Memória do Verão (versão 2.0)
Lembro-me de ter escrito no fim da Primavera que o “Verão pode ser quente, mas o Inverno é longo”. Sem saber exactamente como ou porquê, por artes mágicas, ao escrever estas palavras traçava assim um destino alheio …a intuição é um instrumento infalivel, uma arma de defesa, uma mais-valia, uma verdadeira benção embora por vezes mais pareça uma maldição. Mas por via das dúvidas confio sempre na minha intuição, nunca me deixou mal...
O meu Verão passou depressa e foi mais atribulado do que é costume, a voar baixinho, ou não… Fiz tudo o que tinha a fazer e mais ainda que há muito me sentia privado de poder fazer. O Verão rendeu, agora há que fazer render o Inverno (ópá, e já começou bem!). Adiante.
Passei o Verão entre praias e lágrimas, entre paixões tórridas e multiplos orgasmos, entre travessias da ponte e a percorer o eixo norte-sul vezes sem conta, entre deliciosos momentos à beira-rio e jantares em locais onde nunca tinha estado antes, entre noitadas de conversa e auto-reclusões de meditação, entre o lamber as feridas e toque morno de uma pele perfeita nos meus lábios… Fiz viagens, passeios, escrevi, li, vi, ouvi e contei, fiz surf na Caparica após 10 anos sem pegar numa prancha, fui a mais concertos do que me lembro, vivi folias e tropelias e danças e noites em claro e manhãs ressacadas… Fiz caridade e voluntariado, despedi-me do emprego, estive desempregado e chamei-lhe férias, fiz planos, mudei de casa várias vezes, voltei a fazer exercicio físico e recuperei o corpinho danone, conheci gente fantástica e gente mediocre, fartei-me de andar de Virago e re-aprendi a fazer cavalinhos de XT, caí do animal e tornei a monta-lo mesmo estando esfolado, não deixei de fumar mas deixei de ter asma, voltei a ocupar um cargo de Direcção e fotografei o Pôr-do-Sol até me fartar. Celebrei com entusiasmo o nascimento da criança mais desejada e amada do mundo, que nem conheço, mas que adoro com os olhos de quem a não vê, sobrevivi às tempestades e às saudades e gradualmente voltei a experimentar o sabor de pequenas vitórias diárias. Desforrei-me do passado com um Verão em grande, e mesmo quando tudo tremeu e parecia voltar a conspirar para me foder, mantive a cabeça erguida e o peito inchado e avancei sem mêdo... Porque eu só sei fazer as coisas assim.
Sinto-me satizfeito comigo próprio e com as escolhas que fiz, com os rumos que tomei e com as pessoas com quem convivi. Não tenho arrependimentos nem rancores nem nada a desculpar a ninguém, mas também não devo nada a ninguém, nem tenho nada a temer e muito menos a perder! A satizfação pessoal é um sentimento elevado, não tem preço, não é para quem quer é para quem pode, para quem luta por isso, para quem nunca desiste de tentar. Mereço bem a minha satizfação pessoal e embriago-me na antecipação de tudo o que ainda está para vir.
No decorrer do Verão passei praticamente o mês todo de Agosto em Trás-os-Montes. Fui a um casamento no meu dia de anos e ainda não li a única prenda de aniversário que recebi. Este ano baldei-me à vindíma e à azeitona, não joguei sueca nem matraquilhos, não tomei banho no rio e não fui ao arraial… este ano não foi um ano normal. Mas fartei-me de passear na minha acelera Peugeot e deliciei-me vezes sem conta com moscatel com sabor a mel, e por momentos parecia que sentir o vento quente na cara era tudo o que precisava para esfoliar a alma… Ajudou bastante, tal como ajudou tudo o que escrevi enquanto lá andei.
Tive o Verão que consegui ter, sem artificialidades nem influências nem vaidades.
…e porque isto é um blog que às vezes até tem posts sobre viagens, no próximo fim-de-semana vou voltar a Trás-os-Montes.
Torna-se recorrente:
O bom filho a casa torna.
O meu Verão passou depressa e foi mais atribulado do que é costume, a voar baixinho, ou não… Fiz tudo o que tinha a fazer e mais ainda que há muito me sentia privado de poder fazer. O Verão rendeu, agora há que fazer render o Inverno (ópá, e já começou bem!). Adiante.
Passei o Verão entre praias e lágrimas, entre paixões tórridas e multiplos orgasmos, entre travessias da ponte e a percorer o eixo norte-sul vezes sem conta, entre deliciosos momentos à beira-rio e jantares em locais onde nunca tinha estado antes, entre noitadas de conversa e auto-reclusões de meditação, entre o lamber as feridas e toque morno de uma pele perfeita nos meus lábios… Fiz viagens, passeios, escrevi, li, vi, ouvi e contei, fiz surf na Caparica após 10 anos sem pegar numa prancha, fui a mais concertos do que me lembro, vivi folias e tropelias e danças e noites em claro e manhãs ressacadas… Fiz caridade e voluntariado, despedi-me do emprego, estive desempregado e chamei-lhe férias, fiz planos, mudei de casa várias vezes, voltei a fazer exercicio físico e recuperei o corpinho danone, conheci gente fantástica e gente mediocre, fartei-me de andar de Virago e re-aprendi a fazer cavalinhos de XT, caí do animal e tornei a monta-lo mesmo estando esfolado, não deixei de fumar mas deixei de ter asma, voltei a ocupar um cargo de Direcção e fotografei o Pôr-do-Sol até me fartar. Celebrei com entusiasmo o nascimento da criança mais desejada e amada do mundo, que nem conheço, mas que adoro com os olhos de quem a não vê, sobrevivi às tempestades e às saudades e gradualmente voltei a experimentar o sabor de pequenas vitórias diárias. Desforrei-me do passado com um Verão em grande, e mesmo quando tudo tremeu e parecia voltar a conspirar para me foder, mantive a cabeça erguida e o peito inchado e avancei sem mêdo... Porque eu só sei fazer as coisas assim.
Sinto-me satizfeito comigo próprio e com as escolhas que fiz, com os rumos que tomei e com as pessoas com quem convivi. Não tenho arrependimentos nem rancores nem nada a desculpar a ninguém, mas também não devo nada a ninguém, nem tenho nada a temer e muito menos a perder! A satizfação pessoal é um sentimento elevado, não tem preço, não é para quem quer é para quem pode, para quem luta por isso, para quem nunca desiste de tentar. Mereço bem a minha satizfação pessoal e embriago-me na antecipação de tudo o que ainda está para vir.
No decorrer do Verão passei praticamente o mês todo de Agosto em Trás-os-Montes. Fui a um casamento no meu dia de anos e ainda não li a única prenda de aniversário que recebi. Este ano baldei-me à vindíma e à azeitona, não joguei sueca nem matraquilhos, não tomei banho no rio e não fui ao arraial… este ano não foi um ano normal. Mas fartei-me de passear na minha acelera Peugeot e deliciei-me vezes sem conta com moscatel com sabor a mel, e por momentos parecia que sentir o vento quente na cara era tudo o que precisava para esfoliar a alma… Ajudou bastante, tal como ajudou tudo o que escrevi enquanto lá andei.
Tive o Verão que consegui ter, sem artificialidades nem influências nem vaidades.
…e porque isto é um blog que às vezes até tem posts sobre viagens, no próximo fim-de-semana vou voltar a Trás-os-Montes.
Torna-se recorrente:
O bom filho a casa torna.
5 passageiros clandestinos:
Manda beijinhos nossos à Dª Marta.
J.A.
Tudo isso e chegaste aqui.
Soa-me a sobrevivente ;)
Beijo grande
Tantas palavras.
Bastava-te dizer que estás em paz.
Porco! espero que esses cavalinhos na XT não tenham sido na minha!! grande malandro!!! Sobrinho mitrado.
Palhaço! Claro que não, a tua XT é muito "delicada" para se andar nela à séria! Foi na XT 650 supermotard de uma xavale de St Eugénia. Dá-lhe agora Sobrinho!
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