segunda-feira, novembro 28, 2005

Segunfa-Deira

Uma breve espreitadela pela janela do 3º andar foi o suficiente para eu confirmar o que o homem da metereologia tinha dito: Frio, chuva, nevoeiro, etc... É um bom dia para vestir roupa de "Marca"!
Equipei-me de um douche virtual (i.e; mal lavei a ponta do nariz) e vesti as calças de bombazine que comprei na Feira. Vesti a camisa de algodão "Made in Pakistan" e uma malha que não me lembro em que saldos comprei. Escolhi umas meias quentinhas e hesitei entre as botas de cano alto ou as botas de montanha. Vesti o penado beije e ainda peguei nas luvas de lã e no gorrô do Lidl.
Saí à rua e levei com o peditório não-sei-de-quê. A chuva ameaçou mas mesmo assim não entrei no Renault 4, em vêz disso fiz-me à calçada.
O Jornal estava ocupado e o café soube-me a pressa de sair do Centro Comercial para vir ver o mundo virtual.
Um cão passou por mim no passeio e olhou-me de alto a baixo como se me fosse ladrar, mas deve-me ter lido o pensamento, baixou os olhos e seguiu na missão em que parecia ir tão determinado.
Olhei para uma montra de roupa, tudo carissimo, tudo de "marca", e o meu reflexo espelhado no neon fez-me reflectir sobre a minha indumentária, de "marca", ou talvêz não:
Comprei estas calças numa feira em Salamanca, lembro-me de pensar que ficariam bem com a camisa de algodão que tinha comprado em Paris. Nos pés, quentinhos, senti aconchegadas as meias às riscas que comprei algures a caminho de Gibraltar, o quanto ficavam bem com as botas de montanha que comprei na Rua, em Budapeste, ou até com as botas de cano alto que trouxe de Santa Cruz, no Chile. O cabelo arrepiou-se de calor dentro do gorro do Lidl de Portsmouth e não senti o gelo nos dedos dentro das luvas de lã que trouxe da serra da estrela. Não devia ter trazido esta malha dos Saldos em S. Paulo porque estou cheio de calor... mesmo assim aconcheguei o penado ao corpo tal como me tinha explicado o dono da loja de roupa na Nevsky Prospeckt, em St. Petersburg, para mo fazer levar assim sem desconto.
Olhei para a Roupa de "marca" dentro da montra e lembrei-me do cão que tinha acabado de passar por mim:
"Estás a ladrar à àrvore errada, pá!"

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