sábado, dezembro 04, 2004

Para que a noite resista...

Resistem os tempos, resiste o frio na rua e resiste a noite, persiste, insiste e depois desiste... A minha vontade era agora de estar noutro lugar, noutra cidade.

De uma saida a noite resulta um copo a mais e de um olhar furtivo numa direccao com menos luz surge uma estranha a roubar-me a solidao (estava tao bem sozinho no meu canto do balcao) e a historia repete-se, a historia de mim... Foi como se nao tivessem passado quase 10 anos. Tudo por um olhar turvo na direccao errada.

Mas tal como a noite, resisti, sorri, falei e contei historias, deslumbrei (prefiro pensar que sim)... depois agradeci a conversa, levantei-me e voltei para o frio da rua... As margens do Danubio estao enfeitadas com luzes de natal e o nevoeiro acentua-lhes o misterio. Voltei a pe para o hotel, o frio e a noite apressaram-me o passo e a vontade de vir ouvir musica (que nao me ferisse os ouvidos) fez com que nem tirasse as maos dos bolsos para fumar aquele cigarro merecido.

Pensei em deprimir um bocadinho, em ter pena de mim ao sentar-me em frente a janela e olhar para o vazio negro da noite... "I have become, the Invisible Man"

Tenho sido forte, talvez forte demais, tenho aguentado provas dificeis, dissabores e desilusoes sucessivas... sinto-me cada vez mais a enfraquecer...

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