Troia
Tudo caríssimo, tudo diferente do que me lembro, não tenho nada a ver com este lugar, a cama do quarto é grande demais para o vazio do bar, perco-me em arrependimentos e escolhas erradas, devia ter continuado viagem, estou tão cansado...
Lembro-me de outras passagens por Tróia, outras "voltas", tantas, a passar pela península de Setubal a caminho da Lagoa de Santo André, ou da Comporta (antes daquilo se tornar numa banalizada versão da mediocridade da Caparica). Lembro-me dos golfinhos do Sado e do tremer do ferry, da Virago no convés como um leme imponente e do calor da estrada a acariciar-me o rosto, da minha Beretta a rasgar o silêncio da noite e da adrenalina que isso libertava em antecipação da areia branca, das ondas perfeitas para fazer carreirinhas e das marés vazas para fazer skimming...
Ainda bem que o bar estava vazio, ainda bem que a cama é grande, ainda bem que estou de férias (na mais completa possivel abrangência do termo), ainda bem que levei a bom porto o meu propósito do dia de hoje (boa onda!), ainda bem que acredito que acabam aqui as estragações do corpo a que me entreguei nas duas últimas semanas, ainda bem que o bar do hotel estava vazio (insisto neste ponto), ainda bem que o hotel não tem canais pornograficos, ainda bem que trouxe um livro, afinal, ainda bem que não continuei viagem, porque já estou com vontade de voltar para trás.
Lembrei-me também de uma passagem em particular, memoravel, cumplice e destemida.
Ainda bem que a memória é intemporal.
No rescaldo do meu final de tarde à beira rio, pelo caminho, lembrei-me, constatei, que não me enganei, e que por vezes as pessoas em quem mais confiamos são justamente as pessoas que quando o assunto é a doer, falham redondamente na gestão da verdade, ou da mentira, ou das duas coisas. Por vezes há que manter a face a qualquer preço. É compreensivel.
Vou dormir a ouvir o mar...
Lembro-me de outras passagens por Tróia, outras "voltas", tantas, a passar pela península de Setubal a caminho da Lagoa de Santo André, ou da Comporta (antes daquilo se tornar numa banalizada versão da mediocridade da Caparica). Lembro-me dos golfinhos do Sado e do tremer do ferry, da Virago no convés como um leme imponente e do calor da estrada a acariciar-me o rosto, da minha Beretta a rasgar o silêncio da noite e da adrenalina que isso libertava em antecipação da areia branca, das ondas perfeitas para fazer carreirinhas e das marés vazas para fazer skimming...
Ainda bem que o bar estava vazio, ainda bem que a cama é grande, ainda bem que estou de férias (na mais completa possivel abrangência do termo), ainda bem que levei a bom porto o meu propósito do dia de hoje (boa onda!), ainda bem que acredito que acabam aqui as estragações do corpo a que me entreguei nas duas últimas semanas, ainda bem que o bar do hotel estava vazio (insisto neste ponto), ainda bem que o hotel não tem canais pornograficos, ainda bem que trouxe um livro, afinal, ainda bem que não continuei viagem, porque já estou com vontade de voltar para trás.
Lembrei-me também de uma passagem em particular, memoravel, cumplice e destemida.
Ainda bem que a memória é intemporal.
No rescaldo do meu final de tarde à beira rio, pelo caminho, lembrei-me, constatei, que não me enganei, e que por vezes as pessoas em quem mais confiamos são justamente as pessoas que quando o assunto é a doer, falham redondamente na gestão da verdade, ou da mentira, ou das duas coisas. Por vezes há que manter a face a qualquer preço. É compreensivel.
Vou dormir a ouvir o mar...
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