Um brinde ao Chico-Escuro
O chico-escuro era o momento, na velhinha RTP a preto-e-branco, que marcava o fim do meu dia de puto e assinalava a hora de eu me ir deitar…
Geralmente durante o tempo de aulas acordava tabelado pela hora de ir para a escola, ao que se seguia um duche que detestava porque a minha Mãe insistia que eu usasse o sabonete, e de seguida vinha o pequeno-almoço de campeão onde eu fazia geralmente uma birra para não comer os flocos de aveia.
Depois do turno da manhã na escola, vinha o almoço, adorava a sensação de liberdade de vir sozinho da escola (a 1 Km de casa) para almoçar e recuperar as energias gastas com as coboiadas do recreio das 10:30h.
Depois voltava para o turno da tarde ao fim do qual, depois das futeboladas na praceta, tinha o lanche. Geralmente era o meu pitéu preferido, uma tigela de sopas de bolachas Maria em leite morno. Lembro-me que não havia varinha-mágica em minha casa e se queria papas tipo Cerelac ou Nestum tinha que as fazer eu… Rapazinho inventivo, metia uma colherada de bolachas e leite na boca, mastigava-as e bochechava-as muito bem e cuspia-as de volta para a tigela, repetia o ritual as vezes necessárias até estar tudo tão “passadinho” que até dava para comer com uma palhina. Claro que de vez em quando era apanhado em flagrante e levava uma palmada, mas nada de grave.
Depois fazia os deveres da escola (esta tarefa nem sempre era levada a cabo), brincava com os Legos ou fazia um desenho e depois do meu Pai chegar do trabalho vinha o Jantar que geralmente também era uma actividade copiosamente negociada:
Para comer verduras tinha que ser subornado com uma ida ao café com o meu Pai, ovos só se fossem estrelados e com esparguete para eu misturar a gema tipo gouache, arroz comia todo o quisessem que eu comesse, batatas fritas idem, cenouras só às rodelas, ervilhas nem vê-las, carne só se ma cortassem que era canhoto e não me ajeitava com a faca, peixe só se fosse atum de conserva, mas pouco, e quando a refeição era bacalhau lá tinha a minha Mãe que me fazer uma omeleta para eu não destruir o ambiente familiar com uma birra bizantina até à meia-noite.
Depois do jantar, quando o meu Pai tinha paxôrra jogávamos Xadrez e ele deixava-me ganhar perto da hora do Chico-escuro.
Depois, xixi, lavar os dentes, lavar os pés (mais uma birra), beijinho ao papá e cama!
Geralmente durante o tempo de aulas acordava tabelado pela hora de ir para a escola, ao que se seguia um duche que detestava porque a minha Mãe insistia que eu usasse o sabonete, e de seguida vinha o pequeno-almoço de campeão onde eu fazia geralmente uma birra para não comer os flocos de aveia.
Depois do turno da manhã na escola, vinha o almoço, adorava a sensação de liberdade de vir sozinho da escola (a 1 Km de casa) para almoçar e recuperar as energias gastas com as coboiadas do recreio das 10:30h.
Depois voltava para o turno da tarde ao fim do qual, depois das futeboladas na praceta, tinha o lanche. Geralmente era o meu pitéu preferido, uma tigela de sopas de bolachas Maria em leite morno. Lembro-me que não havia varinha-mágica em minha casa e se queria papas tipo Cerelac ou Nestum tinha que as fazer eu… Rapazinho inventivo, metia uma colherada de bolachas e leite na boca, mastigava-as e bochechava-as muito bem e cuspia-as de volta para a tigela, repetia o ritual as vezes necessárias até estar tudo tão “passadinho” que até dava para comer com uma palhina. Claro que de vez em quando era apanhado em flagrante e levava uma palmada, mas nada de grave.
Depois fazia os deveres da escola (esta tarefa nem sempre era levada a cabo), brincava com os Legos ou fazia um desenho e depois do meu Pai chegar do trabalho vinha o Jantar que geralmente também era uma actividade copiosamente negociada:
Para comer verduras tinha que ser subornado com uma ida ao café com o meu Pai, ovos só se fossem estrelados e com esparguete para eu misturar a gema tipo gouache, arroz comia todo o quisessem que eu comesse, batatas fritas idem, cenouras só às rodelas, ervilhas nem vê-las, carne só se ma cortassem que era canhoto e não me ajeitava com a faca, peixe só se fosse atum de conserva, mas pouco, e quando a refeição era bacalhau lá tinha a minha Mãe que me fazer uma omeleta para eu não destruir o ambiente familiar com uma birra bizantina até à meia-noite.
Depois do jantar, quando o meu Pai tinha paxôrra jogávamos Xadrez e ele deixava-me ganhar perto da hora do Chico-escuro.
Depois, xixi, lavar os dentes, lavar os pés (mais uma birra), beijinho ao papá e cama!
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