Silêncio Violento
Às vezes simplesmente fico calado. Aprendi a ficar calado, a não exteriorizar comentários inflamatórios. Fico calado como quem diz que mêto "para dentro". Às vezes a vontade de gritar "-Basta!" é tão grande que me calo para não perder a voz.
Há vezes em que não falo, reservo-me no silêncio violento... Outras vezes digo tudo o que tenho para dizer, mas sei que ninguém me vai perceber!
Fiz outra viagem de mota
sem mapa e sempre a andar
Desta vez mudei a rota
mas acabei no mesmo lugar
Refugiei-me no silêncio violento
no barulho da música a respirar
Gostava de gritar ao vento
até a minha voz sangrar
Escrevo a vermelho sem côr
como se a tinta fosse vinho
e escreveria a minha dor
nem que estivesse no Minho
Mas por mais que escreva palavras
como se pintasse uma tela
escrevo sempre por duas lavras
que arde dos dois lados a vela
...e olho para dentro de mim
a batalhar sem ter canhão
e digo a tudo que sim
quando devia dizer não
Tenho mil poemas para escrever
ideias que me correm na mente
mas a caneta é sangue a escorrer
são mágoas que a alma sente
Então aumento o volume do som
rebento os timpanos com memórias
as cores da vida perdem o tom
e revivo as mesmas histórias
Não me consigo libertar
da tal prisão em mim
já nem consigo gritar
só digo a tudo que sim
Se escrevo tenho esperança
há algo em mim que insiste
é um canivete, não é uma lança
mas ainda tenta e resiste
Se a escrita não libertar
talvez me possa ajudar
a esquecer-me deste lugar
de onde não consigo escapar
Só eu sei o que estou a sentir
trago o mundo nos meus ombros
mas mesmo num mundo de escombros
Eu nunca hei de fugir
Por isso continuo a escrever
pendurado na canêta
que é arma para defender
sem balas nem baioneta
Calado vou andando em frente
no silêncio que abafa a dor
mas dentro da minha mente
está um barulho ensurdecedor
(Escrito a 14 de Agosto de 2006)
Há vezes em que não falo, reservo-me no silêncio violento... Outras vezes digo tudo o que tenho para dizer, mas sei que ninguém me vai perceber!
Fiz outra viagem de mota
sem mapa e sempre a andar
Desta vez mudei a rota
mas acabei no mesmo lugar
Refugiei-me no silêncio violento
no barulho da música a respirar
Gostava de gritar ao vento
até a minha voz sangrar
Escrevo a vermelho sem côr
como se a tinta fosse vinho
e escreveria a minha dor
nem que estivesse no Minho
Mas por mais que escreva palavras
como se pintasse uma tela
escrevo sempre por duas lavras
que arde dos dois lados a vela
...e olho para dentro de mim
a batalhar sem ter canhão
e digo a tudo que sim
quando devia dizer não
Tenho mil poemas para escrever
ideias que me correm na mente
mas a caneta é sangue a escorrer
são mágoas que a alma sente
Então aumento o volume do som
rebento os timpanos com memórias
as cores da vida perdem o tom
e revivo as mesmas histórias
Não me consigo libertar
da tal prisão em mim
já nem consigo gritar
só digo a tudo que sim
Se escrevo tenho esperança
há algo em mim que insiste
é um canivete, não é uma lança
mas ainda tenta e resiste
Se a escrita não libertar
talvez me possa ajudar
a esquecer-me deste lugar
de onde não consigo escapar
Só eu sei o que estou a sentir
trago o mundo nos meus ombros
mas mesmo num mundo de escombros
Eu nunca hei de fugir
Por isso continuo a escrever
pendurado na canêta
que é arma para defender
sem balas nem baioneta
Calado vou andando em frente
no silêncio que abafa a dor
mas dentro da minha mente
está um barulho ensurdecedor
(Escrito a 14 de Agosto de 2006)
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