Quero (em verso)
Quero ver o sol nascer
Antes da noite morrer
E cegar a minha vista
De tanto o sol fixar
Para que a noite resista
Antes do dia chegar
Quero sentir-me no mar
E para longe nadar
Como uma baleia de porte
Do arpão frio fugir
E rumar direito ao norte
Leão marinho a rugir
Quero perder-me na floresta
E viver o que me resta
Numa árvore encantada
Deleitar-me com a maçã
Matar a serpente malvada
Com o orvalho da manhã
Quero abandonar a cidade
Envelhecida pela idade
Para não ser um cidadão
Num automóvel veloz
A rolar no alcatrão
E matar num crime atroz
Quero voar em Fevereiro
Apagar um ano inteiro
Sou uma águia a voar
E viajo pelo céu
Livre para aterrar
Sem ter medo de ser réu
Quero ver neve a cair
Ter vontade de sorrir
Encostar-me naquele peito
E sentir-me protegido
Com a mulher com que me deito
A murmurar-me ao ouvido
Quero ser só eu
Francisco, Paco ou Amadeu
E gritar ao infinito
Berrar e ficar rouco
Unido num só grito
Este meu nome de louco
Antes da noite morrer
E cegar a minha vista
De tanto o sol fixar
Para que a noite resista
Antes do dia chegar
Quero sentir-me no mar
E para longe nadar
Como uma baleia de porte
Do arpão frio fugir
E rumar direito ao norte
Leão marinho a rugir
Quero perder-me na floresta
E viver o que me resta
Numa árvore encantada
Deleitar-me com a maçã
Matar a serpente malvada
Com o orvalho da manhã
Quero abandonar a cidade
Envelhecida pela idade
Para não ser um cidadão
Num automóvel veloz
A rolar no alcatrão
E matar num crime atroz
Quero voar em Fevereiro
Apagar um ano inteiro
Sou uma águia a voar
E viajo pelo céu
Livre para aterrar
Sem ter medo de ser réu
Quero ver neve a cair
Ter vontade de sorrir
Encostar-me naquele peito
E sentir-me protegido
Com a mulher com que me deito
A murmurar-me ao ouvido
Quero ser só eu
Francisco, Paco ou Amadeu
E gritar ao infinito
Berrar e ficar rouco
Unido num só grito
Este meu nome de louco
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