terça-feira, junho 21, 2011

Agradecer...

Com o passar dos anos debato-me frequentemente com a prerrogativa de por vezes me emocionar facilmente, descontroladamente, e detesto essa espécie de Kriptonite que me engasga a voz e me tolda a visão, por vezes quando mais firme preciso que a voz seja, e mais acutilante preciso de ter a visão... enfim, tenho-me habituado tanto quanto tenho conseguido controlar e vencer essa nem-sei-que-lhe-chame
que se apodera de mim. Seguramente algum desiquilibrio emocional qualquer com que o peso dos anos e as facadas da vida me têm presenteado e o qual tenho adiado resolver (talvez porque a lágrima alimenta a raiva e a raiva é um combustivel potentíssimo em certas alturas!). Adiante.
Não me importo contudo de me emocionar em algumas circunstâncias (nota mental para desenvolver este ponto), quando o sabor salgado que broto dos olhos me escorre pela face até me encharcar os lábios e se torna num elixir revigorante, quando a emoção é assolapadora e resulta do mero acto de agradecer a alguém, alguém que mereça as minhas lágrimas. Enquanto assim for, as minhas lágrimas não se perdem.

1 passageiros clandestinos:

Anonymous Anónimo chamou a hospedeira e disse:

ninguém merece lágrimas
isso é um paradoxo

9:23 da tarde  

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