Até podia ser Novembro
Ontem tive um daqueles dias indescritíveis: Entre ter que descer vários degraus de nível para conseguir suportar estar na mesma página da plebe humana, até ter que me elevar ao mais alto nível de altruísmo humano e de auto-sacrifício, consegui ainda paz de espírito e apanhar sol no corpo revigorado, e brisa marinha na mente exausta, música terna na alma ferida… consegui enterrar os pés na areia com o desdém de quem se lembra que há quem só enterre a cabeça na areia; enfim, consegui evadir-me e viajar por lugares distantes de onde a experiência que trago na bagagem bebeu o elixir que me permite ser sovado quando estou de joelhos, e aguentar os golpes como quem masturba expressões verbais neo-não-sei-quê do tipo “auto-depreciação”… Ontem manifestei o herói que há em mim, descontrolado é certo, my missguided sense of bravado, mas natural, genuíno, coisa rara, não estou habituado…
Basicamente impedi um assalto por esticão, verdadeiro Crocodilo Dundee mas em chinelos de praia, com uma paragem de carro à Hill Street e um rotativo na boca. Daqui não sais ladrão…! A mulher, vítima incauta, gritava no pavimento uns metro mais atrás, estridente, em pânico descontrolado, irritou-me profundamente a parva… O cúmplice do ladrão arrancou a pulissar pneus (não decorei o que era, podia ter sido um fiat uno…). O que sei é que entre os gritos de “largue-me chefe” e “fodo-te todo cabrão”, e enchi-me de lhe dar biqueiros, descalço, onde consegui que acertassem até que o filho da puta parasse quieto… Fez-se um ajuntamento de mirones e a GNR chegou, levaram-no para o quartel de Esmoriz e a mim para o posto médico dos Bombeiros para fazer um curativo num dedo do pé… Por qualquer motivo, lembrei-me de uma outra cegada, há 2 ou 3 anos atrás, essa muito mais grave, sem ser coisa de meninos ou de pit’chaubas, apenas uma daquelas cenas de tudo ou nada. Para quem não sabe, vale tudo no tudo ou nada, vale tudo quando já não se tem nada a perder…
Enfim, ao fim do dia, mesmo cheio de mim pela minha boa acção (ainda hei de me redimir por ter sido expulso dos escoteiros) e cheio da pessoa que sou e gosto de ser, não pude deixar de sentir pena do xavale lá em Esmoriz, porque metade dos biqueiros foram “overkill”, e nem eram para ele… Agora vou ser testemunha não sei quando no tribunal de Espinho…
…tenho andado tão longe de casa…
Basicamente impedi um assalto por esticão, verdadeiro Crocodilo Dundee mas em chinelos de praia, com uma paragem de carro à Hill Street e um rotativo na boca. Daqui não sais ladrão…! A mulher, vítima incauta, gritava no pavimento uns metro mais atrás, estridente, em pânico descontrolado, irritou-me profundamente a parva… O cúmplice do ladrão arrancou a pulissar pneus (não decorei o que era, podia ter sido um fiat uno…). O que sei é que entre os gritos de “largue-me chefe” e “fodo-te todo cabrão”, e enchi-me de lhe dar biqueiros, descalço, onde consegui que acertassem até que o filho da puta parasse quieto… Fez-se um ajuntamento de mirones e a GNR chegou, levaram-no para o quartel de Esmoriz e a mim para o posto médico dos Bombeiros para fazer um curativo num dedo do pé… Por qualquer motivo, lembrei-me de uma outra cegada, há 2 ou 3 anos atrás, essa muito mais grave, sem ser coisa de meninos ou de pit’chaubas, apenas uma daquelas cenas de tudo ou nada. Para quem não sabe, vale tudo no tudo ou nada, vale tudo quando já não se tem nada a perder…
Enfim, ao fim do dia, mesmo cheio de mim pela minha boa acção (ainda hei de me redimir por ter sido expulso dos escoteiros) e cheio da pessoa que sou e gosto de ser, não pude deixar de sentir pena do xavale lá em Esmoriz, porque metade dos biqueiros foram “overkill”, e nem eram para ele… Agora vou ser testemunha não sei quando no tribunal de Espinho…
…tenho andado tão longe de casa…
1 passageiros clandestinos:
Lembro-me bem dessa outra cegada. Foi noite de Quiz, se não estou em erro.
Resp: Sim.
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