sábado, agosto 30, 2008

Às vezes o amor... esquece-se do que queria postar

Sérgio Godinho - "às vezes o amor"

Às vezes o amor... faz as curvas da marginal

(Sexta-Feira) Embora tenha passado o dia meio cansado e cheio de sôno não resisti a espetar com 350 Kms na Virago (a juntar aos 500 Kms da viagem da noite passada) o que serviu para tirar a barriga de miséria no que toca a andar de moto.
Sinto-me algo atordoado com a velocidade dos acontecimentos dos últimos tempos e completamente perdido nestes 2 meses que passaram num ápice, isto para além de me sentir meio sonâbulo por ter feito uma directa de ontem para hoje... Haja energia!
O dia começou cedo, saí de casa numa missão quase impossivel que incluiu uma passagem em Lisboa, uma ida relâmpago a Rio Maior, um almoço perto de Sintra, nova ida a Lisboa, uma entrega em Almada, uma ida a Sesimbra, o pôr-do-sol à beira-mar na Caparica, e o concerto do Sérgio Godinho, à noite, no Casino, de volta ao Estoril.
Vou guardar os "porquês" para mim.
A Caparica foi a parte do dia que me agradou mais, sem azafama, sem stress, sem pressa... Li, ouvi música calma, tirei fotos fantásticas e bebi uma merecida cerveja. No regresso atestei o depósito pela 2ª vez no mesmo dia e mesmo junto à bomba de gasolina chamou-me a atenção umas luzes a iluminar um placard onde se lia "Feira de Artesanato da Costa de Caparica". Ora tendo eu a Feira do Artesanato do Estoril à porta de casa e sem lá ir há montes de tempo, resolvi por impulso parar a moto e entrar no local... A terapia do shopping pareceu-me boa ideia para o início da noite... O espaço da feira está delimitado num pequeno jardim no extremo do centro urbano da Caparica, é um espaço acolhedor, simpático e pouco barulhento, sem pó e com um agradavel ambiente down-light onde cada tenda concorre com a tenda do lado num verdadeiro festival de formas, padrões e cores almiscaradas. Dei uma volta ao recinto em menos de 10 minutos e voltei a sair, sem comprar nada e a sentir-me algo enganado. Não sei porque lhe chamam "Feira do Artesanato" quando na realidade lhe deviam chamar "Feira Étnica"... Gosto bastante de algumas coisas étnicas, havia lá coisas lindissimas, mas o placard que me chamou a atenção dizia artesanato de um modo não exclusivo. Ora tudo o que lá está exposto é artesanato estrangeiro, até as pipocas eram "popcorn" e a doçaria em vez de regional era da marca "Hello Kitty" (?!). O único artesanato português que lá encontrei foi a barraca das bifanas e a roulotte das farturas! ...enfim, se não tivesse ido sózinho provavelmente nem reparava nisso.
No regresso ainda passei no Almada Forum para procurar o CD da música que tinha estado a ouvir na praia, que não conhecia, e que tanto me agradou. Não encontrei...
Atravessei a ponte sem trânsito, depois Alcântara e entrei na marginal a fingir que não via nem o BBC nem o CCB. Fiz as curvas da marginal à velocidade que a marginal convida (90 Km/h) e vim trocar de roupa antes do concerto para não ir para o casino vestido de motard... Antes de sair procurei no jornal a hora do concerto...
Foi ontem!... Ontem?
Nem quiz acreditar! Tinha este concerto agendado desde o fim de Maio, pôrra, voltei de trás-os-montes de propósito para ir ao concerto, e foi ontem!? Mas quem é que se lembra de fazer concertos à 5ª Feira? Que desconsolo...
Já nem saí de casa, vi um filme que na altura que saiu não tinha visto ("Encontro Acidental" c/ Harrison Ford e Kristin Scott-Thomas) e salvei a noite encontrando no youtube algumas referências da música que ouvi na Caparica: "Ayo", o álbum "Joyfull", de onde saiu o single do clip abaixo. Recomendo!


Some people say that i'm too open they say it's not good to let them know everything about me and they say one day they will use every little thing against me but i don't mind maybe they're right that's just how it is and i got nothing to hide.

I live my life the way i want i got nothing to hide nothing at all life is not a fairy tale life is about more cause life is real.
I live my life the way i want i got nothing to hide nothing at all life is not a
Fairy tale life they should know that life is real.

A friend of mine gave me an advice he said be careful and think twice before you talk about your life protect yourself just keep quiet the more they know the harder they try to spoil your ways to spread lies and even though i know he could be right i just said:

I live my life the way i want i got nothing to hide nothing at all life is not a fairy tale life is about more cause life is real.
I live my life the way i want i got nothing to hide nothing at all life is not a
Fairy tale life they should know that life is real.

Me i be ayo ogunmakin fear no foe i am real from ead to toe just like my heart and my soul.
Me i be ayo ogunmakin fear no foe i am real from ead to toe like life is real and you should know.

ouvido de passagem (post por sms)

"para mim a melhor estrada que há neste país é a que vai para o aeroporto"

sexta-feira, agosto 29, 2008

Auto-Consciência

Ao olhar para o espelho que acabei de encostar sobre as torneiras cromadas apercebo-me que naquela posição o espelho só vai servir para eu me esquecer de fixar os azulejos e volto a coloca-lo no chão. Hoje não preciso de espelho...
Ajusto o pente da máquina numa medida curta sem ter a certeza se é a medida certa, mas também pouco me importo com isso. Asseguro-me contudo que a água não está a correr, porque há riscos que não vale a pena correr, e ligo a máquina. O barulho do motor electrico ressoa nas paredes e rasga o silêncio da madrugada, mas ainda é cedo demais para aumentar o volume da música e para cantorias na casa-de-banho...
Sem me aperceber sou assaltado pela memória de palavras já escritas sobre um momento parecido com este, intimo e privado, e vejo-me automaticamente a tomar notas mentais das palavras que quero agora escrever.
Inclino a máquina num ângulo de 45º e faço uma passagem lenta de baixo para cima, da barriga para o peito, e constato que escolhi a medida certa, a medida daquele "está bem assim" que ainda me ecoa na cabeça. Repito o movimento 3 centimetros ao lado e observo a virilidade dos meus pêlos a cair como penas negras e finas no branco do chão... Contornar os mamilos é como uma prova de pericia, tantas vezes repetida até se conseguir fazer de olhos fechados, ou no caso concreto sem precisar de ter um espelho à frente para medir as distâncias. A expressão "sexualidade-a-metro" cruza-me o espirito e faz-me sorrir, e embora não me reveja nela, interiormente, é mais ou menos disso que estou a tratar, só que não preciso de espelho... Ao percorrer o relêvo dos músculos do peito ocorre-me que paguei adiantado um Verão inteiro de ginásio e que não ponho lá os pés há mais de um mês, e para quê? Por uns breves momentos de pausa mental a não pensar em mais nada do que em empurrar, puxar e manipular ferros e mecanismos anaérobicos... estranha terapia, ou talvez não... Gradualmente esse remédio tornou-se eficaz e passou a fazer efeito durante todo o dia - e durante toda a noite - e deixei de precisar de me refugiar num ginásio 2 horas por dia. Ao lembrar-me de tudo o que o provocou, digo a mim próprio que "já passou", como quem o diz a um puto que caiu e se levantou a chorar com o joelho esfolado.
...já passou, já passou...
Sempre soube que assim seria, que acabaria por passar, e constato-o e sei que tal como ontem, e no dia anterior, e antes desse, não vou voltar a pensar, e mesmo que me lembre, já não me vai inflamar ...tenho tanto e tão melhor em que pensar, tão mais importante!
Concentro-me a passar com a máquina na cova de cada uma das axilas, lentamente, como se cada pêlo cortado fosse copiosamente negociado entre as lâminas e a pele... Lá fora o dia começa a raiar e o barulho da rua substitui o da máquina já limpa e arrumada. O duche soube bem e a directa que fiz esta noite não se perdeu nos 500 Kms de estrada tranquila que ficaram para trás.
Depois da limpeza mecânica das loiças da casa de banho, fruto de alguma auto-disciplina que gradualmente começo a recuperar, volto a pôr o espelho sobre as torneiras e contemplo a cara por barbear e as marcas dos excessos que os anos já começam a não conseguir disfarçar. Sinto-me bem com o cabelo cortado curto e com os pêlos bem aparados, gosto de cada história que cada cicatriz tem para contar, e gosto de me ver assim, sem argola nem tatuagem e com brilho no olhar.
De facto o meu reflexo numa superficie espelhada não diz nada de mim, nem o dizem as palavras que escrevo, nem mesmo as que digo, e muito menos as que ouço, e no entanto...
"Muita parra e pouca uva" -Touché!
...e com este pensamento na cabeça deixo o espelho sobre as torneiras para não o deixar desarrumado no chão, saio e apago a luz. Tenho a certeza que não me vou esquecer de re-colocar os azulejos.

Já vestido penso nestas palavras que escrevo e... tenho um ataque de auto-consciência, mas pouco lhe quero acrescentar, mesmo assim liguei o PC e deixei a escrita fluir enquanto o leite arrefece no copo e o mesmo CD que estava a ouvir há 20 dias atráz recomeça a tocar.
Olho para o lado e vejo uma pequena pilha de livros que tenho tentado ler... -tenho tanto para aprender- ...não sei onde arranjei esta minha mania que sou o maior, mas de algum lado deve ter vindo e se rebuscar na memória...
Não!
Na memória agora não há nada que me interesse, nada que eu queira... O caminho agora é em frente e de qualquer forma eu sei que sempre que precisar, a memória lá estará para me ajudar, sempre foi assim!
Porque mais do que o que digo, eu sou o que faço, tal como fui o que fiz, e como serei tudo o que vier a fazer - e se não for eu a fazê-lo, ninguém o vai fazer por mim (e essa já aprendi há muito tempo!)
Como diz o poeta António Aleixo "Tenho fé nas almas puras / embora viva enganado / não troco esperanças futuras / pelas glórias do passado".
Dito isto, só me falta ir ver o Mar. Escrevo online outra vez...

Debut VIII

O princípio repete-se em mim
quando se esgota o passado
e eu re-invento-o assim
de derrotas calejado
porque o princípio é insistir
é continuar a tentar
é nunca desistir
é cair e levantar
é aguentar e resistir
e é ter brilho no olhar
o princípio é inspirado
é uma luta que há em mim
é um fado respirado
sem princípio nem fim
.

2007 (com 8 meses de atrazo)

O blog da Velocidade de Cruzeiro não acabou hoje, já devia era ter acabado "Aqui", e eu não teria perdido tanto tempo...
Adiante.
Valha-me a consciência, que tarda mas não falta, e por muito amargo que me tenha tornado, por muito incompleto que eu me sinta nos dias que correm, xxx xxxxx xxxxx xxx xx xx xxxxx xx, por muitos caminhos que tenha já percorrido, sei que ainda tenho muito que palmilhar.
É a puta da ironia que não me larga!

adenda: xxx = censurado

domingo, agosto 24, 2008

Re-Post - triplo - (Do princípio, até ao fim!)

(Do princípio...)

"Não me lembrava que esta rua era tão mal iluminada..."
O taxi que me deixou ali deu a volta na entrada de um portão e passou por mim devagar deixando 2 trilhos escuros no lençol de neve que cobriu o asfalto. Se estivesse em portugal aquela hora ainda seria de dia, mas ali tinha 2 horas de noite a mais, um bonús!
Avançei com passos determinados enterrando a sola das botas na neve fôfa que enrigessia sob cada pegada marcada no chão. Não me lembrava do número da porta, acho que nunca o soube, mas sabia que ia reconhecer o local quando lá chegasse.
Que deserto, não se via vivalma na rua, não se ouvia mais do que uma leve brisa a acariciar os galhos despidos das árvores... Sintia o frio da noite encher-me os pulmões. O fumo do meu cigarro desenhava-se no ar sem esvanecer.
"É aqui!" Reconheceria esta porta de olhos fechados e só cá estive meia-duzia de vezes. Às vezes penso que gostava de conseguir aproveitar melhor esta memória fotográfica com que estou equipado...
"Será que devia ter telefonado a dizer a que horas chegava?"
A campainha tocou sobre a pressão do meu dedo, dois toques curtos, como sempre...
trin, trin...
Depois silêncio.
trin, trin... insisti
Afastei-me. "Não vou tocar mais, devia mesmo ter telefonado, vou ter que secar, está um briól desgraçado!". Continuei a descer a rua, nunca tinha ido para aquele lado da rua e sempre tinha sentido curiosidade para saber o que era o néon que se via ao fundo, depois das quatro-estradas.
Era um coffee-shop, claro!
Passei a porta exterior e bati com as botas no tapete de arame, tirei o casaco para sacudir a neve e entrei.
Dirigi-me ao balcão como se estivesse a entrar no hall da minha casa, de passagem por uma mesa atirei o casaco para uma cadeira e peguei no cardápio... De tantos nomes em Holandês um sobresaiu aos meus olhos ainda não acostumados à meia-luz.
Levantei os olhos e pedi um café, um pacotinho de "DoomFlower" e mortalhas king-size. A empregada era gira...
Sentei-me e entreti-me a fabricar, copiosamente, como um artesão. Passaram uns 20 minutos, em camera lenta, a música interferiu comigo docemente, como eu gosto...
O meu telefone vibrou em cima do tampo da mesa, atendi sem olhar para o visor...
"Olá, chegaste bem? Já estou em casa, vens cá ter?..."
________

(...até ao fim!)

Desliguei o telefone e pousei-o na mesa. Pedi outro café... Se ao menos vendessem alcool nos coffee-shops... Continuei sentado, tinha acabado de negociar ao telefone mais 20 minutos de tempo para mim, tempo do "eu" despido do "nós". Sentia-me bem, cansado mas tranquilo. Sentia também um misto de euforia mental misturado com entorpecimento físico, ou era do frio, ou era o "Doom Flower" a contribuir para ampliar as sensações.
Peguei na base do copo e tirei a caneta da Amnistia Internacional do bolso... entreti-me a contornar a azul todas as letras da palavra "The Schmurf"... Depois lembrei-me de como tudo tinha começado há 6 anos atrás, lembrei-me do princípio e de como não sabia quando chegaria ao fim daquela viagem. Virei a base de copo ao contrário e escrevi uma palavra: "debut", decorei-a com o número 4 em numeração romana.
Os versos sairam-me de primeira, fiquei contente, não costumam sair de primeira...
Re-li o que escrevi, depois meti o meu novo tesouro no bolso e deixei uma nota de 20 Guilders entalada por baixo da caneca de café. Levantei-me, dirigi-me à porta e saí para o frio da noite...
"Que frio..."
_______

(Do princípio até ao fim!)

Voltei a subir a rua, tinha parado de nevar mas o frio continuava, e adivinhava-se ainda mais frio durante a madrugada. Cheguei perto da porta e ela já estava na rua à minha espera... “Vamos ali ter com uma amiga minha, combinamos encontrar-nos no centro” O beijo de quem não se via há mais de 1 mês passou despercebido no entorpecimento dos nossos lábios frios.
Fomos a um bar chamado “American Dream”, tinha uma decoração a condizer com o nome e que estava muito bem aquecido. Não estava ainda cheio, as pessoas normais àquela hora costumam estar a jantar...
A amiga dela já lá estava, chamava-se Olga, a Maria já me tinha falado dela, era muito bonita de cara, como as Russas são quase todas, da altura da Maria mas com as curvas escondidas na roupa folgada.
Lembro-me que a atmosfera cresceu e evoluiu ao passo de cada rodada de cerveja que íamos pedindo... Nessa altura o meu entender de Russo permitia-me acompanhar a maior parte da conversa, por vezes alternávamos para Inglês e quando eu ou a Maria queríamos dizer algo mais privado dizíamos em Francês... Ocasionalmente elas trocavam uma ou outra frase em Holandês mas isso não me fazia confusão.
A determinada altura a Maria ausentou-se e a Olga, perfeitamente out of the blue disse uma Frase: “A Maria gosta muito de ti Francisco, ela nunca faria nada com outro homem...” Sorri, “Ainda bem” disse eu “Também gosto muito dela...”.
A Maria voltou com um empregado que trazia uma bandeja com 3 cervejas e 3 shots de Vodka. Continuamos animados, a tensão inicial libertou-se com o alcool e deu lugar a alguma intimidade. O tal “Doomflower” que eu tinha fumado no “Schmurf” já se tinha esvanecido e hesitei em ir à casa de banho enrolar “uma”, “uma” pequena, só para mim... Mas deixei-me estar, de qualquer forma já estava a ficar meio bezâno...
Daí a pouco a Olga ligou ao marido para ele a vir buscar, ou pelo menos para vir beber um copo connosco. A Maria explicou-me que era um casamento de conveniência, ele era Holandês, quarentão e tinha um Porsche 911. A Olga era estudante, boa nas horas do caraças e precisava de um Visto de residente. Dormiam em quartos separados e mais uma série de pormenores que fariam bastante confusão a qualquer Católico.
Mandamos vir mais uma rodada, já para 4, o marido da Olga apareceu pouco depois...
O resto da noite são breves episódios na minha memória, sem continuidade, dispersos e sem eu saber muito bem a justificação de alguns acontecimentos.
Lembro-me de irmos para um outro bar em frente à Estação Central de Rotterdham... Estávamos numa mesa de quatro, dois a dois, a Olga ao meu lado direito, a Maria em frente da Olga, e o bacâno (não me lembro o nome dele) ao lado da Maria, ou seja à minha frente.
Elas envolveram-se numa conversa qualquer de gaja, em Russo, cheias de risos e animação. Eu e o Marido da Olga falamos de coisas de gajo, futebol, carros e gajas, em Inglês (Ele não falava Russo, e eu pouco percebia).
A determinada altura a Maria e a Olga pararam de falar uns instantes e sem que a minha mais profunda intuição o pudesse prever, levantaram-se das suas cadeiras e aproximaram-se uma da outra sobre a mesa num gesto simultâneo e continuo que culminou num beijo, um beijo languido e sensual, um beijo linguado... Eu e ele paramos de falar um instante e olhamos para elas, sorrimos, depois a falar como se nada fosse... Elas voltaram a sentar-se e continuaram a conversa delas.
O sangue nas minhas veias começou a borbulhar, ou então era o álcool a preparar das suas. Fiz um esforço para controlar os maus fígados, aqueles que tinha quando era adolescente e me metia em zaragatas sempre que bebia. Mantive um ar sereno, sereno mas dinâmico.
Lembro-me de ter pensado num filme com o Richard Gere e o Andy Garcia e numa cena em particular, uma daquelas cenas à filme que quando vemos na tela temos a certeza que são perfeitamente irreais. Naquele momento essa cena acendeu-se na minha cabeça, veio à luz, real, mais real que o filme alguma vez a poderia representar. Continuei a conversa com o outro idiota gesticulando com a mão esquerda... Com a determinação cega pela intensidade dos eventos coloquei a mão direita no entre-pernas da Olga, senti o formato, o calor e o húmido que as calças deixavam passar... 1 minuto... 2 minutos... 5 minutos... A conversa continuou animada, contei-lhes uma anedota sobre o milénio novo que se aproximava e os medos do Y2K, rimo-nos todos. A Olga de vez em quando ajeitava a posição do corpo, abria ou fechava as pernas consoante o meu toque se intensificava ou abrandava. Estava tão absorvido no que estava a fazer que a mão dela a tocar em mim me passou perfeitamente despercebida...
Durante a hora que se seguiu elas repetiram a façanha do beijo umas duas ou três vezes, a minha reacção foi a mesma, mas a dificuldade em me controlar aumentou exponencialmente. Esforcei-me por fazer um ar igual ao outro otário, como se nada me surpreendesse... Acho que fui bem sucedido nesse esforço.
Passadas mais umas rodadas de cervejas mal bebidas pagámos e saímos... A Olga anunciou que o Marido se ia embora. Lembro-me de me despedir dele com um aperto de mão, por uma vez não tinha a mão gelada ao cumprimentar alguém.
Enquanto eu fui comprar cigarros eles foram andando para o parque de estacionamento, comprei uma garrafa de 200cl de J&B que bebi pelo gargalo num trago e aproveitei um canto refundido para fumar um charro. No percurso de regresso tirei do bolso a base de copo do “The Schmurf”” e re-li o que tinha escrito algumas horas antes, o poema parecia uma peça daquele puzzle:

Debut IV

O princípio sou eu
Sou princípio
E sou o fim
Sou presente respirado
Que se sente indiferente
À frente de toda a gente
Inspirado no passado
Respirado no presente
Sou desejo
Sou vontade
Sou ensejo
Sou saudade
O princípio e o fim
Sei que os sinto assim


Quando voltei para junto delas o outro otário já se tinha ido embora. Dirigimo-nos para casa da Maria e noite envolveu-nos aos três num quarto em chamas.
Nos dois anos que se seguiram eu e a Maria nunca falámos daquela noite, nunca comentámos, nunca manifestámos um ao outro se tinha sido bom para nós ou não.
Mas nessa mesma noite, a frase descabida que a Olga me tinha dito no “American Dream”, quando a Maria se tinha levantado da mesa, instalou-se na minha mente, indelevelmente: A que propósito é que ela me veio com aquela conversa, de que a Maria nunca faria nada com outro homem?...
Mas essa história fica para outra vez...

sexta-feira, agosto 22, 2008

...e bom fim de semana!

Confesso que a pequena "interacção" que tive recentemente com os comentários assinados "Flôr do Verão" me perturbou um bocadinho, não costumo ficar particularmente afectado com trapalhadas destas mas qualquer coisa se produziu que me tem vindo a fazer questionar-me, e isso é coisa que não gosto nada de fazer sem ter um bom motivo (e não tenho nenhum motivo para me questionar!). Contudo, se por um lado algo elevado em mim me impediu de a/o mandar apanhar no bem-bom, por outro lado dei o beneficio da dúvida, e assim em jeito expurgação de sintomas, rebusquei naquilo que se vê de mim no(s) meu(s) blog(s) para tentar perceber se realmente o que escrevo poderia suscitar legitimamente tal reacção em alguém que - alegadamente - não me conhece, e que parto do princípio será alguém que joga com o baralho completo (note-se o beneficio da dúvida).
Sim, escrevo essencialmente sobre mim, sobre o que vejo, como o vejo e como sinto o que vejo, e o que vivo e como sinto o que vivo, e ainda como vivo o que sinto!
Efectivamente uso com recorrência "eu", "me", "mim", os possessivos e as conjugações prenominalmente reflexas. Tenho opiniões muito próprias e sou desinibido em comunica-las, por vezes inconsequentemente, e chego a fazê-lo em formato elaborado e com conteudo exagerado para reforçar a ideia. Gosto de falar sobre mim (adoro!) e de me gabar dos meus feitos, mesmo que alguns seja eu apenas a considera-los como "feitos". Além disso por vezes não resisto a ser provocador de polémicas que me façam estimular o tico e o teco e dessa forma sair da letargia intelectual com que sou atingido ao ler tanta mediocridade por essa internet fora (blogsfera incluida). As fotos que espalho online são primordialmente de mim, ilustram momentos meus e substanciam descrições escritas desses momentos... Geralmente são também auto-fotos porque cada vez mais prefiro passar tempo sozinho do que fazer o frete de ter que levar com pessoas que não têm nada que eu queira (Dito isto, salvaguardo que não há momento sozinho em que não me ocorra alguém com quem gostaria de estar a partilhar esse dado momento, mas como há opções que não são só minhas, avanço no tempo e deixo o mundo girar). Adiante.
Serei narcisista e egocêntrico? Seguramente que sim, mas não mais do que qualquer outra pessoa que seja auto-consciente. Olha quem!? Também sou vaidoso, tento ser charmoso, dizem que sou jeitoso e cultivo uma atitude que me dá um certo ar de pinta brava. No conjunto disto tudo e mais que pudesse dizer de mim, vivo satizfeito comigo próprio, e isso... Satizfação pessoal, não tem preço!
A questão pertinente para acabar com esta conversa é tão simples como constatar que existem pessoas cujas vidinhas que têm não lhes chega e precisam de se meter na vidinha dos outros para se sentirem vivas... Assim, onde a carapuça servir, dorme lá para o lado que dormes melhor e que não seja eu a perturbar o teu soninho!
Entretanto decidi que o PC tem andado a sair do saco vezes demais, vezes sem conta, e já me estou a fartar, até parece uma dependência qualquer que não reconheço em mim e que ao produzir-se me está a constranger de fazer outras coisas que gosto de fazer... Trazer o PC nas férias foi um erro e para a próxima fica em Lisboa que é tão bom!
Nesse sentido, vou programar o blog para ir postando automaticamente alguns posts antigos que já nem me lembrava de ter escrito... uma espécie de "re-post", até me voltar a vontade de escrever directamente online... Agora vou fazer birra com um bloco e canêta no bolso, e só não rifo o PC porque ainda nem acabei de o pagar!
-Fôda-se!

Põe o carro, tira o carro...

...e pensar que só cá vim a um casamento há uma semana atrás!
A festa de Santa Eugénia começou ontem... Quando cheguei do meu passeio matinal havia música ambiente em toda a aldeia... e que música! Pimba do mais pimba que há. A comissão de festas teve a cortesia de instalar altifalantes em todos os postes de iluminação da aldeia, e o poste em frente aqui de casa não foi excepção (deve ser castigo por alguma coisa que eu fiz)... Enfim, se eu já me estava a arrepender de ter ficado para a festa, confirmo agora o arrependimento!
Ontem à noite deixei as minhas sobrinhas irem sozinhas para o Baile com a premissa que voltavam o mais tardar à 1 da manhã (depois da final do torneio de futebol de 5 houve "conjunto" e bailarico na Trigueira)... Como adormeci relativamente cedo com um dos livros da minha Mãe no colo não faço ideia se elas cumpriram o horario, mas nem me vou preocupar com isso... Aliás, antes de sairem vieram-me perguntar se eu achava que estavam bem vestidas, coisa inédita perguntarem-me isso a mim, mas como há já 3 dias que só estou cá eu e elas, devo estar a ocupar o lugar de... Mãe?!
Enfim, dei a opinião de homem, mais do que de tio: Qualquer coisa como eu achar que estão super bem, talvêz um pouco provocantes mas altamente sofisticadas, arriscam-se causar inveja nas outras miúdas e provavelmente a ouvir pirôpos dos rapazes, acrescentei que como são as duas muito bonitas não precisam de maquilhagem para nada, mas essa parte elas devem ter pensado que eu estava a falar em chinomarquês. Assegurei-me que ambas levavam "camisinhas" nas respectivas carteiras (coitadinhas, ficaram super envergonhadas) e acho que a subtil ensaboadela que lhes tinha dado ao jantar a respeito do porquê da Prima Sara se ter casado com 18 aninhos surtiu algum efeito.
...esta minha inesperada função de patriarca, combinada com o prazer que vejo na minha Mãe pelos pequenos arranjos e acabamentos que tenho feito cá em casa ajudam-me a combater a vontade de me pirar daqui, e ainda bem porque da maneira que isto tem andado o Norte chama cada vez mais por mim do que o Sul, e se me fizesse à estrada agora provavelmente acabava por ir ver o Mar do Norte outra vez (enfim, já me contentava com o Golfo da Biscaia). Por falar nisso, não me voltam a apanhar cá de carro no Verão outra vez, tanta falta me faz a minha moto...
Uma moto qualquer!

quinta-feira, agosto 21, 2008

Saído da colecção de cartas por enviar

Bordeus, Julho, 2001

Pa, nao ha acentos nem cedilhas neste teclado

Bikinho & Vinix

Ha bastante tempo que nao vos escrevo umas linhas… Estava aqui na minha rotina matinal quotidiana, barba, dentes, cafe, preguica para tomar banho etc… Puz-me a ouvir umas cassetes que fui buscar ontem a noite a um caixote esquecido na garagem: Silent poets, deep forest, Morphine, US3, pizzi cato, leftfield, goldie, hurban spieces, spearhead, arrested development, cafe del mar e outras cenas esquecidas, cenas loucas que foram voces que me mostraram mas que nao conheco o nome…
…e comecou assim de repente, no meu pensamento, uma viagem nostalgica (demais) por um passado de que quase me lembro como que fosse ontem, mas que sinto como se fosse ainda hoje. E voces os dois, cabroes, fazem parte disso!
E assim simplesmente, tive um impulso irresistivel para me sentar e escrever-vos umas palavras, sem saber muito bem o que dizer, como se esse gesto de vos escrever como fazia dantes fosse um gesto magico e me transportasse para um pouco mais perto desses momentos e sentimentos que vivi, e que se espalham por varios anos, por varios paises… momentos passados e sentimentos esquecidos, mas que por vezes me parecem fazer muito mais sentido do que a vida que levo hoje. Nada disto estava planeado...
Penso frequentemente no passado (no meu passado), e diferencio periodos bem distintos como os dois anos antes de partir para Inglaterra (93 a 95), lembro-me de fazer o meu 12 ano pela N-esima vez a melhorar a média, das noites passadas com o Eric a ouvir XFM e no feeling de pertencer aos filigrees, lembro-me de como tinha sobrevivido a ruptura com a Carla e como estava tao loucamente apaixonado pela Hilary, lembro-me das tardes perdidas no Kalafrio a escrever poesia enquanto o Bikinho a fazia desenhos (duas magnificas exposicoes no Tamariz perpetuaram esses momentos), lembro-me das incursoes de surpresa na Matinha a ir ver como era a TVI e de sentir-me importante porque o meu amigo Vinix trabalhava la e mandava naquilo tudo.
…e depois, num dia de Setembro de 95, meti tudo dentro do carro e com a roda da bicicleta-confiscada-a-minha-irma a sair pela janela, “beijinho Mama prometo que volto”, e fiz-me a estrada como um louco, embriagado com sabor da aventura, intoxicado de vontade de vencer, inchado de orgulho e a imaginar o que seria que o meu Pai teria dito desta minha decisao.

Comecava o periodo APC (Applied Psychology & Computing)

Nao me esqueco do primeiro Inverno que passei em Bournemouth, na Universidade e do primeiro natal passado sozinho com 42 de febre em frente da televisao, lembro-me do meu super carro preto classico de 74, Maquina Infernal, e na falta que todos voces me fizeram. Arrepio-me de pensar no estomago e na forca que tive de desenvolver para aguentar o meu “exilio forcado”, nos empregos mitras para ajudar ao custo da vida de boemia… Mas esse primeiro ano em Bournemouth valeu todos os esforcos que fiz para atingir o meu objectivo de ir para Inglaterra, vida nova, pessoas interessantes, altas boites e noitadas, estudos de psicologia da bola e… grelo como o caracas! Esse foi o periodo “pre-Hayley”, que foi o melhor que passei desde que parti…
Depois veio a derrapagem da Hayley, a cegueira de pensar com os ditos em vez de pensar com a cabeca… Varios arrependimentos sobrevivem dessa relacao, lacos soltos e nao vou descansar enquanto nao reparar as broas que provoquei, passou-se em 96-97… perdi amigos valorosos, perdi a auto-confianca e anos de vida, destrui a auto-estima, contrai dividas e quase trai confiancas… Mas o pior de tudo foi que me fodi no segundo ano da Universidade, o que me deixou numa situacao bastante delicada em relacao a minha Mae e a minha familia. Foi sem duvida um periodo negro da minha vida. (contudo, aquela minha entrada no aeroporto de Lisboa quando voces todos me foram esperar ficou registado como um dos momentos mais bonitos que passei)…
Quando as lagrimas secaram e o coracao voltou a bater, apercebi-me de que algo em mim nao se tinha ido abaixo, uma pequena luz manteve-se acesa, algo do fundo de mim que sobreviveu. Foi isso que me fez combater o ocio a que me tinha entregue e do qual me foi tao dificil sair… Lutei alem dos limites que conhecia, agarrei-me a essa pequena chama que insistentemente se manteve acesa e veio enfim o periodo da absolvicao, uma manobra mais ambiciosa ainda do que vir para Inglaterra, talvez porque ja nao tinha nada mais a perder… e assim, numa tarde de Sol em Setembro de 97, noutra cidade, inscrevi-me num prestigiado Curso duplo e intensivo de Gestao e Comercio Internacional, em duas Universidades diferentes e em dois paises diferentes, e em duas linguas diferentes, e com duas licenciaturas a minha espera ao fim de 4 anos…

Comecou assim o periodo EBP (European Business Program, o nome do meu curso).

Portsmouth nao tinha nada a ver com Bournemouth, E uma cidade que foi bombardeada durante a guerra e reconstruida as tres pancadas pelo plano Marshal, tem um povo muito mitra e reles, uma base naval militar, enfim, é buraco industrial… Mas a Universidade E uma das melhores de Inglaterra e a cidade fica A beira do mar o que para mim chega perfeitamente para esconder o lado triste e cinzento e so ver o lado bom, a visao do mar sempre foi um escape para mim…
O primeiro semestre foi outra tomada de leviandade a redescobrir a pinta-brava que ha em mim. Basicamente deixar as bifas baterem-me o coiro, noitadas, alguns fumicios, copos e claro, bicicletas roubadas (porque E impossivel voltar para casa a pe a meio da noite estando bezano) e ainda, como uma cereja no topo de um bolo de chantilly, o meu sobrinho Manel estava tambem na mesma universidade (desistiu do 2º ano do Tecnico para vir ter comigo)…
Abriu-se assim uma nova perspectiva de estar em Inglaterra sem me sentir isolado. A auto-estima essencialmente surgiu também do facto de ter passado os exames do primeiro semestre com uma perna atras da costas, e entao, feito de conhecimentos e amigos novos e de curso cosmopolita, quando dei por ela ja estava a caminho de Bordeus, em Fevereiro de 98, para os proximos 18 meses dos cursos.
Conheci a Maria (flores cairam do ceu e tal) nessa altura. A vida em Franca E diferente, mais latina, mas os Bordelenses teem a mania das aristocracias da mitra e dos proprietarios de vinhas… Grandes cromos! Imaginem que uma coisa tão comum como ter um "de" no nome me da previlegios e mordomias em todo o lado. Enfim, a minha escola (superior de comercio de Bordeus) E tambem bue elite (escola privada). Ao contrario de Portugal nao tem nada a ver com a universidade do estado (segregacao total, aceite e reconhecida mesmo pela administracao publica, por exemplo, pessoal com um diploma da minha escola tem um salario em media 20% mais elevado do que o pessoal com o mesmo diploma de uma universidade publica, incrivel!). Enfim, igual a mim mesmo dava-me tanto com o pessoal do meu curso como com os locais, e E bem bom conhecer pessoal local… Passados esses 18 meses (incluindo um segundo estagio de 6 meses numa empresa de import-export) ja estava outra vez a caminho de Inglaterra para os 18 meses seguintes, isto ja em Setembro de 99… A Maria seguiu para a Holanda o que fez com que eu fosse a Rotterdam dar assistencia e fazer uns fumicios e incursoes a bares de red light district de 2 em 2 semanas… Novo milenio e tal, outro estagio como Marketing Manager de um jornal local perto de Londres, um penalti roubado ao Abel Xavier na meia final Portugal-Franca e, embora um novo precauco se tenha passado la por terras da ganza (nao E so a minha carne que E fraca), em Fevereiro de 2001 ja estava outra vez em Bordeus para o ultimo semestre do curso (...e desforrei-me do tal precauco como gente grande!).
Em Junho recebi o meu diploma de graduacao da Universidade de Portsmouth, e este mes recebo o respectivo diploma da escola superior de comercio de Bordeus, e vejo assim coroados de exito os esforcos e os sacrificios destes ultimos quase 8 anos (foi em fevereiro de 94 que fui a Inglaterra visitar a Carla, que conheci a Hilary e que decidi que ia estudar para Inglaterra, parece que foi ontem)...e agora Sr Dr (a dobrar!).
Acabou esta viagem louca, esta aventura, “Papa, podes finalmente sentir-te orgulhoso de mim!”

…e agora?

Estamos no presente, tenho andado a fazer um “reality check” para ver em que pe estao as coisas e como anda a minha vida… Nunca foi parte dos meus planos ficar por ca, prometi a minha Mae que “vou, venco e volto”, mas hoje vivo com a Maria ha mais de 4 anos, nao estou a contemplar deitar isso pela janela fora. Ela ja esta a trabalhar como Quadro Medio de uma multinacional de grande distribuicao (Grupo Auchan), e com a minha ajuda resolveu a situacao diplomatica dela e tem um visto de residencia e de trabalho em Franca. A minha consciencia esta tranquila.
O BNP Paribas veio-me contratar directamente A Universidade mesmo antes dos exames finais e de sair a nota da tese. (fiquei a saber que a minha classificacao do curso esta entre os 10 primeiros em mais de 120!). Comeco a 15 de Setembro, na sede do BNP em Paris, a fazer o Marketing duma cena que nem sei bem o que E... "Fonds de roulement", uma especie de investimentos tipo private banking, acho eu... o job é mesmo na esquina da rotunada do Arco do Triunfo com a Avenue Foch (num edificio que foi sede dos Nazis durante a ocupacao, imagine-se!). O BNP paga bem para caralho! Mesmo assim tenho enviado candidaturas, um pouco por toda a Europa, Paris, Londres, Lisboa. Não sei se me quero mudar para Paris, nao ha guita que pague eu nao me sentir bem num sitio... e estou saturado de me sentir sempre... estrangeiro.
Entretanto e ate la ainda faltam 3 meses e aquele negocio de design grafico que montei na minha garagem da para pagar a renda, meter benzina no honda e ainda tenho tempo para passear a beira rio e escrever poesia nas mil e uma esplanadas que ha em Bordeus.
Por vezes tenho uma ideia que me parece mais brilhante, tipo comecar outro negocio, oportunidades nao faltam, montar uma empresa mais credivel do que na minha garagem… Mas apercebo-me de que nao so preciso do guito inicial mas tambem de acumular mais experiencia… Os anos todos que trabalhei em Portugal antes desta viagem estao algo desatualizados…

Mas nao sera este o comeco da proxima aventura?

Bom, caros amigos, espero que estas palavras vos encontrem de boa saude e tal e coiso, que a vida vos corra bem e que nao falte pito para vos alegrar a gaita.
Devo ir a Portugal brevemente, Agosto ou coisa que o valha, vao estar ai ou vao reconhecer o terreno dos acores... outra vez?!

Ah, em Janeiro estive em S. Petersburg, que loucura, depois conto. e em Fevereiro estive em Budapest, outra loucura, depois conto tambem, e mostro as photos.

De resto, totil power da bola birinight e beijinhos nas respectivas.

F

PS, Curtam a foto da minha gata, chama-se “fascistik” (pequeno fascista em Russo), neste dia estavam 26 graus negativos!

Pérolas a porcos

"38"

Despertar do amanhecer e do vento
Traz a força do sentimento.
Das desventuras destrutivas
Faço aventuras construtivas,

Um novo olhar, um sorriso
Nova vontade de viver,
Vida nova e mais juízo
Um cruzado a combater.

Quero despertar novos destinos.
Longe a tristeza torcionária
em que me ví, prisão assim…

Fugir dos maus caminhos.
Longe a amargura solitária
dor que faz parte de mim…
_

Ao sabor do silêncio violento,
Soltar o cabelo e a mente,
Para que a vida me tente
A não correr contra o vento.

Lutar por mim, lutar por tudo
Que a vida queira que sim.
Leão que sobrevive e contudo
Me ajuda a viver assim.

No espaço enfim encontrado
O passado sempre escondido,
Recuperar o tempo perdido…

No coração despedaçado
A vontade de avançar,
Fazer tudo por ganhar!
_

Marco um ferro no orgulho
Entro na vida de mergulho
O amanhã passo a olhar
Sem ter medo de chorar.

Um saber de vida feito,
De experiência acumulada
Numa vida tão sem jeito
Até agora malfadada.

Vida feita a descobrir
Que a tudo acho graça
Mas que só vem distrair…

38 Verões a sorrir,
Mas cada ano que passa,
Só serve p’ra confundir…

quarta-feira, agosto 20, 2008

O comentário que eu até podia fazer...

Para a "Flôr do Verão"
Dirijo-me a ti assim, em dircurso directo.
Ter um blog é manter uma porta aberta ao mundo, mas como todas as portas, tanto se entra como se sai. É uma espécie de faca de 2 gumes, a comunicação corta para os 2 lados. De um lado os posts de quem escreve, do outro os comentários de quem lê. Os que escrevem podem faze-lo de forma anónima, e os que comentam também. É até engraçado ver a variedade e a natureza dos pseudónimos que existem na blogsfera, as pessoas escolhem os seus alter-egos como quem escolhe desejos e sonhos... Enfim, num blog, quem escreve pode moderar ou mesmo inibir os comentários, quem lê pode comentar o que lhe apetecer ou coibir-se de comentar se por ventura não tiver nada de... interessante para comentar.
Mais, quem escreve num blog abilita-se a expor-se, quem visita um blog abilita-se a ser confrontado com a exposição alheia... Basicamente é assim que a coisa funciona.
No caso concreto do "Velocidade de Cruzeiro" (nota que é um blog com bolinha vermelha), a moderação de comentários não está activa e quem comenta pode inclusive fazê-lo de forma anónima ou pseudónima. Em última instância, se eu constatar que alguém se está a esticar nos comentários (nunca aconteceu), eu posso literalmente apagar os comentários discrecionariamente (também nunca aconteceu).
Isto dito, a conta do blogger é minha apenas porque sou eu que tenho a password para fazer o login e manipular o blog. Mas o blog, este blog da "Velocidade de Cruzeiro", é do mundo, é como o azul do céu, e só olha para ele quem quer!
Tu olhaste para este lado, e eu pergunto-me se de tanto que leste (e fartaste-te de ler), pergunto-me se tudo o que eu consegui inspirar em ti foi "este" teu comentário...!?
Mas como disse, isto dos blogs é como uma porta por onde se entra e por onde se sai.
Assim, "Flôr do Verão", presta atenção à escrita:
Nos últimos 2 dias apenas, deste-te ao trabalho de vir visitar o meu blog em pelo menos 6 ocasiões distíntas.
Entre posts e comentários (para não falar do meu perfil de Hi5), passaste por 89 páginas no meu blog e gastaste um total de 132 minutos e 41 segundos do teu tempo a ler as palavras que eu escrevo.
Caso não saibas, permite-me que te diga que o teu IP address é o 77.54.216.# e que usas uma ligação à internet atravez de um ISP da Vodafone.
No teu PC tens instalado o Windows XP em português (com actualização do SP2 da Microsoft) e serves-te da versão 6.0 do Internet Explorer para navegares na internet.
O teu Javascript (seja lá isso o que for) é da versão 1.3, e no teu monitor, apesar dos 32 Bit de profundidade de cor, tens definida uma resolução de 1280 x 720 pixels (o que quer dizer que ou precisas de um ecran maior, ou precisas de usar óculos).
Ambos sabemos que estás em Lisboa, enfim, em Lisboa metropolitana, mas talvez não saibas que neste exacto momento estás nas coordenadas Lat: N38,5167 - Long: W9,1333
Se calhar não sabias algumas destas coisas...
Tens o Google earth instalado? Experimenta introduzir as coordenadas que te dei e descobrir se ias a passar na rua no momento em que o satélite passou...
Por mim eu não vou fazer isso, pela simples razão que algo no teu comentário me diz que nós nos devemos conhecer pessoalmente, e eu tenho tido tantas surpresas desagradaveis nos últimos tempos que não me está a apetecer ter mais uma...
...deixo esse desconforto para ti.
Volta sempre.

Bjs
F

You're gone



You're gone. As suddenly as you came to me
Like nightfall followed dawn without a day between
You're gone and suddenly I can't see
I'm in the shadow of you
I'm in the shadow of you
I can see you in my minds rose-tinted eye..
Somewhere you're drifting by
Your heels rolling sparks on the lucky street
While here am I, left behind
Stunned and blind
But I can see you from here
I can see you so clear

You are the light
You are the light
You have the day
I have the night
But we have the early hours together

You're gone, and heaven cries.
A thunderstorm breaks from the northern sky
Chasing you back to the daily grind

You're gone. And where am I?
A haunted life
The ghost of your laughter
The half-empty glass
The half-empty glass

And I wait
'til midnight tolls
Two souls almost touching in the dark
I'll be all right

You are the light
You are the light
You have the day
I have the night
But we have the early hours
We have the early hours
We have the early hours together

(Marillion)

Circo de pulgas

Ao olhar de repente para este novo Header, até podia mudar o nome ao Blog.

terça-feira, agosto 19, 2008

Austéro, agreste, árido e deslumbrante

Passei a tarde a andar de acelera, não sei porquê mas algo me tem desagradado aqui na aldeia, não sei se são os emigras ou se é a excitação generalizada com a antecipação da aproximação da festa, a tal ponto que tenho arranjado maneira de me baldar daqui, talvez o esteja a fazer de forma inconsciente, talvez não, mas pouco me têm visto por cá.
É preciso ir a Alijó? Eu vou, até tenho que ir pôr gasolina...
Tem que se encomendar lenha ao madeireiro de Vilar de Maçada? Eu vou ...e já estou a adivinhar quem vai ter que a arrumar!...
Hoje há arraial em Carlão? Eu vou, nem que seja só para ganhar apostas na barraca dos tiros de pressão-de-ar...
Há torneio de futebol de 5 na Trigueira? Acho que vou ler um bocadinho...
O melhor guarda-redes, eu? Isso era há 20 anos, arranjem outro...
Jogar damas? Ó Bruno, estou a jogar Xadrez contra o computador...
Matraquilhos? Não tenho parceiro...
Jogar à Malha? Vocês não dão luta...
Torneio de Sueca? Não posso ir bêbado para casa que tenho cá as minhas sobrinhas...
Ir ao Rio? Não trouxe fato-de-banho...
Descavar batata? Malhar feijão? Empaular cebola? Apanhar tomate? Regar o melão? Com tantas coisas que há para arranjar na casa da minha Mãe não tenho tempo para essas actividades...
Ah... o café está vazio a esta hora? Olha, está-me mesmo a apetecer um Moscatel...
Tem sido mais ou menos assim, com toda a diplomacia e charme inerentes a moi-même, com algum distânciamento que é crescente em mim...
Felizmente posso sair com a acelera pela porta do lagar, que dá para as traseiras da casa e directamente para a Vinha.
Assim, depois do almoço fui daqui tomar a bica a Martim. Mal sabia eu que iria acabar a volta noutro Distrito... Em Martim, na TV do café local a Argentina estava a dar 3 sêcos ao Brasil, depois fui pôr gasolina a Candêdo; Subi até Porrais para ver se ainda lá estava aquele AX abandonado e ver se dava para lhe dropinar o capô para o meu AX (que tem uma mossa), já não estava... Voltei a descer a serra e numa curva onde normalmente de carro se vai a olhar para a frente, de acelera deu para ir a olhar para o lado, e vislumbrei ao longe, escondido num vale, um povoado que eu não sabia que existia...Toca de desbravar uma estrada que eu nem conhecia... a paisagem deu-me o mote para o titulo do Post. O povoado, a cerca de 7 ou 8 Kms chamava-se Monfebres, bebi uma Mini no café local e troquei umas palavras com um xavale com uma T-shirt fantástica... Também estava só de passagem. De seguida continuei pela estrada em direcção a Varges onde um simpático aldeão com uma Vaca pela mão, como quem passeia um cão, me indicou a estrada para Palheiros. Aí já eu tinha estado, fica na N15, a antiga estrada que ligava Vila Real a Bragança antes de existir o IP4. Depois de Palheiros tinha possibilidade de voltar para trás e reencontrar a N212 para vir dar a Alijó, mas em vez disso continuei em direcção a Franco...(note-se os buracos de bala na tabuleta. -Credo!). Já lá tinha estado várias vezes de Virago, mas de acelera a coisa é muito mais... é diferente.
Bebi um café e tal como nos 4 últimos anos assinalei ao dono do café que com uma coleção tão grande de cachecois de equipas de futebol nas paredes, era uma vergonha que não estivesse lá um do Estoril Praia. Fui reconhecido... "Então trocou de moto?"
"Pois, troquei de cavalo por burro" (Não disse mas pensei).
Acabei por receber um pedido de um cachecol do Estoril Praia para ser enviado por correio ASAP, a ver vamos se me lembro... Ao descer a ladeira do centro de Franco até à N15 não pude deixar de pensar que se tivesse a Virago ali comigo provavelmente seguiria caminho em direcção a Norte, mas voltei para trás. Só parei em Murça para contemplar a praia fluvial e para ver se passava a moínha nas nádegas (sim, que as aceleras não são para fazer grandes viagens). Depois Castorigo, Pegarinhos e Santa Eugénia mesmo a tempo de Jantar. Hoje tocou-me a mim lavar a louça...
A Dª Marta perguntou-me se já tinha decidido se me ia embora agora ou se ficava para a Festa... Respondi que não tinha ainda decidido... Mas a resposta dela apanhou-me de surpresa "Podias ficar até ao fim do mês..." Não respondi mais do que com um encolher de ombros sorridente de quem promete contemplar essa possibilidade, não respondi, mas na verdade... Não posso Mamã, gostava mas não posso, porque depois também podia ficar para a festa pequena em Setembro, e depois ficava para a Vindima, e depois para a azeitona, e depois repetia-se o ano que cá passei em 2001... Não posso Mamã... Perto das 21:30 fui para a varanda de trás em verdadeiro conflito de consciência e aproveitei para esperar pelo nascer da Lua do lado de lá da Serra (na direcção de Franco, curiosamente)... O fenómeno da Lua cheia, enorme, ao rubro, quase me fez mudar o título ao post! Efectivamente, as coisas que vejo, como as vejo e como me fazem sentir, o que escrevo, tudo isso e muito mais, é superior a qualquer Flôr de Verão, Tenho um Jardim cheio delas, por onde passo e que mal as vejo... todos os dias da semana e duas vezes ao Domingo!
Adiante.
Fumei um cigarro, e quando me estava a preparar para ir a Alijó cheio de AX e de Laptop debaixo do braço, passou-me pela cabeça que pelo facto de aqui o café (de baixo) ficar no largo do Cruzeiro, havia grandes possibilidades de apanhar lá a rede wi-fi da Junta de Freguesia...
-Bingo! ...e a maravilha é que a maior parte dos habitués está no Campo na Trigueira a ver o torneio de Futebol de 5...
...aparentemente o Santa Eugénia está a jogar contra o Favaios.

Franco

Mais um dia, mais uma viagem... de acelera! A velocidade de cruzeiro é de aproximadamente 40km/h. Alguém me tira uma foto sff...?
(Post por SMS, foto adendada posteriormente)

segunda-feira, agosto 18, 2008

Não me ocorre um título para este post...

Mudei o Header do blog "Velocidade de Cruzeiro". ...Apeteceu-me ...e já o devo ter feito mais de 20 vezes, história de alimentar o gosto em manter o blog animado, de completar com a imagem possivel as palavras que aqui escrevo. Não sei se me devo assumir como um "blogger" daqueles à séria... A interacção que aparece ocasionalmente com quem visita o meu blog ou com quem anima os blogs que eu visito, é inóquamente agradavel, por vezes uma verdadeira massagem ao ego, outras vezes tenho que descer alguns degraus para conseguir interagir. Mas raramente ignoro um comentário, e raramente me coibo de comentar quando acho que o meu comentário poderá ser apreciado. Em última análise acho que tudo isto não é mais do que entretenimento, no caso o puro entretenimento que é escrever, num blog seja, e online, e nesse caso porque não vitaminar um bocadinho o suporte, tal como quem forra uma caderno com papel acetinado e escolhe folhas com marca-d'água para escrever o que lhe apetecer... O meu blog é para meu entretenimento, tal como se jogasse PlayStation, tal como os filmes que vejo, os livros que leio, ou as viagens que faço. Um email que recebi hoje fez-me pensar nisto... Não que não soubesse qual é a minha posição em relação ao meu blog, mas é sempre curioso tomar conhecimento das apreciações que outras pessoas possam fazer. Seguramente é a imagem que passa.
Bom, mas mudei o Header e estou satizfeito com isso, quanto às borboletas que lá estavam... Hmmm... Soltei as borboletas, não é coisa que se queira aprisionada, e de qualquer forma eu acredito que as borboletas estarão sempre lá, algures, seja num campo florido ou na barriga de uma alma apaixonada, seja numa tatuagem, num desenho ou simplesmente na memória indelevel do desejo que se oferece a alguém quando uma estrela cadente nos rasga o céu...

domingo, agosto 17, 2008

...3 mêses de inferno...

O meu Nokia é mesmo fixe... Dá para fazer montes de coisas giras: Algumas são verdadeiramente práticas, outras são apenas funções acessórias que eu nem sei para que servem, mas neste momento dá para ouvir rádio na varanda de trás e distrair-me das moscas que a esta hora já não querem saber de me incomodar como quando estava a ler um livro no alpendre e resolveram vir ter comigo deste lado. De facto a minha proximidade com os animais acentua-se a cada vez que aqui venho, mas também isto assim é demais, nem o Dalai Lama aguentava sem um mata-moscas ao lado!
Na minha volta de hoje perdi-me com a imensidão da paisagem, das montanhas, dos vales e com a calçada romana em S. Mamede de Ribatua (já lá tinha passado de Virago, hoje passei de Peugeot acelera), de tal forma me distraí que apenas tirei fotos miseraveis aos comboios antigos na estação do Tua...
No regresso a acelera subiu a serra às mil maravilhas (Quase passou dos 50 Km/h!) e fui a Favaios beber um... Moscatel, claro! Não sei se é o meu ar de Gaijihn se são as minhas motas, mas não me consigo livrar de conseguir entrar num café ou de me sentar numa esplanada sem que as conversas parem e os olhares se centrem em mim... Enfim, li o jornal de ontem, bebi o Moscatel (com sabor a mel) e segui... Ainda hesitei em ir ao Pinhão, mas já se fazia tarde e não tinha dito em casa que me demorava... Talvez amanhã lá vá.
De resto, desde que cá estou que tenho andado a sentir uma sensação estranha que não consigo identificar... é uma mistura de euforia com nostalgia, uma espécie de prazer em cá estar mas com vontade de ir para outro lugar... Mas foi mais forte que eu a vontade de cá vir, mesmo que pudesse estar noutro lugar. Definitivamente gosto mais de cá vir no Inverno...
No dia em que cheguei, ao sentar-me aqui na varanda enquanto toda a gente cá em casa stressava com penteados e vestidos e maquilhagens e a chegada da noiva (a casa fica literalmente em frente da Igreja da Aldeia), a Dª Marta veio ter comigo e com uma frase simples, como só uma Mãe sabe dizer, desanuviou toda a minha ansiedade. "Aqui estás em tua casa". Obrigado Mamã, e não, não preciso que me passes a camisa a ferro.
Adiante.
A gata deixou-me tirar-lhe uma foto, deve ter percebido que eu não sou ameaça... Quem não percebe nada é o cão, dantes não podia sair do jardim, agora não pode ir para o jardim e passa o dia no alpendre a tentar apanhar moscas. Se amanhã eu voltar a sentar-me na varanda de trás já sei quem vai ficar lá comigo! Apanhei uma foto fantástica (e retiro o que disse do meu Nokia que fotos no escuro não sabe tirar em condições) do nascer da Lua no local exacto onde de manhã nasce o Sol... Nunca tinha reparado nessa coincidência, será da altura do ano ou é sempre assim...? De qualquer forma ficou-me na memória visual, e mesmo que de repente, sem saber ler nem escrever, não me sinta particularmente... confortavel, em oferecer este nascer da Lua, ele é para quem o quizer apanhar, basta olhar para o sitio certo à hora certa... Colocar um pé em frente do outro, e aceita-lo.
Definitivamente prefiro vir cá no Inverno. O frio aconchega a alma, acho eu... pelo menos no Inverno as coisas que sinto são mais focadas na real emoção que me provoca tudo o que me rodeia... No Verão há muita gente, os dias são muito longos e ultra-quentes... Como escreveu Miguel Torga, "Trás-os-montes são 9 mêses de Inverno, e 3 de Inferno". Lá saberia, transmontano que era. Antes de vir aqui a esta hora sem saber se o café ainda estava aberto tive tempo de fazer a última visita da praxe (esta coisa das visitas tem que ser bem gerida porque senão apanho bezuntas monumentais a provar os vinhos todos e perco o corpinho Danone por comer tantos petiscos). De facto sofro da maioria dos pecados mortais, e de outros tantos que não estão lá contemplados...
...já agora, vou pedir outro Moscatel enquanto faço o upload das fotos do dia. Acabei de tirar uma foto fixe à iluminação da Igreja... Ao vivo é muito mais fixe para quem aprecia iluminação festiva (não é necessariamente o meu caso, mas fica o registo).
...e foi assim o dia, um Domingo.
Amanhã é outro dia.

pouca-terra, pouca-terra...

Vou ali a baixo á estação do Tua tirar umas fotos aos comboios.
Só espero que a acelera depois consiga subir a montanha outra vez... (e não me cruzar com a GNR porque esta acelera foi literalmente contrabandeada no reboque de França para cá em 2001, apesar de ser nova em folha e de só ter 1600Kms, nem matricula tem!)

sábado, agosto 16, 2008

Eclipse

Aquele eclipse no céu... É para ti. bjs. F

Chuva

...ía sendo devorado pela gata ao tentar colocar um oleado por cima do canto onde ela resolveu ter os gatinhos, entre a larangeira grande e as couves.

sexta-feira, agosto 15, 2008

As palavras de hoje...

Assim de repente, a gata da vizinha (acho eu) veio ter gatinhos no jardim da minha Mãe na semana passada... Parecem ratos malhados de preto e branco tipo vacas em miniatura. Quem não se vai chegar perto sei eu quem é, sobretudo depois de ver a gata dar uma corrida no cão da minha irmã que se foi lá meter armado em cusco. Por um lado acho engraçado, por outro lado já sei que vai sobrar para a Dª Marta tomar conta da bicharada alheia... Dá trabalho, reclamam as minhas irmãs, mas eu abstenho-me, sou cumplice. Deve ser aqui que a expressão "tudo se cria" faz mais sentido...
A esse respeito, a televisão perdeu o piu, o botão do som não funciona... se para a minha Mãe (que é surda há 38 anos) isso não faz diferença, para a Dª Maria Correia (Amiga da minha Mãe e a maior fala-barato do mundo) faz toda a diferença porque não percebe nada da telenovela, e para variar é a minha Mãe a contar-lhe o que estão a dizer e não o contrário
- "Faith, it seems, is not without a sense of irony" -
Depois do almoço fui ao café "de cima" que o "de baixo" estava muito cheio e com muito barulho, tirei uma foto curtida ao Primo João Tiago e ao Primo Manuel Carapito. Bebi um moscatel na esplanada à sombra de uma macieira brava, dei um dêdo de conversa com o Elias (antigo Presidente da Junta de Freguesia) e de seguida fui dar uma volta na minha acelera (passou-me pela cabeça dar um salto à concentração de Gois, e sou maluco suficiente para me apresentar lá de acelera... mas é muito longe... Em vez disso fui ver o novo reservatório de água que o primo Norberto construiu para a minha Mãe na "Chousa da Gândara", apreciei a formação dos cachos de uva todo armado em quem percebe mas sem saber de que casta são (Touriga Franca, Mourisca, Moscatel Branco, entre outras segundo a Dª Marta), depois desci a estrada nova até ao Velêdo para ver o Rio (Tinhéla) e matar saudades dos mergulhos da Fraga de cima. Tirei umas fotos e depois subi pelo lado de Murça até ao monte da Santa (Bárbara) e quando ia a tirar uma foto à paisagem vi uma águia enorme a planar bem alto no céu, o que me trouxe uma enorme satizfação porque aqui há uns anos tinham sido dadas como extintas por estes lados... Aparentemente voltaram e voltaram também os Esquilos Europeus, os Lobos Ibéricos, os Javalis e uma espécie de Cervos tipo cabra da montanha. Toda uma cadeia alimentar, a natureza é de facto prodigiosa.
Entretanto hoje naturalmente vamos jantar a casa da Prima Teresa (Avó da Noiva) para ajudar a dar conta de toda a comida que sobrou do casamento... Por mim estou lixado, se ontem só comi batatas, hoje batatas vou comer, (Cabrito, Leitão, Vitela e Arroz de Marisco: Sou alérgico a marisco e não me alimento de bebés). Talvez me desforre nos queijos, nos enchidos e no caldo verde.
Ainda não arranjei nada do que gostava de arranjar, ainda não li nada do que queria ler, e não visitei sequer metade das pessoas que tenho que visitar... nobless oblige.
Mas está-se tão bem aqui na varanda de trás... Montes e vales a perder de vista, a telefonia do Tio Alexandre mal sintonizada na emissora nacional, a tábua de passar-a-ferro a servir de mesa e sem rede no telemovel, maravilha! Pela telefonia do Tio Alexandre acabei de perceber que amanhã a etapa da volta a Portugal em bicicleta vai subir até à Torre... Ora isso quer dizer que faz um ano que escrevi uma das minhas crónicas preferidas para o Jornal Fundamental. Foi precisamente no dia antes dessa etapa na "volta" do ano passado e tive um encontro com alguém que preferia não ter encontrado... (Aqui).
Agora vou passar as fotos para o PC e vou a Carlão (Aldeia vizinha) gastar 2 aurélios no Euromilhões. Se isto aparecer no blog hoje, sexta-feira, quer dizer que também fui a Alijó.
As fotos estão aqui em baixo... depois ordeno e faço uma legenda. Agora não posso que está a dar a bola!

...e as fotos.

A chegada ao destino com 45 minutos de margem antes do casamento. Dá tempo para tirar uma foto à tabuleta.
Ó primo, tira-me aqui uma foto com a noiva que eu cheguei atrazado à Igreja... é só carregar neste botão... Não tremas!
A noiva (Prima Sara), o filho dela (Eduardo) e a estrela do rock & roll com ar esgazeado.
As sobrinhas, parecem anjinhos, mas são umas pestes. Por causa delas, depois das férias toda a gente sente que precisa de férias das férias!
A Dª Marta toda contente por ter o filho em casa, não se percebe se tem o copo meio cheio ou meio vazio, mas o sorriso está todo lá!
A Leonor que me ofereceu uma flor...
A Prima Nanda que é Mãe da Leonor (Não a via há 2 filhos atrás).
Uma amostra do que se vê da janela de casa da Dª Marta (AKA Fernandinha)
Vista do vale do Velêdo, da estrada de Martim
...e o belo do spot, na ponte que liga Santa Eugénia a Martim. Fica a 10 Kms da nascente e a 20 da foz (O Tinhela é um afluente do Tua)
O meu companheiro de vindimas, Primo João Tiago (80) com os meus óculos escuros e o Primo Manuel Carapito (83)
O infame Café da Paz. Desde 1945

Os cães ladram, e a banda continua a tocar!

Que pontaria a minha: Mal saí da aldeia em direcção à Vila (14Kms) adivinhei que ia encontrar uma rede wi-fi aberta para não ter que ir a Vila Real (40Kms) ao net café onde costumava ir numa altura em que vinha para estes lados com muito mais frequência e ainda animava outro blog.
Quem diria, depois das trapalhadas do INEM/Bombeiros, do SAP fechado e do Padre sequestrado, o progresso chega finalmente a Alijó! Rede wi-fi aberta e no meu café preferido:
(Café da Paz - desde 1945).
Ontem passei metade do dia entre Lisboa e Trás-os Montes a ler sinais de prevenção rodoviária onde se lê "se conduzir não beba", e a outra metade do dia a pensar que não devia ir conduzir depois de ter bebido tanto. (Sim, um contratempo obrigou-me a só sair de manhã e não na noite anterior conforme planeado/anunciado).
Um Casamento, um Baptizado (adivinhei!), o meu aniversário e a festa da Vila, tudo no mesmo dia! Loucura, quase que já passava da meia-noite quando fui para casa (por acaso depois de chegar de 400 Kms de estradas assassinas e de levar com a Igreja e com o copo-de água ía mesmo enfiar-me num concerto de Finger Tips e depois num baile de arraial... desculpem lá sobrinhas, já sabem que é assim que funciona, eu vou para casa, vai tudo para casa, é a única condição de sairem comigo, sendo que a opção é ficarem em casa...). Adiante.
O cão do vizinho (que é primo, o vizinho, não o cão!) livrou-se de eu lhe atirar com um sapato porque lá se calou... Adormeci a ler a surpreendentemente agradavel e bem escrita dedicatória de um livro que me ofereceram. - Obrigado!
Dormi como uma pedra, como sempre, mas de manhã levei com a banda de não-sei-onde a tocar a alvorada... Mesmo assim eram 08:19h quando me levantei cheio de pica para ir arranjar e reparar aquelas pequenas coisas na casa da minha Mãe que a fazem sempre dizer que precisava que eu cá passasse uma temporada. Mas passou-me depressa a vontade ao olhar pela janela e ver alguém que a essa hora já estava a regressar do campo com um sacho (enchada) ao ombro e ar de quem se fartou de cavar qualquer coisa (acho que está na altura da Batata).
Mesmo assim, apesar de ser Feriado, sei onde encontrar uma fechadura, um vidraceiro, uma loja de ferragens onde o dono mora por cima e não se importa de abrir a loja para me vender 200grs de pregos de ripa, enfim, vantagens de estar a "jogar em casa".
Missão cumprida e heis-me no café da Paz com uma bica, um copo-de-água e um moscatel de Favaios... Moscatel com sabor a mel!
Aqui há uns anos não estaria aqui de laptop aberto (nota mental para não me esquecer de tratar da prestação deste mês assim que chegar a Lisboa) sem sentir que as pessoas me observam como burros a olhar para um palácio, mas hoje, talvez devido a toda a comoção da festa da Vila, consigo passar despercebido.
...e como me esqueci de carregar a bateria do PC, acabei por não escrever nada do que queria.

quinta-feira, agosto 14, 2008

38

...e cada ano que passa, so serve p'ra me confundir.

quarta-feira, agosto 13, 2008

mais 1 volta, mais 1 viagem (post por sms)

fato necessaire livros pc sobrinha cäo ferramentas vontade e saudade (ida-e-volta)

Serenidade aparente

Tive um dia calmo.Gradualmente e com alguma persistência tenho conseguido resolver algumas das pequenas coisas que têm interferido comigo nos últimos dias (outras coloquei na prateleira porque podem esperar para a semana). Muito terá contribuido para isso o ter dado uma curta mas agradavel volta de moto (ontem trouxe a Virago de Lisboa).
De facto, relativizar de um modo geral e retirar sobrecarga de importância a algumas coisas permite prioritizar outras coisas e concentrar esforços para resolver as coisas que realmente são importantes e que importa resolver.
Apesar de me sentir fisicamente um pouco cansado, sinto que a velocidade... dentro da minha cabeça, abrandou e mesmo estando cansado sinto-me algo tranquilo. Por qualquer motivo também estou menos sobressaltado emocionalmente o que no conjunto me permite concentrar com mais facilidade e sem (parecer que estou a) entrar em stress. Uns momentos de lazer...
Tenho um livro mal começado e outro já desejado... Entretanto ocorreu-me que não ligo a televisão nem leio o jornal desde que aqui estou (2 semanas?), parece que tem havido uma guerra entre a Rússia e a Georgia... Normalmente estaria informado, teria acompanhado e teria opinião formada, mas sabe bem exercer algum desinteresse, para variar, afinal de contas por preocupante que seja sempre que há uma guerra, neste momento posso prescindir dessa preocupação, porque de nada valeria. Poderia talvez tentar saber porque começou uma guerra... mas em vez de "porquê" vou só perguntar-me "Quem ganhou?", porque se assim for implica que pelo menos a guerra já acabou.
Amanhã vou ter um dia cansativo e longo... Mas não estou preocupado. Sempre gostei da viagem até Trás-os-Montes, seja de carro ou de moto ou dia 13, sei que amanhã vou gostar particularmente mais. Talvez vá pelo Porto e aproveito para comprar uma broa de Avintes. No dia seguinte, 5ª Feira, vou ao casamento da minha Prima (tenho muitas primas, a todas me refiro como "Prima", naturalmente não me estou sempre a referir à mesma) e algo me diz que o Batizado do filhote dela será no mesmo dia.
Tenho uma Costela de que muito me orgulho. É curioso, nunca me tinha apercebido que gosto de ir a casamentos, há sempre uma energia positiva no ar e as pessoas estão sempre contentes, contentes por alguém de quem gostam. Acho que nunca fui a nenhum casamento (ou batizado) num dia de semana.
Seja como for é véspera de feriado, aliás como todos os anos nessa data.
Será que me deixam colocar 38 velas no bolo da noiva?

terça-feira, agosto 12, 2008

Ficou por dizer...

Ontem não te disse que tinha saudades tuas, que todo eu tremia por dentro enquanto o elevador não chegava ao teu andar e que instantaneamente me acalmei quando te vi, que gostei de te ver ao fim de tantos dias com vontade e sem poder.
Ontem conversamos muito, horas, mas não te disse 30 coisas para não te interromper e esqueci-me de outras 30 que tinha para dizer. Ontem não consegui verbalizar o quanto gosto de ler as tuas expressões faciais, mas li-te como um livro que se escreve a cada página que se vira, como um poema onde o verso suspira e anseia pela musicalidade da rima seguinte. Não te soube dizer, mais do que apreciar, que tens um olhar penetrante e intenso, brilhante e atento, cativante... e que a tua boca se molda em 1000 contornos a cada palavra que dizes, e dizer-te isso na altura seria interromper o que estavas a dizer, e muitas vezes te iria interromper se a cada piscar dos teus olhos o tivesse que fazer.
Ontem provavelmente não te disse o que gostarias de ouvir, não sei, mas ouvi-te como acho que gostas que te ouça, porque eu só sei ouvir assim, do princípio até ao fim...
Não te disse com voz grave coisas simples de dizer, nem te disse a soluçar o que não consigo dizer. Não repeti que me fazes sentir bem, que me acalmas e completas as lacunas que há em mim, mas eu acho que tu sabes que é assim.
Quando me fizeste rir não te disse que me doeram as bochechas por não rir há tanto tempo e quando gargalhei fui invadido por uma descarga de felicidade interior que quase me fez chorar, mas não te disse isso, limitei-me ao olhar.
Podia ter-te dito que és uma estrela no meu céu, a luz do meu caminho, a minha lanterna... Ou dizer-te simplesmente que gosto da pessoa que és, da mulher que és, de ti. No limite dizer-te que se eu fosse mulher gostaria de ser exactamente como tu.
Ontem não te cumprimentei mais do que com uma palavra, sem beijos nem abraços e quando a noite avançou no calendário, quando me despedi, não fui capaz de dizer adeus, simplesmente te ofereci um sorriso e concentrei todas as minhas forças a lutar contra a vontade de te abraçar, tocar, sentir, cheirar a tua pele e entrelaçar os dedos no teu cabelo. Ontem não fui capaz...
Ficou por dizer que tenho sentido muito a tua falta.

Efectivamente

"'Tá-me tudo a querer foder!"
Lembro-me de o meu sobrinho ter dito esta frase, esta expressão, num dia qualquer em que as coisas não estavam a correr como ele queria...(Nota: Tenho 9 sobrinhos, a todos me refiro como sobrinho, naturalmente não me estou sempre a referir ao mesmo). Estavamos em Portsmouth, em 97, ambos no 1º ano da Universidade e naquela altura a morar na mesma casa. Temos apenas 3 anos de diferença de idade.
Achei aquela expressão elucidativa o suficiente para perceber ao que ele se estava a referir, e de certa forma, pela abrangência que esta expressão pode adquirir em determinadas circunstâncias, adoptei-a para mim, para momentos especificos, curriqueiros mesmo, momentos em que, se por um lado relativizar as desocurrências do quotidiano seria apenas o caminho fácil, por outro lado o poder libertador de um valente "-FODA-SE" já seria desperdicio de energia. A expressão não é dita em género de discurso directo, não é algo que se diga a alguém ao nosso lado, é simplesmente um desabafo, algo que pode ser murmurado, que até se pode dizer para si próprio como quem espanta um mal qualquer com um "cruzes canhoto". Geralmente, quando já se utilizou a expressão num destes formatos mas as desocurrências persistem, então pode-se acrescentar um prefixo para enfatizar o nosso desagrado e encorajar a nossa reacção (entenda-se reacção como a determinação em resolver os problemas, o oposto de inércia ou de conformismo).
Assim, para não ficar o dito por não dito, acho que agora já me é permitido o desabafo, já é suficientemente justificavel, e dadas as persistências, vai com prefixo e tudo:
-Caralho! 'tá-me tudo a querer foder!

segunda-feira, agosto 11, 2008

'tá-me tudo a querer foder!

É o Post que se segue...

Reality check

Sabe bem ter a casa calma e vazia... enfim, sabe bem ter voltado à normalidade depois de toda a turbulência das férias habituais da minha Irmã & Cia Lda cá em casa... É sempre assim, muita gente, muita vida, e desta vez com animação a mais para o meu estado de espirito. De qualquer forma é sempre assim e é sempre divertido, eu é que já tinha perdido o hábito.
O fim de semana passou-se nas calmas, um Sábado sem praia nem esplanada nem internet nem fila de espera para tomar duche ao fim do dia porque a minha sobrinha demora 1 h a colocar maquilhagem. Apenas uma ida ao CascaisShopping para constatar que a loja que eu procurava já não existe e um salto ao Stand de clássicos para ir buscar a VF750... Carregamos o animal na carrinha do dono do stand e viemos deixa-la na oficina do meu mecânico (mecânico mesmo mecânico, daqueles à séria, um antigo conhecido, não é o mecânico do stand de motas onde comprei a Virago). Olha azar do caraças, o mecânico conhecia aquela mota e o antigo dono, e disse-me de sosláio que aquela moto tinha a junta da cabeça de trás queimada (é um motor em V de 4 Cilindros), para eu desfazer o negócio se não queria ficar agarrado a uma reparação de 1000 euros numa mota que mal vale 3000 euros...
Bom, está desfeito o negócio e não vejo maneira nem de me desfazer do Civic nem de me desfazer da Virago...
Ó Mafralda, aquela tua conversa de mota nova, gaja nova... já me tinhas dito!
Nem mota nova nem gaja nova nem o caraças! ...e pelo andar da carruagem a vida nova também deve andar armada em parva. É que isto ultimamente tem sido cada tiro cada melro!
-Foda-se!...

Tunning

Isto agora tem uma secção de Dutty Free (ali ao lado)

sábado, agosto 09, 2008

"Light me like a naked flame"



She's a river

Shadow let go
There's something you should know
I just found my new direction
And I hope you like the key
Like the air that led me to it
She's like the wind that sucked me through it
She's a river and she's turning there in front of me
Stand back - get back
She'll paint your blue skies black
She gives bullet proof protection
Got a resurrection feel
When I'm scared, and 'bout to lose
She gives me travelling shoes
She's a river and she's turning in front of me
And I go blind
Wasting my time
While the rivers in front of me
That's where I'm goin' to be

Shine on, get on
Twilight from dusk to dawn
She's the spirit of creation
She's the last chance guarantee
Got a myriad of poses
Sweet miracles and roses
She's a river and she's turning in front of me

'Cause when I find
My state of mind
The river's in front of me

They say that every heaven's got a thousand rooms
So take me on that freedom ride
My heart is like a hunter's in the silent moon
My nerves just feel electrified
Meet me on the staircase
Outside a darkened room
Light me like a naked flame
The voice of Mother Nature states
All things must pass
And nothing can remain
They say that every heaven's got a thousand rooms
So take me on that freedom ride

You raise me like a building to the very top
Rush me to the end of time
You fill me full of danger
You give me future shock
Then you leave me wasted dying

And I go blind
Wasting my time
The river's in front of me

SIMPLE MINDS

Post de Sábado

...e enquanto o mundo gira por girar, eu encontro formas de me re-inventar.
Ando farto de ter que me re-inventar só porque o mundo às vezes acelera e outras vezes decide abrandar.
O Sol, esse continua a brilhar, no céu, no meu peito, no meu olhar...
O meu corpo adapta-se, cultiva-se, embeleza-se e exibe-se.
A alma resiste e insiste.
A alma é constante.

Vem-me à memória uma citação ocasional:

"Everyone I love, lives somewhere else"

sexta-feira, agosto 08, 2008

Coerência

Simplifiquei a complicação que era o WC privativo no meu quarto servir de arrumação das trapalhadas que a minha irmã compulsivamente não deitava fora há 10 anos e deitei tudo fora para poder voltar a usar o WC sem medo que me caisse qualquer coisa em cima.
Na fase de limpeza das paredes resolvi também descolar um enorme e horrivel autocolante que a minha inteligente irmã (outra) tinha colado na parede do meu WC há mais anos que eu me lembro, e acabei por arrancar 17 azulejos!
Nova complicação, novo desafio, sei que estou no bom caminho!

Heroes

08/08/08

Já ganhei o dia... Foda-se, ganhei o resto da minha vida!
Hoje livrei-me de um mal maior! Cruzes canhoto!
...e agora andamento, Mundo!

Post da madrugada

quinta-feira, agosto 07, 2008

Post da noite

Adivinho que o jantar vai ser barulhento, longo e cansativo. Vamos todos jantar a casa da minha irmã a Oeiras (Nota: Tenho 6 irmãs, e a todas chamo simplesmente minha irmã, naturalmente não me estou sempre a referir à mesma). Gosto de ir a Oeiras de vez em quando, conheço lá uns sitios agradaveis onde se pode tomar um café ou beber um copo ao fim do dia... Desta vez não vai ser o caso. Com os cornos com que tenho andado na última semana provavelmente não vou ser a melhor companhia, enfim, conhecendo as minhas irmãs e conhecendo-me a mim próprio, ninguém dará por nada, mas vou estar contrariado, explosivo e com vontade de sair de lá, sem saber muito bem para onde ir, nem tão pouco para onde quero ir...
Depois lá voltarei para casa, provavelmente fora de horas e com vontade de estar noutro lugar...

Este post é o "Post da noite", vou programa-lo para aparecer por volta das 21h que seria a hora a que me sentaria aqui para verificar o mail antes de me entregar a uma qualquer rotina das que tento não repetir de uma noite para a outra.
Quanto ao "Post d'amanhã", esse vai aparecer às 08:08h... e com sorte 8 segundos depois disso fico liberto de uma vez por todas da onda de azar que me atingiu aqui há uns 3 anos atrás, um filho da mãe dum mau-olhado e à pata qu'a pôs que me vai desaparecer da vida até nunca mais!

Post do fim do dia

Esta era a minha vista diária das 9 às muitas da noite em 2003. Quando não estava em reunião estava a preparar alguma reunião. Na foto da moldura sobre a mesa aparecia alguém que não vejo há mais de 10 anos, mas que me fazia sentir normal por ter ali uma foto, fosse de quem fosse, uma foto de gaja para espantar assédios e flirts das amiguinhas da minha Secretária (Mª de Lurdes).

Em 2005, quando não estava em viagem ao estrangeiro, era esta a minha vista, gabinete novo, maior, mais bem decorado e uma Secretária chamada Isabel (feia como as botas da tropa, mas uma jóia de pessoa) que me trazia o cafézinho a qualquer hora das 9 às isenção de horário. Na foto aparecia alguém derivado de uma altura em que eu julgava que tinha tudo o que queria.

Este é o meu canto feito escritório, no meu quarto, em 2008. Isenção total de horário e toda a flexibilidade para só cá vir quando me apetece, ou para passar cá a noite sem ter que subornar o segurança. Se quero café, levanto o rabinho e vou à cozinha, ou desço as escadas e vou tomar café à esplanada. Na foto aparece simplesmente uma ponte...

Post da tarde

Tenho andado a tentar ter tempo para continuar a ler um livro que me emprestaram e que gostava de acabar andes de o devolver... Já passava das 8h quando acordei hoje (surprise, surprise) e peguei nele, mas o marcador de páginas voltou a não avançar...
Fui ao óculista a Cascais e voltei antes das 10h. Ao aperceber-me que estava sózinho em casa (tenho cá a familia de férias) lembrei-me que a minha irmã e o meu cunhado foram assinar a escritura do apartamento que compraram esta semana... Participei na negociação dessa compra e ajudei a baixar o preço em 15.000 Euros, serviu sobretudo para constatar que há atributos que não perdi (no caso a capacidade de argumentação numa negociação). De qualquer forma eles já tinham concordado com o preço inicial pelo que na prática serviu o bem comum da familia.
Vou gostar quando chegar outra vez a minha vez, já lhe sinto o gosto...
A respeito de estar sozinho em casa, após ler um dos mails que recebi hoje, constatei que não fui o único a ficar em casa ontem... Gostava de acreditar que o mundo não gira só por girar e que há ligações invisiveis que quebram todas as distâncias... O racional em mim chama-lhe apenas coincidência, o emocional em mim ter-me-ia feito mover montanhas para...
Uma vez perguntaram-me porque tinha 2 telemoveis... Pela mesma razão que se tem 2 endereços de email, um para as coisas importantes, outro para as coisas menos importantes. A minha resposta a um dos mails que recebi hoje não me pareceu ser prioritária para o destinatário, mas não me apeteceu acrescentar um item à colecção de emails que ficam por enviar... O mail já está respondido, cortesia do Sr. Bill Gates.
Entretanto o CD que encomendei online do site dos Marillion já chegou, ainda não o tenho, mas conheço as músicas de cor... Este excerto tem a ver com sobrevivência, não desistir de lutar mesmo quando a resignação do desespero parece querer instalar-se.

So if you ask me
Where do I go from here
My next destination even isn't really that clear

So if you join me and get on your knees and prey
I'll show you salvation
We'll take the alternative way

Clutching the short straw

If I had enough money I'd buy a round for that boy over there
A companion in my madness in the mirror the one with the silvery hair
And if some kind soul could please pick up my tab
And while they're at it if they could pick up my broken heart.

Warm wet circles

Post da manhã

Perdeu-se no tempo...

A incoerência de ser coerente

O post que podia escrever neste momento já o escrevi (aqui) há coisa de 2 anos e meio...
...como é que se chama mesmo aquela música dos Propellerheads?

quarta-feira, agosto 06, 2008

A acumular milhas de asfalto

"Paco, vamos lanchar à Garrett, queres vir?"
"Não me apetece muito, tenho aqui umas coisas para fazer..."
"Fazer o quê? Já arrumaste tudo! Anda lá..."
"Não me apetece pá, vou ficar em casa..."
"Não fiques fechado em casa, anda!"
"Talvez vá lá ter..."


To do list

> Fixar espelho no WC
> Aplicar candeeiro novo no tecto
> Montar iman nas portas do roupeiro
> Lavar vidros da janela
> Procurar documentos do Civic
> Marcar recolha da VF 750
> Fazer seguro para a VF 750
> Devolver chamada da Michael Page
> Responder anúncio Net-Emprego
> Actualizar perfil Linkedin
> Escrever um Post
> Passear o cão e ir ver o Pôr-do-Sol
> Ouvir Sade e olhar para a parede

...e enquanto lá fora o mundo chama por mim, neste momento, agora, prefiro ficar assim. O santuário ganha forma, não me apetece sair, não faço disto uma norma, é uma forma de reagir. Da janela vejo os carros, comboios e gente a passar, sinto o cheiro a maresia e ouço ao longe o som do Mar. Se saísse para onde iria? Provavelmente apanhar ar a tomar café na esquina. Deixar a tarde passar e inventar serotonina. Talvez escrever um pouco, deixar-me ficar calado, pois se falar ficarei rouco, e vou ficar aqui sentado, a sentir que fico louco, por saber que há algo errado. Já tenho tudo arrumado e lembro o Tejo que não vejo, porque eu estou deste lado, no lado errado de um beijo. Colei um postal na parede, com uma imagem da cidade. É um rasgo da ponte que quase me mata a sede, como a àgua duma fonte que só alimenta a saudade. Sei que imponho em mim o respeito de cumprir vontade alheia, é uma engrenagem que aceito, mas range cheia de areia...
...e o post fez-se poema, palavras que rimam sem tema.

...ao despertar para outro dia.

Vou continuar a lutar com todas as minhas forças!