Cruzeiro no Tejo
Podia ter sido propositado, mas se lhe quizesse acertar, provavelmente falhava...
Apanhei o barco em Cacilhas todo lampeiro como se de moto precisasse disso para fugir ao trânsito matinal da ponte. Pensei apenas nos 3 ou 4 quilometros que ia poupar entrando em Lisboa directamente pelo Cais do Sodré. No velho, trepidante e ferrugento Cacilheiro apenas um carro, a minha mota, 3 passageiros apeados e 5 ou 6 membros de tripulação. Estranhei a tranjectoria de arranque em direcção à barra, provavelmente para escapar a alguma corrente, ou para sair da frente de um navio cargueiro ou de um paquete de luxo...
Mas não, após 2 ou 3 minutos, com a ponte 25 de Abril a crescer sobre o caminho, apercebi-me que aquele barco não ia para o Cais do Sodré, mas sim para Belém! ...Bonito!
Directo a Belém com direito a passar por baixo da ponte e a desfilar em frente daquela esplanada mágica ao lado do "B".
Não havia nada mais que eu pudesse fazer do que literalmente "sit back and enjoy the ride".
Correu tudo bem até quase ao fim, porque o assustador foi a atracagem. O piloto devia vir distraído porque ia arrancando metade do molhe tal foi o embate com o lado bombordo da proa no cais de embarque. Assisti a esse embate com direito a vista de camarote. Estava na varanda do 1º andar a tirar umas fotos à paisagem e cruzou-me o espirito que ele ia depressa demais... até me virei para trás para ver quando é que ele iria inverter a rotação da hélice... népia! Siga em frente qu'isto há de parar. Em antecipação do choque agarrei-me ao corrimão com uma mão e segurei nos óculos-escuros com a outra...
-BANG!!!
Cheguei a pensar que a minha mota talvez tivesse caido e desci imediatamente para o convés... felizmente a mota aguentou-se (já me estava a imaginar a armar a puta da confusão se a mota tivesse caido). Entretanto um membro da tripulação berrou para alguém na cabine do barco: "Pá, mete o barco lá no fundo p'rá gente se ver livre dele!"
Achei curioso que, para variar, ainda nem 10 horas fossem e o meu dia já estivesse a ser contemplado com avarias, tropelias e aventuras... Aquelas cenas que só me acontecem a mim.
Depois disso não foi demorado desembarcar.
Pelo caminho até à zona da baixa revi na memória aquele estranho mini cruzeiro de 20 minutos no Rio Tejo...
...ocorreu-me uma passagem de conversa de almofada que de repente fez todo o sentido.
"Então e gostas da minha argola?"
"Gosto, dá-te um ar de férias..."
Apanhei o barco em Cacilhas todo lampeiro como se de moto precisasse disso para fugir ao trânsito matinal da ponte. Pensei apenas nos 3 ou 4 quilometros que ia poupar entrando em Lisboa directamente pelo Cais do Sodré. No velho, trepidante e ferrugento Cacilheiro apenas um carro, a minha mota, 3 passageiros apeados e 5 ou 6 membros de tripulação. Estranhei a tranjectoria de arranque em direcção à barra, provavelmente para escapar a alguma corrente, ou para sair da frente de um navio cargueiro ou de um paquete de luxo...
Mas não, após 2 ou 3 minutos, com a ponte 25 de Abril a crescer sobre o caminho, apercebi-me que aquele barco não ia para o Cais do Sodré, mas sim para Belém! ...Bonito!
Directo a Belém com direito a passar por baixo da ponte e a desfilar em frente daquela esplanada mágica ao lado do "B".
Não havia nada mais que eu pudesse fazer do que literalmente "sit back and enjoy the ride".
Correu tudo bem até quase ao fim, porque o assustador foi a atracagem. O piloto devia vir distraído porque ia arrancando metade do molhe tal foi o embate com o lado bombordo da proa no cais de embarque. Assisti a esse embate com direito a vista de camarote. Estava na varanda do 1º andar a tirar umas fotos à paisagem e cruzou-me o espirito que ele ia depressa demais... até me virei para trás para ver quando é que ele iria inverter a rotação da hélice... népia! Siga em frente qu'isto há de parar. Em antecipação do choque agarrei-me ao corrimão com uma mão e segurei nos óculos-escuros com a outra...
-BANG!!!
Cheguei a pensar que a minha mota talvez tivesse caido e desci imediatamente para o convés... felizmente a mota aguentou-se (já me estava a imaginar a armar a puta da confusão se a mota tivesse caido). Entretanto um membro da tripulação berrou para alguém na cabine do barco: "Pá, mete o barco lá no fundo p'rá gente se ver livre dele!"
Achei curioso que, para variar, ainda nem 10 horas fossem e o meu dia já estivesse a ser contemplado com avarias, tropelias e aventuras... Aquelas cenas que só me acontecem a mim.
Depois disso não foi demorado desembarcar.
Pelo caminho até à zona da baixa revi na memória aquele estranho mini cruzeiro de 20 minutos no Rio Tejo...
...ocorreu-me uma passagem de conversa de almofada que de repente fez todo o sentido.
"Então e gostas da minha argola?"
"Gosto, dá-te um ar de férias..."
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