On top of the world, like a flag on a mountain
Saí de Lisboa já tarde, Domingo ao fim da tarde. O AX desta vez não veio carregado, apenas eu, uma muda de roupa, uma vontade maior que o mundo e o frio da noite no horizonte. Fiz as escalas do costume, um café aqui, uma xixi ali, uma foto acolá… Decidi vir pelo Porto (ver post abaixo), um jantar no restaurante que era do costume, uma broa de Avintes, uma familiaridade genética com a pronúncia. Naturalmente que nem tudo pode correr bem, por isso ao entrar na A4 apercebi-me que tinha deixado o cartão multibanco na bomba de gasolina em Coimbra… Volta para trás, um bónus de 200 Kms extra para abrir a pestana. Fiz o tragecto num instante.
Em Coimbra entrou em prática aquela minha teoria de resolver problemas inesperados como forma de constatar que cada complicação que resolvo é uma tabuleta a indicar-me que estou no bom caminho. O AX ficou sem travões, enfim, ficou sem servo-freio (os travões são assistidos por uma bomba hidraulica que pifou) o que reduz a capacidade de travagem para muito menos de metade. Ainda ponderei ficar por lá num hotel ou numa residêncial e levar o carro a uma oficina hoje de manhã, mas a vontade de avançar era mesmo muita e de qualquer forma nesta fase da vida não tenho nada a perder, nada que possa muito querer ter.
O IP3 foi feito a uma média de 90Km/h, cada descida abrandada com o travão de mão e cada curva mais atrevida foi negociada com a caixa de velocidades. Na A24 apanhei gelo em certas passagens e isso, nem com travões de F1 se consegue travar - valham-me os anos de experiência a conduzir em Inglaterra.
Os 40 Kms de IP4 no fim da viagem também foram copiosamente geridos e como o excesso de confiança reduz os indices de atenção, já na N212, a 10 Kms do destino, despistei-me numa curva, saí da estrada, subi uma ladeira de mato serrado em peão e bati num pinheiro, o que serviu para travar. Nada de grave, uma gargalhada, uns gritos selvagens a cortar o silêncio da montanha, como quando se apanha aquela onda perfeita, como uma descarga de adrenalina a roçar a overdose, e um cigarro. Depois foi prender o pára-choques solto com uma corda e seguir viagem. Conheço a estrada como a palma da mão, além disso, para não ganhar mêdo, como quando caía de mota ou de cavalo quando era puto, volta a montar, mesmo com os joelhos esfolados. Não tenho nada a perder…
Nesta noite, há exactamente 1 ano atrás, apanhei um dos maiores sustos da minha vida ao ter que levar a minha Mãe de urgência para o Hospital a meio da noite. Espero nunca perder a minha frieza, a calma e a objectividade nos momentos de urgência e de crise, é o que me tem valído em inúmeras situações. Hoje de manhã, ao abrir a janela, o dia brindou-me com uma paisagem vaporosa de cortar a respiração.
Entretanto a minha mãe tem um cão novo, ainda não tem nome...
Numa conversa no messenger: "Só tu para retirares adrenalina disso"
Em Coimbra entrou em prática aquela minha teoria de resolver problemas inesperados como forma de constatar que cada complicação que resolvo é uma tabuleta a indicar-me que estou no bom caminho. O AX ficou sem travões, enfim, ficou sem servo-freio (os travões são assistidos por uma bomba hidraulica que pifou) o que reduz a capacidade de travagem para muito menos de metade. Ainda ponderei ficar por lá num hotel ou numa residêncial e levar o carro a uma oficina hoje de manhã, mas a vontade de avançar era mesmo muita e de qualquer forma nesta fase da vida não tenho nada a perder, nada que possa muito querer ter.
O IP3 foi feito a uma média de 90Km/h, cada descida abrandada com o travão de mão e cada curva mais atrevida foi negociada com a caixa de velocidades. Na A24 apanhei gelo em certas passagens e isso, nem com travões de F1 se consegue travar - valham-me os anos de experiência a conduzir em Inglaterra.
Os 40 Kms de IP4 no fim da viagem também foram copiosamente geridos e como o excesso de confiança reduz os indices de atenção, já na N212, a 10 Kms do destino, despistei-me numa curva, saí da estrada, subi uma ladeira de mato serrado em peão e bati num pinheiro, o que serviu para travar. Nada de grave, uma gargalhada, uns gritos selvagens a cortar o silêncio da montanha, como quando se apanha aquela onda perfeita, como uma descarga de adrenalina a roçar a overdose, e um cigarro. Depois foi prender o pára-choques solto com uma corda e seguir viagem. Conheço a estrada como a palma da mão, além disso, para não ganhar mêdo, como quando caía de mota ou de cavalo quando era puto, volta a montar, mesmo com os joelhos esfolados. Não tenho nada a perder…
Nesta noite, há exactamente 1 ano atrás, apanhei um dos maiores sustos da minha vida ao ter que levar a minha Mãe de urgência para o Hospital a meio da noite. Espero nunca perder a minha frieza, a calma e a objectividade nos momentos de urgência e de crise, é o que me tem valído em inúmeras situações. Hoje de manhã, ao abrir a janela, o dia brindou-me com uma paisagem vaporosa de cortar a respiração.
Entretanto a minha mãe tem um cão novo, ainda não tem nome...
Numa conversa no messenger: "Só tu para retirares adrenalina disso"
6 passageiros clandestinos:
:D lol
Depois de ler o relato até ao fim, terminei com uma gargalhada :D
Só tu...
Olha, porque não o baptizam de Sombra? O gajito parece giro, e Sombra tem assim uma mistura de mistério e sensualidade...
Bj
Voltei porque deixei a janela aberta e olhei melhor para a primeira foto.
Que horizonte de cortar a respiração...
Bj
Boa estadia!
bela vista sim senhor!
Mas V. Exa devia levar um belo puxão de orelhas...isso é lá maneira de se andar nesses IPs malucos !!
Mas menos mal ....não te aconteceu nada!
Boa estadia
Boa Viagem de Natal e "traz os montes" contigo.
Vi e retribui o link.
Para alguém com tanta fúria de viver até parece mal essa conversa de não ter nada a perder. Faz boa viagem e já agora, feliz natal F.
pois esqueci ....um pormenor importante...feliz natal !
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