A adaptação dos sentidos
Vejo uma mancha, uma tonalidade de cinza que tinge o ecran... Não vejo nada sem óculos.
Ouço música, sinto o cheiro do Verão ainda distante, falo sózinho e toco no mundo.
Vejo a vida assim, enublada.
O princípio foi há tanto tempo, foi um começo, fartei-me de o escrever, descrever, re-escrever, ler e re-ler... Fartei-me de o viver, intensamente, re-viver apaixonadamente, e lembrar, eternamente. Escrever mais, e mais, e mais...
Escrever até vir um re-começo, vem sempre...
"E entretanto o tempo fez cinza da brasa
e outra maré cheia virá da maré vaza
nasce um novo dia e no braço outra asa"
Já me acusaram de viver atormentado com o meu passado, como se o passado fosse um mal que me consome, um virús que me deteriora por dentro, um ácido que me corrói a alma... Acusaram-me, senti-o, acusaram-me de viver no engano que o passado é muito bom. Acusaram o meu passado de ser fonte do meu mal... Acusaram-me de ver e re-ver no passado alguém que já não sou.
Não vejo mais do que uma mancha de cinza que tinge o ecran, mas ouço os putos que gritam e brincam à minha volta, sinto o cheiro do fumo do cigarro, falo sózinho e martelo nas teclas com força demais.
Sinto o passado e sei porque sou assim. Sinto o presente e sinto quem sou, lembro o (meu) passado e sei exactamente porque sou assim, e sei para onde vou.
Ouço música, sinto o cheiro do Verão ainda distante, falo sózinho e toco no mundo.
Vejo a vida assim, enublada.
O princípio foi há tanto tempo, foi um começo, fartei-me de o escrever, descrever, re-escrever, ler e re-ler... Fartei-me de o viver, intensamente, re-viver apaixonadamente, e lembrar, eternamente. Escrever mais, e mais, e mais...
Escrever até vir um re-começo, vem sempre...
"E entretanto o tempo fez cinza da brasa
e outra maré cheia virá da maré vaza
nasce um novo dia e no braço outra asa"
Já me acusaram de viver atormentado com o meu passado, como se o passado fosse um mal que me consome, um virús que me deteriora por dentro, um ácido que me corrói a alma... Acusaram-me, senti-o, acusaram-me de viver no engano que o passado é muito bom. Acusaram o meu passado de ser fonte do meu mal... Acusaram-me de ver e re-ver no passado alguém que já não sou.
Não vejo mais do que uma mancha de cinza que tinge o ecran, mas ouço os putos que gritam e brincam à minha volta, sinto o cheiro do fumo do cigarro, falo sózinho e martelo nas teclas com força demais.
Sinto o passado e sei porque sou assim. Sinto o presente e sinto quem sou, lembro o (meu) passado e sei exactamente porque sou assim, e sei para onde vou.
2 passageiros clandestinos:
...e gosto de ser assim!
E acho mto bem :)
Se tu não gostares de ti, quem gostará?
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