sexta-feira, março 06, 2009

A indiferença que me vence

Há pessoas que não são capazes de pensar numa viagem sem pensar logo no regresso, que não são capazes de confiar sem pensar logo em trair, ler o príncipio dum livro sem pensar logo no fim, ou até mesmo comer sem pensar logo em emagrecer… Por vezes não sei se a minha inconsequência é um dom ou uma maldição, mas há dias em que me sinto assim, em que vivo assim, sem me preocupar muito se amanhã o Sol vai brilhar ou se vai chover, ou se eu vou estar cá para ver. Acho que a minha aversão a que me cobrem seja lá o que for vem daí, do assumir declaradamente a minha despreocupação. Mas não sou errante, tenho ideais, cultivo valores, honro compromissos e posso dizer com sobeja que a minha palavra vale ouro, já o provei.
A amizade colorida é apenas um nome que lhe dão, porque por mim, não me tendo comprometido (sublinhar bem esta parte), e não tendo exigido compromisso, vejo-o como um encontro fortuito, um momento de paz, uma interacção, uma troca, como duas formigas a correr em sentidos opostos, que se desviam do carreirinho e páram hesitantes em frente uma da outra como se se estivessem a cumprimentar. Sigo os meus impulsos, cumprimento a outra formiga, e deixo correr o mundo à minha volta. Hoje estou aqui, e isso é o que devia contar mais, mais do que saber se vou estar cá amanhã, porque amanhã posso estar noutro lugar, onde ninguém me venha cobrar por promessas que eu não fiz.

2 passageiros clandestinos:

Anonymous Anónimo chamou a hospedeira e disse:

O que depreendo deste post e do outro abaixo deste, é que te envolveste com alguma amiga que agora se apaixonou por ti e isso assusta-te. Acertei?

11:31 da manhã  
Blogger Curiosa Qb chamou a hospedeira e disse:

Ui… amizades coloridas.
Confesso que é termo que nunca encaixei lá muito bem. Talvez seja um maquilhar romantizado do que não tem vínculos, nem físicos nem emocionais, talvez num género de “amigos de ocasião”.
É facilitador quando os dois lados estão na mesma frequência, caso contrário é um bico-de-obra. É por estas e outras que prefiro a distinção, por si só, do “sexo casual” é uma coisa, “amizade” é outra.
Claro está que uma pode originar a outra, mas são meras hipóteses para um campo sem fórmulas.

12:00 da manhã  

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