-de-semana.
Foi na semana passada.
tic tac, tic tac, tic tac...
Perguntam-me se está tudo bem comigo, como se conhecendo-me, esta calma e serenidade pudesse ser só aparente... Não respondo, não tenho que responder mais do que com um acenar de cabeça, que não diz nada, e se me perguntar a mim próprio a mesma pergunta, sei bem a resposta.