Le fabuleux alarme anti-viol
Estudei em França e em Inglaterra num programa de Dupla-Licenciatura de Gestão e Relações Internacionais que me obrigou a passar 8 anos fora de Portugal.
Inspirado num post da PeCoLa lembrei-me de um episódio que se passou comigo no meu 2º ano, estava na École Supérieure de Commerce de Bordeaux e para a disciplina de Marketing estratégico tinhamos que fazer um trabalho de grupo que consistia em fazer a simulação do lançamento de A a Z de um produto, desde o desenvolvimento até à comercialização, passando por todas as etapas. O produto teria que ser ou inovador ou pelo menos novo no(s) mercado(s) em que fosse lançado.No meu grupo, para além de mim estavam 2 alemães, 1 francesa e 1 espanhol. Não demorei muito a incompatibilizar-me com os alemães e propuz à professora fazer o trabalho sózinho. Embora com reserva (porque a avaliação desse trabalho validaria um semestre) ela aceitou.
Mãos à obra e, após várias noitadas solitárias na biblioteca chegou o dia de fazer a apresentação do meu trabalho, do meu produto inovador. Notei que havia expectativa pelo facto de eu ter feito sózinho o trabalho de 5 pessoas, mas mal anunciei o meu produto instalou-se um certo ar de gozo no anfiteatro.
O que me ocorreu foi um alarme pessoal anti-violação (A ideia surgiu por esse dispositivo, que não existe em França, existir de facto em Inglaterra sendo inclusive distribuido gratuitamente pelas Universidades às alunas).
A presentação correu bem e estavam bem defendidas todas as etapas do “lançamento” do meu produto. Durante a apresentação socorri-me de algumas passagens lúdicas para descartar a carga emocional inerente a um produto daquela natureza. Serviu para aliviar a pressão. No fim, em género de remate, libertei algumas estatisticas que recolhi sobre a criminalidade em França, nomeadamente sobre violações. Assim, tendo préviamente contado que havia 19 raparigas na audiência (20 com a professora, que por sinal estava grávida), anunciei que estatisticamente, em França, 1 em 10 mulheres será violada pelo menos uma vez durante a vida. Os ânimos acalmaram, depois personalizei a coisa anunciando que das 20 mulheres presentes, estatisticamente “duas de vocês já foram ou vaõ ser violadas”. Pausa... Silêncio... Alguns rapazes esboçaram sorrisos e risos maliciosos. “O que quer dizer que estatisticamente, dois de vocês serão os violadores”. Pausa... Silêncio...
...e um aplauso que ainda hoje me faz sentir orgulhoso.
Passados 2 anos, estava em Inglaterra no 4º ano e cruzei-me com um gajo do 3º ano do meu curso, acabadinho de chegar de França. Perguntei-lhe sobre professores e cenas da Escola e das aulas e sobre a tal professora, se tinha tido menino ou menina? Falamos sobre os trabalhos de grupo e ele contou-me que adorava essa disciplina e adorou esse trabalho, e que a professora tinha dado o exemplo de um estudante do 4º ano que tinha feito o trabalho sózinho sobre... e eu interropi-o “...um alarme pessoal anti-violação”. O Chavale ficou parvo, por estar a falar comigo, tinha sido o meu trabalho e o “meu” produto que a professora usara como exemplo para os caloiros.
Aí sim senti-me verdadeiramente orgulhoso, os aplausos tinham servido apenas massajar o ego.
Acho que tive 17 a Marketing nesse semestre.
Inspirado num post da PeCoLa lembrei-me de um episódio que se passou comigo no meu 2º ano, estava na École Supérieure de Commerce de Bordeaux e para a disciplina de Marketing estratégico tinhamos que fazer um trabalho de grupo que consistia em fazer a simulação do lançamento de A a Z de um produto, desde o desenvolvimento até à comercialização, passando por todas as etapas. O produto teria que ser ou inovador ou pelo menos novo no(s) mercado(s) em que fosse lançado.No meu grupo, para além de mim estavam 2 alemães, 1 francesa e 1 espanhol. Não demorei muito a incompatibilizar-me com os alemães e propuz à professora fazer o trabalho sózinho. Embora com reserva (porque a avaliação desse trabalho validaria um semestre) ela aceitou.
Mãos à obra e, após várias noitadas solitárias na biblioteca chegou o dia de fazer a apresentação do meu trabalho, do meu produto inovador. Notei que havia expectativa pelo facto de eu ter feito sózinho o trabalho de 5 pessoas, mas mal anunciei o meu produto instalou-se um certo ar de gozo no anfiteatro.
O que me ocorreu foi um alarme pessoal anti-violação (A ideia surgiu por esse dispositivo, que não existe em França, existir de facto em Inglaterra sendo inclusive distribuido gratuitamente pelas Universidades às alunas).
A presentação correu bem e estavam bem defendidas todas as etapas do “lançamento” do meu produto. Durante a apresentação socorri-me de algumas passagens lúdicas para descartar a carga emocional inerente a um produto daquela natureza. Serviu para aliviar a pressão. No fim, em género de remate, libertei algumas estatisticas que recolhi sobre a criminalidade em França, nomeadamente sobre violações. Assim, tendo préviamente contado que havia 19 raparigas na audiência (20 com a professora, que por sinal estava grávida), anunciei que estatisticamente, em França, 1 em 10 mulheres será violada pelo menos uma vez durante a vida. Os ânimos acalmaram, depois personalizei a coisa anunciando que das 20 mulheres presentes, estatisticamente “duas de vocês já foram ou vaõ ser violadas”. Pausa... Silêncio... Alguns rapazes esboçaram sorrisos e risos maliciosos. “O que quer dizer que estatisticamente, dois de vocês serão os violadores”. Pausa... Silêncio...
...e um aplauso que ainda hoje me faz sentir orgulhoso.
Passados 2 anos, estava em Inglaterra no 4º ano e cruzei-me com um gajo do 3º ano do meu curso, acabadinho de chegar de França. Perguntei-lhe sobre professores e cenas da Escola e das aulas e sobre a tal professora, se tinha tido menino ou menina? Falamos sobre os trabalhos de grupo e ele contou-me que adorava essa disciplina e adorou esse trabalho, e que a professora tinha dado o exemplo de um estudante do 4º ano que tinha feito o trabalho sózinho sobre... e eu interropi-o “...um alarme pessoal anti-violação”. O Chavale ficou parvo, por estar a falar comigo, tinha sido o meu trabalho e o “meu” produto que a professora usara como exemplo para os caloiros.
Aí sim senti-me verdadeiramente orgulhoso, os aplausos tinham servido apenas massajar o ego.
Acho que tive 17 a Marketing nesse semestre.
4 passageiros clandestinos:
Eu estudei no industrial de Ribeirão Preto, e a gente roubava os vidros de azeitona da cantina. Bem, achei que seria legal dizer isso, rsrs
Antes de mais Parabéns pelo novo look ...
Gostei muito do Calimero ...!
Uma verdadeira e boa memória dos meus tempos de universidade!
È bom sentirmos que um dia ficámos na história ou deixámos um marco!
Também sempre gostei de trabalhar sózinho! Não sei, parece que temos mais liberdade ...!
Um abraço da matilde e cª!
Deves ser perfeccionista naquilo que fazes, não? :)
p.s. Prazer e Trabalho - o segredo para o sucesso.
És Português e basta.
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