Fico completamente atónito com algumas das coisas que leio por essa internet fora... "A escolha do que lês é tua" dizem-me... Certo, sou eu que escolho passar por alguns sitios, blogs e afins, e faço-o na esperança, justifico-me, de lá encontrar a redenção alheia pelas trapalhadas que lá li anteriormente, mas é em vão...
As pessoas insistem, anos a fio, em transpor para a escrita as tragi-comédias das suas vidinhas vazias e descaracterizadas, como se de algum feito extravazado do ordinário se tratasse, mais do que fracos episódios de quotidianos desinspirados e triviais, e com eles regurgitam palavras escolhidas da montra de saldos de 7$50, palavras de cores berrantes, encadeadas aos pares num composto de escrita matricial, despersonalizada, mediocre sub-produto de um qualquer workshop de escrita criativa, sem alma no estilo nem garra na pena nem sangue na tinta, sem sabor, sem sensibilidade, sem nada a que se lhe possa chamar seu, sem brio algum que transite de volta para a tal vidinha real. As pessoas - algumas pessoas - são o espelho do mau gosto ecléctico, do bimbo, do gostava de ser diferente, do dejecto estridente que se cola entalado entre a eventual beleza natural do primitivo e a ascendente decadência do banal arbitrário. Devia haver "bolinha vermelha" para sitios assim, avisos do género:
Se leres isto arriscas-te a seres contaminado pelo mau-gosto e ficares burro!
Efectivamente, pode-se tirar uma pessoa das barracas, mas as barracas nunca saiem da pessoa!