segunda-feira, maio 04, 2009

Extracto de blog que já não leio

ENCANTAMENTO
Eu também gosto muito da palavra encantar! É melódica e associada ao deslumbramento com algo ou alguém que nos fascina. Eu fico encantada com a praia, com o sol, com a temperatura morna no final de um dia de Verão ou com metade de uma coca-cola gelada e com gelo, quando me sinto quente.
(...)
O conceito é, todavia, efémero e reactivo à novidade. A palavra ganha força quando nos encantamos pela 1ª vez por alguém, provavelmente porque nos assalta o medo do desencantamento. O processo roça o incontrolável, mas excluir a palavra do dicionário significa não correr o risco do desencantamento e nunca viver o encantamento.


Nunca percebi muito bem estas palavras... parece-me simplesmente desconexo da vida real, como se o prazer do encantamento fosse uma corrida a galope contra o desencantamento, ou como se o desencantamento fosse alguma inevitabilidade. Acho que está na minha natureza não complicar as coisas que não são complicadas, e nesse aspecto, ao olhar em redor, por vezes sinto que a minha natureza é solitária no meio de tantas complicações gratuitas. O encantamento que considera à partida o desencantamento não é mais do que uma ilusão, um engano auto-flagelado na alma.
As pessoas vivem atormentadas com a procura do ideal de felicidade, como se disso dependesse a sua existência e fosse a felicidade perfeita a causa maior que legitimasse as suas vidas.
Eu não gosto de viver atormentado, antes viver encantado, e a felicidade...? Dou-me por contente por não viver infeliz, por não me deixar vencer pelo facilitismo do desencantamento...
...e muitas vezes olho para mim, e tenho pena dos outros.

8 passageiros clandestinos:

Blogger nina chamou a hospedeira e disse:

O encantamento é prazer, quase sempre descoberta, revelação, admiração/ deslumbramento, adoração, desejo de união com algo ou alguém que nos "transcende" e que faz sentido (para nós). Pode ser efémero e levar ao desencantamento ou pode ser permanente, mas isso depende de N de factores... mas encantarmo-nos já com preconceito do desencanto na manga, de certeza que só pode dar em desilusão. O receio de viver o encantamento em pleno... não pode (e não deve ser) condicionado, nem controlado!

4:16 da manhã  
Anonymous Anónimo chamou a hospedeira e disse:

este é capaz de ter sido o teu melhor post nos últimos tempos. gostei imesnso!

7:42 da manhã  
Blogger Smootha chamou a hospedeira e disse:

O encantamento de facto existe.
Nunca me encanto pensando no desencantamento. Isso seria um completo absurdo e não daria qualquer sentido à vida e àquilo que sentimos. Deixaríamos de ter momentos especiais, porque à partida os estaríamos a condenar a um fim.
O desencantamento, também existe. Por vários motivos que nem valem a pena referir (penso que todos os conhecemos, uns mais, outros menos), vamos "matando" ou deixando que "matem" o arrebatamento inicial. Aquele que nos tira as palavras da boca, o ar dos pulmões e não nos deixa olhar em volta (provavelmente são as tais "figuras tristes" do post anterior...).
Logo: o desencantamento é uma consequência, não uma meta inevitável.
Bj

11:32 da manhã  
Blogger XS chamou a hospedeira e disse:

Que fatalismo o do extracto-do- blog-que-já-não-lês.... Eu prefiro estar encantada. Nem que seja por uma ilusão!

9:58 da tarde  
Blogger Piloto Automatico chamou a hospedeira e disse:

XS: Já não o leio porque a gaja já não escreve! (gargalhada)

10:01 da tarde  
Blogger Iris Restolho chamou a hospedeira e disse:

Eu recuso-me a criar expectativas, mesmo quando estou encantada por algo. Dessa forma não me desencanto, apenas me desinteresso.

Mas creio que são formas de se estar na vida, no palco, no mundo, com os outros. A verdade é que cada um procura a felicidade, da forma como a vê e, como tal, actua de acordo com essa visão. Se para alguém algo de positivo é sempre seguido de algo negativo, também vê na felicidade algo com prazo de validade e que, inevitavelmente, acabará com o inverso, ou seja, se se encanta, também se desencantará.

Não creio no entanto que isso seja reflexo da sua busca pela felicidade, até porque na realidade, nos dias que correm estamos mais preocupados em sobreviver do que em viver ou procurar seja o que for, pois falta o tempo. A felicidade, e/ou infelicidade, é assim, consequência directa dos actos aleatórios. É um reflexo da sua experiência, que tal como a tua, ou a minha, é muito própria e apenas para si faz sentido.

Eu não tenho, por isso, pena de ninguém, pois se continuam a tentar, é sinal que ainda vivem e que lutam por algo que se venha a assemelhar à felicidade, ou ao encantamento perpétuo, mesmo quando este não é a causa maior das suas vidas e apenas sua consequência.

http://30diaspara.blogspot.com/2009/04/felicidade.html

10:22 da tarde  
Blogger mac chamou a hospedeira e disse:

"As pessoas vivem atormentadas com a procura do ideal de felicidade", e por vezes o tormento é tanto que acabam por se meter com pessoas que são um lixo...

10:48 da tarde  
Blogger Gala Dmitrievna chamou a hospedeira e disse:

Todos nós em dadas alturas da vida procurámos o nosso nirvana particular.

Percebo o texto ke transcreveste da seguinte forma :

- muitas vezes desconfia-se do encantamento, talvez por ser bom demais para ser verdade, por não se saber como lidar com isso ou por não se perceber . Em consequência disso tem-se medo do sofrimento que temos a certeza que (se) há-de (v)ir e isto faz com que se mine o encantamento à partida. E que se viva atormentado por isso.

Em relação à tua opinião :

- concordo em absoluto, excepto ( ja estavas a desconfiar lol) na última parte quando dizes que tens pena dos outros. Soou-me a comparação e muito francamente os "outros" são problema "deles"

Beijo

10:16 da tarde  

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