sexta-feira, maio 27, 2011

Elevado

Escrevo neste formato há coisa de 7 anos... o blog tornou-se numa espécie de back-up de experiências e emoções, de reacções e trambolhões, e com frequência me encontro a recorrer a determinadas passagens para ilustrar um certo e fascinante fenómeno de repetição cíclica e circunstancial, que a espaços me inspirou, inclusivé no blog inicial (que está integrado aqui).
Por vezes surpreendo-me a mim próprio com as palavras que escrevi, mesmo as que já não me lembro de ter escrito, e que já não me dizem nada... provavelmente porque os momentos a que se referem desapareceram no tempo. As situações e as pessoas revelam-se vãs e os seus interesses efémeros. Tudo isto é cíclico...
Outras vezes contudo, o que escrevi não me abandona, vive e revive e eu surpreendo-me com o acutilante das noções e das palavras, e particularmente como estas ilustram sentimentos nobres que eu procuro cultivar, sentimentos que se inspiram num assolapador e incontrolavel acesso de compaixão, mas que transpiram de mim sob a forma de inquantificavel amor e singular ternura, mesmo que por vezes surja algo desajustado, qui ça com destinatário errado, com um sentido de bravado mal direcionado...
Ao re-ler este post que escrevi em 2004, o ultrage contra o qual luto, 7 anos mais tarde, não é de ter visto a minha amizade questionada, mas antes de ter sido privado de a manifestar, e ainda por cima acusado de a negar (pasme-se), quando na realidade desde início que ela, a minha amizade, tem sido sistematica e cegamente preterida por uma espécie de manietante falácia juvenil - adequada aos intervenientes - enfim, uma vã e auto-promovida ilusão, porventura dúbia, e que (a) usa e se alimenta de um certo lado frágil, inexperiente e inseguro. Seguramente servirá o seu mais vil propósito... Adiante
Ao comparar entre si um colectivo de momentos tão distintos e distantes, com o tempo presente, torno-me indelevelmente distinto e distante também...
...e incomparavel, sem dúvida!

quinta-feira, maio 26, 2011

Dedualidade

terça-feira, maio 24, 2011

slow motion

No cinema, as particularidades do discurso prenominalmente reflexo na tela serão possivelmente o melhor cartão de vísita para promoção do ego de quem desenvolveu o personagem, tanto ou mais quanto por oposição, o discurso sistematicamente exogeno do "eu" e focado em percepções aglutinadoras de terceiros, possa desvendar uma aparente facilidade de prescrutar os outros personagens, mas que não o é, em detrimento de não se cultivar sequer o seu próprio caracter.
Eu pessoalmente escrevo sobre mim sobretudo na primeira pessoa, serei o clássico egocentrico com todo o estigma que a ignorância etimológia e incompreenção do conceito possa imprimir ao adjectivo, e vivo com isso, porque nem sempre me sinto permeavel para adjectivar os outros sem antes me caracterizar a mim próprio (...e mais prenominalmente reflexo que isto seria difícil).
Há cenas da continuidade da fita da vida, pequenos "frames" dispersos, que nem sempre se enquadram de forma evidente no "script", espécie de liberdade criativa do Realizador, que obrigam a canalizar parte da atenção normalmente concentrada na continuidade da acção, para se dispersar episódicamente em fragmentos complementares à própria continuidade, à captação e manutenção de interesse pelo guião.
Mas, não obstante o episódio, antecipa-se facilmente como o filme acaba...


sexta-feira, maio 20, 2011

Hey, Michael Jordan


Para alguém com tu, que não me conhece de lado nenhum, e mesmo assim a continuares a interferir com a minha vida; sob a aura da inevitabilidade, só te digo uma coisa:

-Estás a por-te a jeito para o azar te ir bater à porta!

Nem te digo mais nada; acabo-te com os lançamentos livres!

quinta-feira, maio 19, 2011

Toco-te e respiras

Lá ao fundo, por trás dos prédios do outro lado da cidade, para lá da serra e das nuvens, no céu, a aurora desperta-me da insónia mal dormida e faz-me levantar do frio da cama para vir autómato à janela, e o novo dia que se anuncia para lá do horizonte é igual a mim próprio, indiferente à tempestade...

terça-feira, maio 17, 2011

tic tac, tic tac, tic tac...

Parte do custo de protelar a resolução de certos assuntos pendentes é que quando se deixa passar a fase do racional de forma inerte, seja porque não se quiz dar mais importância às coisas do que a importância que elas têm, ou seja porque pura e simplesmente se baixou as guardas a navegar numa maré de respeito e de confiança cega, a realidade é que por vezes, por inação, deixa-se inadvertidamente que se instale uma certa permissividade, uma porta entreaberta à intromissão, e quando se dá conta repara-se que afinal nos têm andado a tentar morder os calcanhares, a interferir gratuita e inconsequentemente com vidas alheias (!), exibindo-se para o efeito pouco mais do que uma qualquer faceta rasteirinha, que se manifesta à distância, e que sob o disfarce traiçoeiro de que se pretende nobremente alimentar uma dita inadiavel necessidade de amizade, se está simplesmente a cultivar interesses próprios, inqualificaveis. Mas sim, é nessa altura que se torna praticamente inviavel apelar ao racional, e tal como já o demonstrou a nossa experiência de vida - tantas vezes - esses tais assuntos pendentes face aos quais se condescendeu e se adiou, tendem então a furtar-se facilmente à resolução por via diplomática, e, com mais ou menos a perder no processo, já muito dificilmente se conseguirão resolver (vontade houvesse), a não ser de uma de duas maneiras: Ou ao estalo atinado, ou com biqueiros na boca...
...e eu então ando-lhe cá com uma puta duma sede!

domingo, maio 15, 2011

Hoje, 2 anos!

sexta-feira, maio 06, 2011

...à beira mar plantado.

quarta-feira, maio 04, 2011

Ditto

"There's something addictive about a secret"

J.Edgar Hoover

A alma na lama e os olhos no chão

A raiva, esmagada, é a única fonte de motivação que encontro, e contra a qual luto, fonte quase vislumbrada, sei que está lá mas não lhe quero tocar, luz à espreita, chama eminente, quase distante, arsenal escondido, uma bomba sem pavio ou um pavio sem fósforo... É o momento que me corrói, que se arrasta, inerte, perpetua-se na não inevitabilidade que sobra da sucessão dos dias e das horas e dos meses e das semanas e de intermináveis segundos, apoia-se e escora-se na experiência do passado e nos calos dos anos, porque o momento é inspirado nas memórias que dele sobram, memórias dispersas e amarelecidas pelo tempo como imagens de sépia que persistem, melancólicas e aditivas, que pouco valem, são promessas rasgadas e gritadas ao vento ou juradas em surdina, destinadas e adiadas, e depois calcadas, desprezadas e abandonadas, perdidas em vão como sonhos atirados pela janela, estatelados na calçada, por nada, para nada, sem nada a que lhe possa chamar importante, nem sequer necessidade, memórias de promessas quebradas, substituídas, mera teimosia vestida de vaidade, despida da cidade, na vida contida, compartimentada, banal... O momento entorpece os sentidos, prende-me no ostracismo voluntário, arrasta-me a alma pela lama e os olhos pelo chão, e abate-se assim, no orgulho, como um cão atropelado no asfalto, amputa-se do espírito, cala-se na voz e afoga a vontade esvanecida, tatuada no coração... e luto contra a maré, contra o desespero da batalha quase perdida e da guerra sem fim à vista, do medo da vitória pírrica, da vingança inútil, reacção tardia, e da lágrima derramada, repetida, ferida e sofrida, silenciada na dor da almofada, lágrima que é minha, vertida mas não perdida, por nada, porque a tristeza ao menos alimenta-me a raiva.

terça-feira, maio 03, 2011

...ficas tu e eu não

A esta hora está o Bin Laden a fazer "ananim, ananão" com as 70 virgens!

domingo, maio 01, 2011

Fernanda Marta

Feliz Dia da Mãe.