É como diz o Rui
Ontem estive quase para comprar um telemovel novo... Encontrei-me perdido na Rua Direita de Cascais e apeteceu-me ter um daqueles telemoveis com montes de funções cirurgicas que até dão para apagar registos de chamadas um a um!
Para quem não sabe e me costuma perguntar, demoro 7 ou 8 horas de moto até Vila Real, geralmente vou devagar... Já voltei de Trás-os-montes, aliás já voltei na 2ª feira e demorei pouco mais de 3 horas e não me apetece falar sobre isso! (Nota mental para rifar a porcaria da moto antes que me torne numa estatistica).
Hoje sentei-me numa esplanada no Campo-Grande e por uns momentos apeteceu-me apedrejar o céu, senti-me a enlouquecer.
“Jura”
“Jura...”
Sentei-me sozinho, e nem a ameaça da chuva me conseguia arrancar dali, puxei da caneta e sarrabisquei num guardanapo umas ideias que me estavam a tilintar estridentemente na cabeça, palavras soltas e sem nexo que mais pareciam uma “Interferencia sensitiva” a emergir no meio da lucidez que se esvanecia...
“Banda sonora da vida / operações plásticas e o reinventar do self / whisky e auto-punição / orgulho e auto-estima / não sei lidar com o inaceitavel, nunca soube”
...e outras notas soltas e descontextualizadas, assuntos sobre os quais escreveria se tivesse ali um PC à frente. Pedi um café e fumei um cigarro sóbrio até essa sensação desagradavel desaparecer.
“Jura”
“Jura...”
Depois escrevi um esboço do nº VIII da série de poemas “Debut” (a postar brevemente). A satisfação momentânea que senti foi a excepção que confirma a regra, uma regra qualquer... Abotoei o blusão de cabedal, levantei-me e sai sem pagar, fiz de propósito, restos da minha rebeldia de adolescente arruaceiro e desafiador. Algo que sem eu conseguir controlar se está cada vez mais a apoderar de mim outra vez, uma espécie de retorno às origens, uma defesa talvêz... Desejei tanto que o empregado viesse atrás de mim para eu o mandar à merda, parvalhão, nem me trouxe o copo de àgua!
-Sim Francisco, muito maturo, muito maturo mesmo!
Ao chegar ao carro tinha dois arrumadores a contar trocos, um deles encostado ao capôt... Não resisti.
“Pá, qu’esta merda meu, ‘tás a limpar o carro?... Ò chefe desculpe?... Desculpe o caralho, baza já daqui... Baza caralho, põe-te nas putas!”
Mais tarde a minha consciência desculpou-me pela falta de humanidade que mostrei ao arrumador, e a cabeçada que não lhe dei cá fica à espera, como uma bomba com o relógio avariado, uma ratoeira armada à espera que lhe venham mexer no engodo.
Não me reconheci, desmarquei o encontro que tinha às 3 horas e conduzi por ruas e avenidas de Lisboa durante mais de 1 hora, vi o Tejo, o Aeroporto, o Marquês, o Areeiro, o Jardim Zoológico, e o Castelo de S. Jorge. Passei em frente às casas de duas das minhas irmãs mas já há algum tempo que perdi a vontade (e a coragem) de lá bater à porta. Vim acabar junto da Expo ainda não eram 4 da tarde, estacionei e fui ver as montras do Vasco da Gama. ...Nem dei conta de ter comprado bilhete, mas haverá algo mais triste do que ir ao cinema sózinho, à tarde, num dia de semana?
A noite abraçou-me e apercebi-me que passei o dia a trautear um refrão irritante que não me deixava “ouvir” nenhuma outra música:
“Jura”
“Jura...”
Ao fim do dia, ao chegar a casa fez-se luz...
Descobri que era o Rui Veloso que eu estava cantar e não a porcaria do genérico da novela, pesquisei a letra da música na Internet, bem bonita, como sempre e até podia ser resumida num unico verso, o último
Descobri também que já algum tempo que tenho em casa um desses telemoveis com funções cirurgicas que até servem para apagar os registos de chamadas um a um.
F
Para quem não sabe e me costuma perguntar, demoro 7 ou 8 horas de moto até Vila Real, geralmente vou devagar... Já voltei de Trás-os-montes, aliás já voltei na 2ª feira e demorei pouco mais de 3 horas e não me apetece falar sobre isso! (Nota mental para rifar a porcaria da moto antes que me torne numa estatistica).
Hoje sentei-me numa esplanada no Campo-Grande e por uns momentos apeteceu-me apedrejar o céu, senti-me a enlouquecer.
“Jura”
“Jura...”
Sentei-me sozinho, e nem a ameaça da chuva me conseguia arrancar dali, puxei da caneta e sarrabisquei num guardanapo umas ideias que me estavam a tilintar estridentemente na cabeça, palavras soltas e sem nexo que mais pareciam uma “Interferencia sensitiva” a emergir no meio da lucidez que se esvanecia...
“Banda sonora da vida / operações plásticas e o reinventar do self / whisky e auto-punição / orgulho e auto-estima / não sei lidar com o inaceitavel, nunca soube”
...e outras notas soltas e descontextualizadas, assuntos sobre os quais escreveria se tivesse ali um PC à frente. Pedi um café e fumei um cigarro sóbrio até essa sensação desagradavel desaparecer.
“Jura”
“Jura...”
Depois escrevi um esboço do nº VIII da série de poemas “Debut” (a postar brevemente). A satisfação momentânea que senti foi a excepção que confirma a regra, uma regra qualquer... Abotoei o blusão de cabedal, levantei-me e sai sem pagar, fiz de propósito, restos da minha rebeldia de adolescente arruaceiro e desafiador. Algo que sem eu conseguir controlar se está cada vez mais a apoderar de mim outra vez, uma espécie de retorno às origens, uma defesa talvêz... Desejei tanto que o empregado viesse atrás de mim para eu o mandar à merda, parvalhão, nem me trouxe o copo de àgua!
-Sim Francisco, muito maturo, muito maturo mesmo!
Ao chegar ao carro tinha dois arrumadores a contar trocos, um deles encostado ao capôt... Não resisti.
“Pá, qu’esta merda meu, ‘tás a limpar o carro?... Ò chefe desculpe?... Desculpe o caralho, baza já daqui... Baza caralho, põe-te nas putas!”
Mais tarde a minha consciência desculpou-me pela falta de humanidade que mostrei ao arrumador, e a cabeçada que não lhe dei cá fica à espera, como uma bomba com o relógio avariado, uma ratoeira armada à espera que lhe venham mexer no engodo.
Não me reconheci, desmarquei o encontro que tinha às 3 horas e conduzi por ruas e avenidas de Lisboa durante mais de 1 hora, vi o Tejo, o Aeroporto, o Marquês, o Areeiro, o Jardim Zoológico, e o Castelo de S. Jorge. Passei em frente às casas de duas das minhas irmãs mas já há algum tempo que perdi a vontade (e a coragem) de lá bater à porta. Vim acabar junto da Expo ainda não eram 4 da tarde, estacionei e fui ver as montras do Vasco da Gama. ...Nem dei conta de ter comprado bilhete, mas haverá algo mais triste do que ir ao cinema sózinho, à tarde, num dia de semana?
A noite abraçou-me e apercebi-me que passei o dia a trautear um refrão irritante que não me deixava “ouvir” nenhuma outra música:
“Jura”
“Jura...”
Ao fim do dia, ao chegar a casa fez-se luz...
Descobri que era o Rui Veloso que eu estava cantar e não a porcaria do genérico da novela, pesquisei a letra da música na Internet, bem bonita, como sempre e até podia ser resumida num unico verso, o último
Descobri também que já algum tempo que tenho em casa um desses telemoveis com funções cirurgicas que até servem para apagar os registos de chamadas um a um.
F
3 passageiros clandestinos:
Só preciso de um Télélé que faça chamadas e envie mensagens!
K tarde "animada"... Ir ao cinema sozinho não é triste. Passear por Lisboa menos ainda. Acho um programa calmante para dias angustiantes ;)
Há dias macacos, pois há...
mas queres animal mais divertido que o macaco?
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