ConGestão 5
AMPV – In vino veritas
Foi com bastante agrado que se registou no passado dia 30 de Abril a criação e constituição no Cartaxo da Associação de Municípios Produtores de Vinho (AMPV).
Promovida e presidida na pessoa do Presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, Dr. Paulo caldas, esta associação de municípios vem preencher um lugar há muito deixado vago e descurado no âmbito da promoção do sector vinícola nacional.
Entre outras atribuições, a AMPV, vem tentar assegurar que os pequenos produtores de vinho existentes nos municípios aderentes (para já cerca de 50 municípios aderiram à AMPV) passarão a dispor de uma estrutura de promoção e divulgação dentro do sector vinícola, que lhes permita pelo menos ter oportunidade de se darem a conhecer e consequentemente de obterem mais competitividade dentro sector, algo que na conjuntura até agora existente para esse fim, dificilmente acontecia.
O sector do vinho em Portugal, não obstante a sua projecção e reconhecimento internacional, tem vindo a ser promovido exclusivamente e a ser praticamente dominado (e controlado) por uma meia dúzia de grandes agentes económicos que, seguidos fielmente por outros tantos candidatos a grandes produtores, acabam por não conseguir fazer mais do que uma auto-promoção de si mesmos, em detrimento de fazerem uma divulgação mais plural e abrangente de todo o tecido produtor de vinho do Pais, tanto os grandes como os pequenos produtores.
Para quem conhece, visitou, ou participou em feiras de vinho e outros certames internacionais dedicados ao vinho (anualmente existem várias em todo o mundo, sendo algumas delas verdadeiras referências, às quais estão associados os mais prestigiantes concursos de vinho), é notório que a presença dos expositores representantes do sector vinícola Português mais parece uma real “feira de vaidades”, onde cada expositor, qual pavão de cauda armada, recorre à demagogia comercial e a medíocres esforços de marketing isolados e umbiguistas, para, sob a tutela de órgãos como o Instituto do Comércio Exterior Português (ICEP), do próprio Instituto do Vinho e da Vinha (IVV), do Instituto do Vinho do Porto (IVP) e particularmente da VINIPORTUGAL, procederem a uma promoção individualizada e destrutivamente competitiva, quando na realidade existem outros modelos de promoção mais eficientes (como por exemplo os Vinhos do Chile que se tornaram em menos de 10 anos um verdadeiro “case study” para o sector), que resultariam numa melhor promoção, mais abrangente e que proporcionariam uma dinâmica de sucesso para a promoção do sector vitivinícola Português como um todo, e não no modelo elitista e quase feudalista que se tem vindo a observar no nosso sector do Vinho.
Todavia, nos últimos anos têm sido notórios alguns esforços feitos por essas notáveis entidades nacionais, as quais diga-se praticamente justificam a sua existência na promoção do sector do vinho, para enaltecer, dar a conhecer e sobretudo vender além fronteiras este nosso precioso néctar. Mais ainda, no espaço de uma década apenas foram encomendados a uma reconhecida empresa de consultoria norte americana dois estudos milionários sobre o sector do vinho em Portugal. Em ambos os casos, a análise feita, o resultado, as conclusões e as recomendações estratégicas foram semelhantes e poderão facilmente ser acedidas por quem assim o desejar, mas a estratégia adoptada para o sector foi outra, como se constata, transviou e desvirtuou completamente essas análises, continuando a promoção do sector do vinho entregue a interesses corporativos individuais e sem manifesta consideração pelo interesse nacional.
Ora é sabido que a estrutura do tecido vinícola em Portugal é constituída por uma enorme e representativa parcela de pequenos produtores, locais e regionais, que isoladamente não dispõem de meios para tornarem competitivos (nem sequer conhecidos) os seus produtos, mas que se forem canalizados para um esforço comum terão certamente grande valor acrescentado para oferecer ao sector do vinho em Portugal.
Desta forma, a criação da AMPV é uma iniciativa que, se realmente conseguir atingir os propósitos a que se propõe, é uma iniciativa de louvar pois irá justamente fazer confluir essa dispersa massa produtiva e promove-la de forma estruturada e abrangente.
Quer-se portanto acreditar que os afiliados da AMPV estarão doravante expostos a uma promoção mais justa e serena, onde seja primordialmente o Vinho o mote dos esforços e onde não haja lugar a discriminação baseada em volumes de produção, em galardões e medalhas, em nome, em pseudo-status social ou em outras variantes que, em verdade, são perfeitamente inúteis para um esforço que deve ser colectivo: A promoção do Vinho Português num todo, nomeadamente na exportação.
Desta forma, relembrando que por trás de uma boa ideia tem que haver necessariamente uma boa gestão, deixamos uma nota de reconhecimento e apreço à iniciativa promovida pelo Presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, Dr. Paulo Caldas (e pelos demais municípios aderentes), esperando que mantenha o empenho na obra que iniciou, e que constitua em torno da AMPV uma noção de referência e sucesso para facilitar e dinamizar, não só o sector vinícola da nossa região, como também o de um todo a nível nacional, todo esse que lhe confiou a tarefa e a responsabilidade de incluir os seus produtores de pequena e média dimensão nos roteiros internacionais de vinho, enquanto parte integrante do sector vinícola Português.
Boa sorte e bem-haja.
Foi com bastante agrado que se registou no passado dia 30 de Abril a criação e constituição no Cartaxo da Associação de Municípios Produtores de Vinho (AMPV).
Promovida e presidida na pessoa do Presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, Dr. Paulo caldas, esta associação de municípios vem preencher um lugar há muito deixado vago e descurado no âmbito da promoção do sector vinícola nacional.
Entre outras atribuições, a AMPV, vem tentar assegurar que os pequenos produtores de vinho existentes nos municípios aderentes (para já cerca de 50 municípios aderiram à AMPV) passarão a dispor de uma estrutura de promoção e divulgação dentro do sector vinícola, que lhes permita pelo menos ter oportunidade de se darem a conhecer e consequentemente de obterem mais competitividade dentro sector, algo que na conjuntura até agora existente para esse fim, dificilmente acontecia.
O sector do vinho em Portugal, não obstante a sua projecção e reconhecimento internacional, tem vindo a ser promovido exclusivamente e a ser praticamente dominado (e controlado) por uma meia dúzia de grandes agentes económicos que, seguidos fielmente por outros tantos candidatos a grandes produtores, acabam por não conseguir fazer mais do que uma auto-promoção de si mesmos, em detrimento de fazerem uma divulgação mais plural e abrangente de todo o tecido produtor de vinho do Pais, tanto os grandes como os pequenos produtores.
Para quem conhece, visitou, ou participou em feiras de vinho e outros certames internacionais dedicados ao vinho (anualmente existem várias em todo o mundo, sendo algumas delas verdadeiras referências, às quais estão associados os mais prestigiantes concursos de vinho), é notório que a presença dos expositores representantes do sector vinícola Português mais parece uma real “feira de vaidades”, onde cada expositor, qual pavão de cauda armada, recorre à demagogia comercial e a medíocres esforços de marketing isolados e umbiguistas, para, sob a tutela de órgãos como o Instituto do Comércio Exterior Português (ICEP), do próprio Instituto do Vinho e da Vinha (IVV), do Instituto do Vinho do Porto (IVP) e particularmente da VINIPORTUGAL, procederem a uma promoção individualizada e destrutivamente competitiva, quando na realidade existem outros modelos de promoção mais eficientes (como por exemplo os Vinhos do Chile que se tornaram em menos de 10 anos um verdadeiro “case study” para o sector), que resultariam numa melhor promoção, mais abrangente e que proporcionariam uma dinâmica de sucesso para a promoção do sector vitivinícola Português como um todo, e não no modelo elitista e quase feudalista que se tem vindo a observar no nosso sector do Vinho.
Todavia, nos últimos anos têm sido notórios alguns esforços feitos por essas notáveis entidades nacionais, as quais diga-se praticamente justificam a sua existência na promoção do sector do vinho, para enaltecer, dar a conhecer e sobretudo vender além fronteiras este nosso precioso néctar. Mais ainda, no espaço de uma década apenas foram encomendados a uma reconhecida empresa de consultoria norte americana dois estudos milionários sobre o sector do vinho em Portugal. Em ambos os casos, a análise feita, o resultado, as conclusões e as recomendações estratégicas foram semelhantes e poderão facilmente ser acedidas por quem assim o desejar, mas a estratégia adoptada para o sector foi outra, como se constata, transviou e desvirtuou completamente essas análises, continuando a promoção do sector do vinho entregue a interesses corporativos individuais e sem manifesta consideração pelo interesse nacional.
Ora é sabido que a estrutura do tecido vinícola em Portugal é constituída por uma enorme e representativa parcela de pequenos produtores, locais e regionais, que isoladamente não dispõem de meios para tornarem competitivos (nem sequer conhecidos) os seus produtos, mas que se forem canalizados para um esforço comum terão certamente grande valor acrescentado para oferecer ao sector do vinho em Portugal.
Desta forma, a criação da AMPV é uma iniciativa que, se realmente conseguir atingir os propósitos a que se propõe, é uma iniciativa de louvar pois irá justamente fazer confluir essa dispersa massa produtiva e promove-la de forma estruturada e abrangente.
Quer-se portanto acreditar que os afiliados da AMPV estarão doravante expostos a uma promoção mais justa e serena, onde seja primordialmente o Vinho o mote dos esforços e onde não haja lugar a discriminação baseada em volumes de produção, em galardões e medalhas, em nome, em pseudo-status social ou em outras variantes que, em verdade, são perfeitamente inúteis para um esforço que deve ser colectivo: A promoção do Vinho Português num todo, nomeadamente na exportação.
Desta forma, relembrando que por trás de uma boa ideia tem que haver necessariamente uma boa gestão, deixamos uma nota de reconhecimento e apreço à iniciativa promovida pelo Presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, Dr. Paulo Caldas (e pelos demais municípios aderentes), esperando que mantenha o empenho na obra que iniciou, e que constitua em torno da AMPV uma noção de referência e sucesso para facilitar e dinamizar, não só o sector vinícola da nossa região, como também o de um todo a nível nacional, todo esse que lhe confiou a tarefa e a responsabilidade de incluir os seus produtores de pequena e média dimensão nos roteiros internacionais de vinho, enquanto parte integrante do sector vinícola Português.
Boa sorte e bem-haja.
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