A acumular milhas de asfalto
"Paco, vamos lanchar à Garrett, queres vir?"
"Não me apetece muito, tenho aqui umas coisas para fazer..."
"Fazer o quê? Já arrumaste tudo! Anda lá..."
"Não me apetece pá, vou ficar em casa..."
"Não fiques fechado em casa, anda!"
"Talvez vá lá ter..."
To do list
> Fixar espelho no WC
> Aplicar candeeiro novo no tecto
> Montar iman nas portas do roupeiro
> Lavar vidros da janela
> Procurar documentos do Civic
> Marcar recolha da VF 750
> Fazer seguro para a VF 750
> Devolver chamada da Michael Page
> Responder anúncio Net-Emprego
> Actualizar perfil Linkedin
> Escrever um Post
> Passear o cão e ir ver o Pôr-do-Sol
> Ouvir Sade e olhar para a parede
...e enquanto lá fora o mundo chama por mim, neste momento, agora, prefiro ficar assim. O santuário ganha forma, não me apetece sair, não faço disto uma norma, é uma forma de reagir. Da janela vejo os carros, comboios e gente a passar, sinto o cheiro a maresia e ouço ao longe o som do Mar. Se saísse para onde iria? Provavelmente apanhar ar a tomar café na esquina. Deixar a tarde passar e inventar serotonina. Talvez escrever um pouco, deixar-me ficar calado, pois se falar ficarei rouco, e vou ficar aqui sentado, a sentir que fico louco, por saber que há algo errado. Já tenho tudo arrumado e lembro o Tejo que não vejo, porque eu estou deste lado, no lado errado de um beijo. Colei um postal na parede, com uma imagem da cidade. É um rasgo da ponte que quase me mata a sede, como a àgua duma fonte que só alimenta a saudade. Sei que imponho em mim o respeito de cumprir vontade alheia, é uma engrenagem que aceito, mas range cheia de areia...
...e o post fez-se poema, palavras que rimam sem tema.
"Não me apetece muito, tenho aqui umas coisas para fazer..."
"Fazer o quê? Já arrumaste tudo! Anda lá..."
"Não me apetece pá, vou ficar em casa..."
"Não fiques fechado em casa, anda!"
"Talvez vá lá ter..."
To do list
> Fixar espelho no WC
> Aplicar candeeiro novo no tecto
> Montar iman nas portas do roupeiro
> Lavar vidros da janela
> Procurar documentos do Civic
> Marcar recolha da VF 750
> Fazer seguro para a VF 750
> Devolver chamada da Michael Page
> Responder anúncio Net-Emprego
> Actualizar perfil Linkedin
> Escrever um Post
> Passear o cão e ir ver o Pôr-do-Sol
> Ouvir Sade e olhar para a parede
...e enquanto lá fora o mundo chama por mim, neste momento, agora, prefiro ficar assim. O santuário ganha forma, não me apetece sair, não faço disto uma norma, é uma forma de reagir. Da janela vejo os carros, comboios e gente a passar, sinto o cheiro a maresia e ouço ao longe o som do Mar. Se saísse para onde iria? Provavelmente apanhar ar a tomar café na esquina. Deixar a tarde passar e inventar serotonina. Talvez escrever um pouco, deixar-me ficar calado, pois se falar ficarei rouco, e vou ficar aqui sentado, a sentir que fico louco, por saber que há algo errado. Já tenho tudo arrumado e lembro o Tejo que não vejo, porque eu estou deste lado, no lado errado de um beijo. Colei um postal na parede, com uma imagem da cidade. É um rasgo da ponte que quase me mata a sede, como a àgua duma fonte que só alimenta a saudade. Sei que imponho em mim o respeito de cumprir vontade alheia, é uma engrenagem que aceito, mas range cheia de areia...
...e o post fez-se poema, palavras que rimam sem tema.
3 passageiros clandestinos:
Adorei este teu post. Já me sinto assim há uns tempos. Nem sempre fico em casa, mas passo muito tempo sozinha. Acho que são fases.
Beijinho!
Virou poema, mas um poema que se sente...
Vou guardar. Bem escrito, como sempre ;)
Gostava de te ter conhecido melhor quando éramos praticamente vizinhos.
Tens uma boa escrita, um caracter forte e um cenário apetitoso.
Chamar a hospedeira para Enviar um comentário
<< Regressar ao cockpit