sexta-feira, maio 20, 2005

Reencontros

Aqui há uns meses atrás escrevi este post a falar de origens. Hoje escrevo a falar de moradas.
Morei na casa onde cresci até à idade de adulto, frequentei as escolas oficiais perto de casa, passei horas a contemplar o mar do alto do miradouro da Praia da Poça, e conheço todos os meus vizinhos pelo nome próprio.
Um dia, já com 25 anos, fui-me embora, fui estudar para fora, viajei pela Europa toda, mudei de morada vezes sem conta... Passados uns anos voltei, passei quase um ano desterrado numa aldeia transmontana antes de ter coragem para encarar a realidade, antes de voltar para Lisboa, para S. João do Estoril, para a casa onde cresci. Trouxe no saco mil e uma aventuras para contar, e outras tantas que nem por isso. Cada dia foi uma aventura, cada aventura uma memória, cada lugar uma morada… Voltei exausto, alterado, mas interiormente mais rico, apurado, como um vinho fino.
Reencontrei serenidade cada vez que me encontro no miradouro da Poça a contemplar aquele ponto no horizonte onde o Mar e o céu se fundem num só.
Hoje, vou continuar a morar na casa onde moro, vou continuar a ser quem sou, mas estou prestes a mudar de morada outra vez, a tornar-me no que ainda não sou.

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