Na Brasileira
Vestida de luz, ensolarada
Com uma caneta na mão
Sentada, a perna cruzada
No meio da multidão
Olho para ti disfarçado
O teu gesto é doce e lento
Cabelo escuro e risca ao lado
Penteada pelo vento
Diz-me para onde vais
Não sei porque estás aqui
Nesta margem, neste cais
O que é escrever p’ra ti ?
Olhas p’ra mim descarada
Tenho um perfil d’Aquilino
Que eu sou tudo e não sou nada
Com esta pinta de Latino
Dois estranhos inspirados
Com vontade de escrever
Neste bairro feito em fados
Sem saber o que dizer
Numa esplanada sentados
Nesta rua de Lisboa
A escrever compenetrados
Eu e tu e o Pessoa
De que cor são os teus olhos ?
- De sorrisos para mim !
Os teus seios são dois molhos
Simplesmente os vejo assim
Tenho vontade de riscar
Estes meus versos roubados
À delicadeza do teu ar
Aos teus olhares cruzados
Os teus olhos cor do mel
Já os vi olhar p’ra mim
Levantados do papel
Lêem-me do princípio ao fim
O que escreves tu não sei
Já fechaste a tua carta
Mas com palavras te toquei
Perguntei, chamas-te Marta
E com um sorriso vestida
Cheia de brilho no olhar
Deste cor à minha vida
Resolveste aqui ficar
E a conversar divagámos
A misturar o som da voz
De tudo um pouco falámos
De ti, de mim e de nós
Fez-se de fogo esta tarde
Para escrever um sarrabisco
E disse como quem arde
Que há quem me chame Francisco
E se chegar ao fim o dia
Nesta cidade, neste cais
Que digas adeus e que eu sorria
Até sempre ou nunca mais
Com uma caneta na mão
Sentada, a perna cruzada
No meio da multidão
Olho para ti disfarçado
O teu gesto é doce e lento
Cabelo escuro e risca ao lado
Penteada pelo vento
Diz-me para onde vais
Não sei porque estás aqui
Nesta margem, neste cais
O que é escrever p’ra ti ?
Olhas p’ra mim descarada
Tenho um perfil d’Aquilino
Que eu sou tudo e não sou nada
Com esta pinta de Latino
Dois estranhos inspirados
Com vontade de escrever
Neste bairro feito em fados
Sem saber o que dizer
Numa esplanada sentados
Nesta rua de Lisboa
A escrever compenetrados
Eu e tu e o Pessoa
De que cor são os teus olhos ?
- De sorrisos para mim !
Os teus seios são dois molhos
Simplesmente os vejo assim
Tenho vontade de riscar
Estes meus versos roubados
À delicadeza do teu ar
Aos teus olhares cruzados
Os teus olhos cor do mel
Já os vi olhar p’ra mim
Levantados do papel
Lêem-me do princípio ao fim
O que escreves tu não sei
Já fechaste a tua carta
Mas com palavras te toquei
Perguntei, chamas-te Marta
E com um sorriso vestida
Cheia de brilho no olhar
Deste cor à minha vida
Resolveste aqui ficar
E a conversar divagámos
A misturar o som da voz
De tudo um pouco falámos
De ti, de mim e de nós
Fez-se de fogo esta tarde
Para escrever um sarrabisco
E disse como quem arde
Que há quem me chame Francisco
E se chegar ao fim o dia
Nesta cidade, neste cais
Que digas adeus e que eu sorria
Até sempre ou nunca mais
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