Grandes Tugas
Chegou a Portugal o grande debate, dito "debate nacional", para eleger o maior português de todos os tempos!!!
Quando digo "chegou a Portugal" é isso mesmo, chegou a Portugal depois de passar por mais de 10 países, ou seja, chegou importado, em formato televisivo, tal como o "Big Brother", o "Quem quer ser milionário" ou a velhinha "Roda da Sorte", entre tantos outros lixos de entretenimento de massas que proliferam nos nossos canais de televisão (É curioso reparar que este género de programas só tem mesmo lugar nos canais de sinal aberto).
Dito isto e posto de lado o sarcasmo, não deixa de ser interessante e construtivo pôr o país inteiro a refletir sobre a grandeza e os feitos protagonizados por inúmeros portugueses e portuguesas que desde os primórdios da história de Portugal até aos nossos dias, contribuiram para o desenvolvimento da nação e para elevar o nome de Portugal no mundo.
Esses Homens e Mulheres, notáveis das mais variadas disciplinas da ciência, da política, da vida social e religiosa, passando pelas ciências humanas e pela arte, são assim forçados a uma competição para serem elevados ao estatuto de "O Maior Português de sempre".
O conceito em si é tão idiota como é ignóbil.
Como é possível escolher-se o melhor? Com que critérios? Como é possivel comparar a literatura de Almeida Garrett com as cromisses da bola do José Mourinho? Como se consegue comparar o Carlos Lopes ao Marcelo Caetano? Como escolher entre o Egas Moniz e a Agustina Bessa Luís?
Mais ainda, como escolher um grande Português quando os feitos que protagonizou derivam da obra feita de outro grande Português? Ou de um conjunto de circunstâncias que lhe proporcionaram o elemento para se poder distinguir? Sim, como disse alguém um dia, qual é mais importante, o Descobridor ou o Rei que apostou nos Descobrimentos? E quem seria o Vasco da Gama se não fossem os marinheiros que manejaram a sua caravela? E se não fosse o sentimento de saturação nacional sobre a guerra nas colónias, o Capitão Salgueiro Maia não seria apenas mais um veterano do Ultramar, a sofrer de stress pós-traumático e com uma pensão de miséria? Como é possível pensar em Camões sem pensar na tolice de D. Sebastião? Como é possível pensar no Marquês do Pombal se não tivesse havido o Terramoto de 1755? Que artista de variedades seria o Zeca Afonso se não houvesse Ditadura? Quem seria o Álvaro Cunhal sem o Oliveira Salazar? Onde estaria o Padre Francisco Fanhais se não tivesse sido perseguido pelo Cardeal Cerejeira? O que teria sido a vida de Aristides de Sousa Mendes sem o compadrio do Estado com o regime da Alemanha Nazi? Em que Universidade Francesa estaria Mário Soares a leccionar filosofia se não fossem os militares que fizeram o 25 de Abril? Enfim, quem teriam sido todos os grandes portugueses se D. Afonso Henriques tivesse perdido a batalha de Ourique? Seriam hoje grandes espanhóis?
É impossível escolher um, um só, um que tenha sido melhor que os outros todos.
Quando penso em grandes portugueses surgem-me imediatamente 10 nomes na cabeça, não, 20 nomes... não, não, 50 nomes... Enfim, não consigo pensar só num, mas consigo pensar em muitos e muitos nomes de grandes portugueses.
Contudo, se tentar por um segundo que seja, eleger na minha cabeça o melhor de todos sinto-me muito pequenino, pequenino e distante dos feitos de todos os outros grandes portugueses que a minha pequenez não considerou para receberem o título de melhor de todos!
Perante isto, abri a página da RTP para votar naquele que penso ter sido o melhor de todos...
Mas qual não é a minha surpresa ao constatar que as regras deste concurso de televisão (não passa disso, sejamos claros) apenas permitem votar num indivíduo e não num grupo de indivíduos, como os Capitães de Abril, os Descobridores, ou os Pauliteiros de Miranda. Assim, aquele em que eu votaria ficará sem o voto, pois para mim, o grande herói nacional, o maior Português de todos os tempos é e será para sempre só um: O Povo Português!
Sou eu, és tu, é ele e é ela, somos todos nós!
Merda para isto!
Quando digo "chegou a Portugal" é isso mesmo, chegou a Portugal depois de passar por mais de 10 países, ou seja, chegou importado, em formato televisivo, tal como o "Big Brother", o "Quem quer ser milionário" ou a velhinha "Roda da Sorte", entre tantos outros lixos de entretenimento de massas que proliferam nos nossos canais de televisão (É curioso reparar que este género de programas só tem mesmo lugar nos canais de sinal aberto).
Dito isto e posto de lado o sarcasmo, não deixa de ser interessante e construtivo pôr o país inteiro a refletir sobre a grandeza e os feitos protagonizados por inúmeros portugueses e portuguesas que desde os primórdios da história de Portugal até aos nossos dias, contribuiram para o desenvolvimento da nação e para elevar o nome de Portugal no mundo.
Esses Homens e Mulheres, notáveis das mais variadas disciplinas da ciência, da política, da vida social e religiosa, passando pelas ciências humanas e pela arte, são assim forçados a uma competição para serem elevados ao estatuto de "O Maior Português de sempre".
O conceito em si é tão idiota como é ignóbil.
Como é possível escolher-se o melhor? Com que critérios? Como é possivel comparar a literatura de Almeida Garrett com as cromisses da bola do José Mourinho? Como se consegue comparar o Carlos Lopes ao Marcelo Caetano? Como escolher entre o Egas Moniz e a Agustina Bessa Luís?
Mais ainda, como escolher um grande Português quando os feitos que protagonizou derivam da obra feita de outro grande Português? Ou de um conjunto de circunstâncias que lhe proporcionaram o elemento para se poder distinguir? Sim, como disse alguém um dia, qual é mais importante, o Descobridor ou o Rei que apostou nos Descobrimentos? E quem seria o Vasco da Gama se não fossem os marinheiros que manejaram a sua caravela? E se não fosse o sentimento de saturação nacional sobre a guerra nas colónias, o Capitão Salgueiro Maia não seria apenas mais um veterano do Ultramar, a sofrer de stress pós-traumático e com uma pensão de miséria? Como é possível pensar em Camões sem pensar na tolice de D. Sebastião? Como é possível pensar no Marquês do Pombal se não tivesse havido o Terramoto de 1755? Que artista de variedades seria o Zeca Afonso se não houvesse Ditadura? Quem seria o Álvaro Cunhal sem o Oliveira Salazar? Onde estaria o Padre Francisco Fanhais se não tivesse sido perseguido pelo Cardeal Cerejeira? O que teria sido a vida de Aristides de Sousa Mendes sem o compadrio do Estado com o regime da Alemanha Nazi? Em que Universidade Francesa estaria Mário Soares a leccionar filosofia se não fossem os militares que fizeram o 25 de Abril? Enfim, quem teriam sido todos os grandes portugueses se D. Afonso Henriques tivesse perdido a batalha de Ourique? Seriam hoje grandes espanhóis?
É impossível escolher um, um só, um que tenha sido melhor que os outros todos.
Quando penso em grandes portugueses surgem-me imediatamente 10 nomes na cabeça, não, 20 nomes... não, não, 50 nomes... Enfim, não consigo pensar só num, mas consigo pensar em muitos e muitos nomes de grandes portugueses.
Contudo, se tentar por um segundo que seja, eleger na minha cabeça o melhor de todos sinto-me muito pequenino, pequenino e distante dos feitos de todos os outros grandes portugueses que a minha pequenez não considerou para receberem o título de melhor de todos!
Perante isto, abri a página da RTP para votar naquele que penso ter sido o melhor de todos...
Mas qual não é a minha surpresa ao constatar que as regras deste concurso de televisão (não passa disso, sejamos claros) apenas permitem votar num indivíduo e não num grupo de indivíduos, como os Capitães de Abril, os Descobridores, ou os Pauliteiros de Miranda. Assim, aquele em que eu votaria ficará sem o voto, pois para mim, o grande herói nacional, o maior Português de todos os tempos é e será para sempre só um: O Povo Português!
Sou eu, és tu, é ele e é ela, somos todos nós!
Merda para isto!
2 passageiros clandestinos:
Blogue brutal! Parabéns!
Piloto,
Concordo contigo a 1000%!
È dificil para não dizer impossivel e algo ridiculo, escolher o Maior Português!
Mas gostei da tua escolha e acho a mais correcta!
Obrigado pela visita e comentário n´A Minha Matilde!
Os meus parabéns pelo teu blog!
Vou passar por cá mais vezes!
Bjks da Matilde
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