domingo, outubro 30, 2011

Nexus 6

Lembro-me de ocasiões na vida, esporadicas, em que ao lidar com externalidades me vi forçado a brandir uma espada invisivel com a mesma convicção de quem se agarra a uma bóia de salvação. Houve vezes em que tive uma espada feita de palavras aguçadas e atiradas como pedradas e outras vezes feita de papel e de caneta-baioneta, ou de bailados e bailinhos e estalos e rotativos e distribuição de distância para promover a segurança, para minha protecção, a inspiração e a confiança.
Pensar nesses momentos e aplica-los ao presente não me faz grande sentido, até porque hoje face à externalidade que me rodeia, sinto-me pequenino, e a espada tornou-se grande demais, arrasta-se embainhada, como um machado de guerra que se enterra com o cabo deixado de fora, já que a mudança da hora nem sempre coincide com a hora da mudança.
Por agora entretenho-me com Novembro que se adivinha inevitavel por antecipação, no ar frio da noite, e cada Novembro novo, cada dia, ou é uma benção ou um açoite, mas é sempre a mesma lição: Lutar, não desistir, adaptar e seguir em frente!

...All those moments
will be lost in time
like tears, in rain...
Time to die


quarta-feira, outubro 26, 2011

Hard swimmers


Mesmo sabendo que chuva de Peão não molha Motard, ao entrar na garagem, montar na Virago à cowboy e rasgar o entre-pernas do fato de chuva, e mesmo assim fazer-me à estrada debaixo de chuva torrencial, não me ocorreu que por causa disso iria ter que passar a tarde toda com os tubaros molhados no escritório...

Quem é qu'anda aí?

Que caraças, eu já estava em casa, já estava meio despido e semi-adormecido, a música interferia levemente com o silêncio desejado e o momento, premente, era indiferente, tem-no sido completamente, que é muito à frente, muito à frente!
...Mas de repente, um rasgo de gente, amostra que se sente num arrepio, palavras trocadas de fio a pavio, mas não me rio, e a mota pega a frio e volta à rua, o ar gelado firma um sorriso na face, necessidade de interagir, aceitar flirtar mas fingir, não estou disponivel para me divertir, nada mais do que sorrir, antes de me retirar para ir dormir, sem saber se é frio ou outra coisa o que a cama me vai fazer sentir, palavras que lembro e me fazem rir.
...é que eu já estava em casa, e aqui onde agora estou sem grande vontade de ir para onde onde vou, vou ser quem sou no lugar onde estou, estou preparado, em qualquer lado, e escolho este fado! -Venham eles, quantos são!? mas estou tão farto, tão fatigado, tão cansado...

terça-feira, outubro 25, 2011

Do espasmo à maionese

Mal me apercebi o quanto de esguelha li, numa página de jornal virada rápido demais no café da esquina, que hoje as preocupações alheias vão custar mais do que as próprias preocupações por não poder fazer nada por elas... Mas rapidamente aquelas palavras fizeram-me voltar a página para trás. Que curiosa observação, como se fosse um reflexo situacional de um certo adivinhar da realidade, alheia entenda-se, e que ao ler aquelas palavras libertou em mim pequenos espasmos de traquejo que se manifestam a cada dia que passa, impressões que acordam com o primeiro pestanejar do despertar e que me fazem levantar por lados alternados da cama, para variar e aperceber-me que contudo nessa aparente aleatoriedade voluntária se esconde um padrão, e cai-me a moeda, realidade daquelas palavras, rotina disto, rotina daquilo; como se sem me aperceber me tivesse deixado enfim vencer, ou por falta de palavra melhor, convencer, mais do que conquistar, e viver assim a experiência do facilitismo, de acordar sempre igual, sem nada novo para mostrar, nada a mudar... e pelo entretanto adicional, mais abaixo no fundo da página, que também leio no jornal, e que gravo na memória fotográfica do telemóvel com vontade de gritar “Eureka” e partilhar, constato - ironia do caraças - que por mais que tente, não o consigo evitar, é-me impossível fugir do tal adivinhar, e encontro-me assim a repetir para mim próprio palavras já ditas e reescritas, uma surdina murmurada no pensamento que não sei se é o meu, ou do reflexo de mim no espelho que me entretém durante o lento percurso que o elevador leva para chegar ao 6º andar, que quase me faz enlouquecer com o tempo que me faz perder, e repito em monólogo o que o tempo, sozinho, não consegue mudar; rotina assim, rotina assado, que eu não combato a vontade de ir ou de ficar, porque mesmo que as minhas fibras me gritem para me libertar, nada me prende, de onde tenha que escapar…
…e o dia passa, e as palavras do jornal perdem o efeito que tiveram e o espasmo torna-se uma reacção natural, manifestação espontânea, fibras a acalmar. Subo as escadas para respirar e mantenho-me activo para não estagnar, e enquanto a chuva desfila na janela, apago a luz do quarto sem ter escolhido de que lado da cama me vou deitar, e o dormir não é mais do que o momento antes de acordar, mesmo sem saber se vou ter frio ou se vou transpirar, e ler outras palavras no jornal, tentar compreender porque me continuo a preocupar, e no entanto a continuar a acreditar, que ao contrário das palavras que leio, há sempre algo positivo que se pode acrescentar, uma simples reciprocidade no olhar, porque mudar não é mais do que uma versão complicada de se saber adaptar-se!


segunda-feira, outubro 24, 2011

Lido por aí...

As amizades são como as mamas:
decote animado
Há as pequenas,
há as grandes,
e há as falsas!

quarta-feira, outubro 19, 2011

Ao fim da noite com mel* no telefone


-...Já vais para a cama?
-Sim, estou cansado...
-Queres companhia?
-Não, hoje não...



Vou-me deitar cedo, tenho dormido bem demais nos últimos tempos para estragar uma noite de sono num dia de semana com não-sei-bem-o-quê-que-querem-de-mim... A noite chama-me é certo, mas a cama também, qualquer cama, qualquer almofada, qualquer fardo de palha onde encostar os cornos e desmaiar para uma dimensão paralela, transitar de um dia para o dia seguinte sem medo do dia que ficou para trás e com fome do dia que vem a seguir, mas sem dar mais do que um passo de cada vez, sem procurar nada de artificial ou de substituição, sem me corromper, sem me vender, sem me perder em sonhos ou ilusões... Há um factor de evasão no sôno que me seduz e me anestesia da realidade, que me atira ao ar como se estivesse a levitar, mas por ora divago, e vou-me deitar!

* Private joke para Vale de Cambra

sexta-feira, outubro 14, 2011

O cair da moeda em todo o seu esplendor

Sinto-me distante de mim, de quem era e que hoje mal reconheço, na aparência fora de controlo e na intimidade a seguir um plano, premeditado e rigoroso, mas no qual não me revejo de todo, seja, e onde do fundo de mim algo me diz, em surdina, que talvez eu esteja a agir contra a minha natureza, contra o que acredito, porque eu sei que tenho sempre a opção de escolher outro caminho...
...mas como alimentar essa chama, suavemente, sem entrar em total conflito interior?

quarta-feira, outubro 12, 2011

Cartoon

Desde Setembro que pago renda em 2 apartamentos...
...devo ser daquelas pessoas que vivem acima das suas possibilidades!

terça-feira, outubro 11, 2011

Contadores a "zero"

Nunca fui muito de seguir horóscopos, antes pelo contrário, mas não deixo de achar graça ao fenómeno… Gosto particularmente de observar o efeito que os horóscopos têm nas pessoas que seguem o seu horóscopo como se de uma profecia divina se tratasse… Nessa observação, constato que da curiosidade ao hilariante vai apenas um passo; tal como é curta distância que vai entre a leitura ocasional que eu próprio faço do meu horóscopo e a coincidência da sua eventual aplicação à ocorrência real do momento. Por mais que seja uma distorção da realidade ou uma adaptação mal esgalhada, e mesmo que o ocasional wishful thinking semeie a dúvida, o horóscopo é como uma peça de um puzzle que quase que serve naquele local... mas nem por isso. Por vezes faz-me rir, mas outras vezes o meu cepticismo quase que desmorona pela força da coincidência…
Dito isto contudo, depois de ter testemunhado à minha volta tomadas de decisões de vida baseadas numa leitura de cartas de tarôt, ou de ter sentido (pré)juízos de valor baseados numa leitura de “aura” (whatever the fuck that is) feita em regime de estágio, e por muito desinteresse que eu lhe pudesse dedicar, o que não é necessariamente o caso, não deixo de manter a curiosidade alerta, é um pouco como dizem os outros ali ao lado: “pero que las hay, las hay”…
…e que o meu feriado do 5 de Outubro tenha sido passado em 2 locais diferentes ao mesmo tempo: Em casa em S. João do Estoril e em casa em S. João da Madeira, e isso não seria nada de especial ou de inédito, não teria sido mais do que também eu saber forjar falsos álibis ou promover o desengano pela arte da negação, todavia, antes de tirar a foto do horóscopo no jornal (de dia 6 de Outubro), comecei por ter vontade de escrever sobre o dia anterior e quanto me espanta que já perto de ter 80.000kms, a minha Virago faz o IP4 a subir a Serra do Marão a 140km/h, a roçar com as péseiras no alcatrão e a dar baile aos TDi’s, e que o feriado do 5 de Outubro, na realidade, foi passado com a minha Mãe, em casa dela, em Trás-os-Montes, numa Aldeia nas montanhas, numa casa de pedra, com o jardim florido e o sorriso dos olhos da minha Mãe, com o cão preto aos saltos só por me ver e gato preto a dormir no muro do alpendre...
...e nos lábios o moscatel com sabor a mel que me alimenta a alma, e nos olhos a paisagem eterna, e na memória, confusa, ora avivada, ora dormente, a esvair-se derramada, a perder-se, imortalizada, “nos montes ao longe”, a saudade escondida na estupidez natural...
Depois do feriado do 5 de Outubro, das idas e vindas do interior para o quase litoral, de Norte a Sul e por onde mais possa ter passado, veio o dia 6 e o horóscopo da foto, e foi assim uma coisa por demais, com os contadores a zero - porque entretanto deixei de fumar outra vez e entrei no que adivinho venham a ser umas 3 semanitas de deficit de pachorra e de pequenos ataques de cólera, controlados e cirúrgicos - surge então nesse 1º dia de negação de nicotina, um episódio alucinado, inesperado, mas que nem merece ser contado… São piadas privadas, dão para rir, para gozar mesmo, tirar ilações repetidas e renovar constatações, e rir ainda mais um bocadinho, e ao fazer a ligação desse episódio com a tal aplicação distorcida do horóscopo do dia 6, num qualquer encaixe de esguelha à vida real, não posso deixar de me sentir algo confuso com a parte que diz “enfrentando-a com valentia”, pela simples razão que isso me faz dispersar sobre qual será afinal a “situação que me está a afectar” (?) e sobre a qual devo eu “colocar um ponto final” , só porque o horóscopo mo diz, quando na realidade, tudo isto, tudo, me estimula e me tira da letargia e me dá um gozo enorme, quase sexual, semente desperdiçada...
Senão vejamos, desencravo uma facada da homoplata e com o balanço dou uma lição de vida à esquerda e por tabela uma lição de homem à direita, demonstro a quem não sabia que as pessoas são mais importantes do que o dinheiro e as relações mais importantes que os materiais; que só amizade genuína é digna do nome e ainda atiro para o ar que os maus conselhos são apenas isso, maus conselhos; renovo em mim (e em quem queira aprender) que a noção de que ter planos é bem mais importante do que ter sonhos; e escrevo, grito e esperneio que por muito que o sangue seja mais espesso que a água, o amor será sempre mais espesso que o sangue, e por isso o “tentar” nunca servirá de desculpa para não se “conseguir”, porque se tenta até se conseguir... De resto, não preciso de valentia nenhuma para colocar um ponto final em seja lá o que for, porque tudo à minha volta parece que só anda a navegar à vista, às apalpadelas, a dar de si sem saber a quem, do seu corpo e das suas réstias d’alma, gratuitamente, à espera quem sabe de repescar um sonho vão qualquer, sempre sem mapa nem GPS para lá chegar, como uma lotaria, arriscar a vida... Não preciso de valentia mais do que de estômago, para assistir, de camarote mas sem ter nada para aplaudir, tornar-me no “Homem Invisível”, outra vez... Corta-me por dentro, e só preciso de valentia para ser igual a mim mesmo, porque se bem que a nobreza ande de mão dada com a coragem, já a valentia trilha um caminho muito parecido com o da burrice… e valentes e estúpidos tenho conhecido uns poucos, não é esse um tipo de característica que eu aprecie; prefiro a frontalidade, a sinceridade, prefiro algo diferente do que ensaios de valentia e eloquência ao telefone, mas que na prática é algo muito rasteiro e traiçoeiro, e esconde-se por trás de uma desculpa esfarrapada, da cobardia juvenil de voluntariar uma vesga qualquer para dar a cara por sí, pelas trapalhadas que se faz e que não se tem coragem de admitir, como um puto que parte uma jarra mas nega que o fez e põe as culpas no cão, ou na cadela, e que empurra o animal para a sua frente, como um escudo, porque sabe que o cão (ou a cadela), lá estará, de cauda instrumentalizada a abanar, à espera de uma festinha, da mão passada no pêlo, ou de outra coisa qualquer, sim, porque cada canídeo com a sua panca!
Assim sendo, horóscopos, zodíacos, lições, vitórias pírricas e afins...
Nasci em 1970, é o ano do cão.
-Ponto final!
A puta da ironia parte-me todo!

sexta-feira, outubro 07, 2011

SK07

You've got the (g)mail, she's got the (g)spot, I've got the Jack.
Everybody's happy!

terça-feira, outubro 04, 2011

Paranoia keeps me alive (post por sms)

Está explicado o fenómeno que me valeu publicar uma imagem da minha inbox, uns posts abaixo "Vale tudo?" a 23 de Setembro, julgando eu que me andavam a tentar hackar.
É que tenho recebido quase diáriamente avisos e alertas de segurança da MSN sobre eventuais tentativas de acesso ilegal à minha conta de Hotmail, o que me fez mudar de password quase diariamente...
Ora hoje apercebi-me, olhando para as horas a que esses alertas me chegam, que o causador sou eu, simplesmente por fazer login simultaneamente em equipamentos diferentes sem fazer logout nos anteriores (Notebook, PC de casa, PC do trabalho, Telemovel). Duh...

segunda-feira, outubro 03, 2011

(...) orgulhos e conflitos à parte (...)

Disse eu um dia num rasgo de inspiração, que "o orgulho é o músculo mais forte do corpo humano"
Hoje, mais uma vez, constatei-o... É uma pena!

sábado, outubro 01, 2011

Ao telefone na esplanada

-Estás no café da tua rua?
-Sim!
-Ainda vais demorar?
-Não muito mais tempo...
-Estás a ler o Jornal?
-Não, estou a manter os canais de comunicação abertos!