quinta-feira, maio 31, 2007

Back to the future

Vou fazer uma viagem.
Hoje à noite vou para Bordeaux.
Depois conto como foi...

quarta-feira, maio 16, 2007

The Invisible Man



ConGestão 5

AMPV – In vino veritas

Foi com bastante agrado que se registou no passado dia 30 de Abril a criação e constituição no Cartaxo da Associação de Municípios Produtores de Vinho (AMPV).
Promovida e presidida na pessoa do Presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, Dr. Paulo caldas, esta associação de municípios vem preencher um lugar há muito deixado vago e descurado no âmbito da promoção do sector vinícola nacional.
Entre outras atribuições, a AMPV, vem tentar assegurar que os pequenos produtores de vinho existentes nos municípios aderentes (para já cerca de 50 municípios aderiram à AMPV) passarão a dispor de uma estrutura de promoção e divulgação dentro do sector vinícola, que lhes permita pelo menos ter oportunidade de se darem a conhecer e consequentemente de obterem mais competitividade dentro sector, algo que na conjuntura até agora existente para esse fim, dificilmente acontecia.
O sector do vinho em Portugal, não obstante a sua projecção e reconhecimento internacional, tem vindo a ser promovido exclusivamente e a ser praticamente dominado (e controlado) por uma meia dúzia de grandes agentes económicos que, seguidos fielmente por outros tantos candidatos a grandes produtores, acabam por não conseguir fazer mais do que uma auto-promoção de si mesmos, em detrimento de fazerem uma divulgação mais plural e abrangente de todo o tecido produtor de vinho do Pais, tanto os grandes como os pequenos produtores.
Para quem conhece, visitou, ou participou em feiras de vinho e outros certames internacionais dedicados ao vinho (anualmente existem várias em todo o mundo, sendo algumas delas verdadeiras referências, às quais estão associados os mais prestigiantes concursos de vinho), é notório que a presença dos expositores representantes do sector vinícola Português mais parece uma real “feira de vaidades”, onde cada expositor, qual pavão de cauda armada, recorre à demagogia comercial e a medíocres esforços de marketing isolados e umbiguistas, para, sob a tutela de órgãos como o Instituto do Comércio Exterior Português (ICEP), do próprio Instituto do Vinho e da Vinha (IVV), do Instituto do Vinho do Porto (IVP) e particularmente da VINIPORTUGAL, procederem a uma promoção individualizada e destrutivamente competitiva, quando na realidade existem outros modelos de promoção mais eficientes (como por exemplo os Vinhos do Chile que se tornaram em menos de 10 anos um verdadeiro “case study” para o sector), que resultariam numa melhor promoção, mais abrangente e que proporcionariam uma dinâmica de sucesso para a promoção do sector vitivinícola Português como um todo, e não no modelo elitista e quase feudalista que se tem vindo a observar no nosso sector do Vinho.
Todavia, nos últimos anos têm sido notórios alguns esforços feitos por essas notáveis entidades nacionais, as quais diga-se praticamente justificam a sua existência na promoção do sector do vinho, para enaltecer, dar a conhecer e sobretudo vender além fronteiras este nosso precioso néctar. Mais ainda, no espaço de uma década apenas foram encomendados a uma reconhecida empresa de consultoria norte americana dois estudos milionários sobre o sector do vinho em Portugal. Em ambos os casos, a análise feita, o resultado, as conclusões e as recomendações estratégicas foram semelhantes e poderão facilmente ser acedidas por quem assim o desejar, mas a estratégia adoptada para o sector foi outra, como se constata, transviou e desvirtuou completamente essas análises, continuando a promoção do sector do vinho entregue a interesses corporativos individuais e sem manifesta consideração pelo interesse nacional.
Ora é sabido que a estrutura do tecido vinícola em Portugal é constituída por uma enorme e representativa parcela de pequenos produtores, locais e regionais, que isoladamente não dispõem de meios para tornarem competitivos (nem sequer conhecidos) os seus produtos, mas que se forem canalizados para um esforço comum terão certamente grande valor acrescentado para oferecer ao sector do vinho em Portugal.
Desta forma, a criação da AMPV é uma iniciativa que, se realmente conseguir atingir os propósitos a que se propõe, é uma iniciativa de louvar pois irá justamente fazer confluir essa dispersa massa produtiva e promove-la de forma estruturada e abrangente.
Quer-se portanto acreditar que os afiliados da AMPV estarão doravante expostos a uma promoção mais justa e serena, onde seja primordialmente o Vinho o mote dos esforços e onde não haja lugar a discriminação baseada em volumes de produção, em galardões e medalhas, em nome, em pseudo-status social ou em outras variantes que, em verdade, são perfeitamente inúteis para um esforço que deve ser colectivo: A promoção do Vinho Português num todo, nomeadamente na exportação.
Desta forma, relembrando que por trás de uma boa ideia tem que haver necessariamente uma boa gestão, deixamos uma nota de reconhecimento e apreço à iniciativa promovida pelo Presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, Dr. Paulo Caldas (e pelos demais municípios aderentes), esperando que mantenha o empenho na obra que iniciou, e que constitua em torno da AMPV uma noção de referência e sucesso para facilitar e dinamizar, não só o sector vinícola da nossa região, como também o de um todo a nível nacional, todo esse que lhe confiou a tarefa e a responsabilidade de incluir os seus produtores de pequena e média dimensão nos roteiros internacionais de vinho, enquanto parte integrante do sector vinícola Português.
Boa sorte e bem-haja.

ConGestão 4

Vila assaltada, tronqueiras à porta.

Alguém em nosso redor se referiu à Feira de Maio como sendo uma espécie de “ópio do povo”, uma tradição que tem tanto de popular como de populista, onde o pretexto de fundo serve sobretudo para lançar areia nos olhos do povo.
Não concordamos de todo com essa interpretação, seguramente bocas da oposição.
A Feira de Maio é um dos eventos mais nobres que o Ribatejo promove a nível nacional e que coloca, por uma vez no ano que seja, a Vila de Azambuja no mapa, e apenas por bons motivos, festas, danças, alegrias e celebrações que, embora já ninguém se lembre bem quais são servem na mesma, afinal somos Portugueses e somos Ribatejanos e Fados à parte, qualquer motivo serve para se fazer uma festa!
A esse pretexto, chega a Maio e penduram-se capas e mantas nos varandins e janelas, arejam-se as tertúlias em edifícios semi-devolutos, plantam-se as tronqueiras em lugares estratégicos e com um mês de prenúncio, e quando chegada a semana da feira sai o povo à rua. Uns tiram férias e outros já nem precisam de as tirar. Depois, depois é a festa, revêem-se pessoas que não se viam desde a feira passada, a Vila enche-se de forasteiros, as casas estão abertas, o cheiro do torricado abafa-se em cerveja e corre-se e brinca-se e come-se e bebe-se mais numa semana que no resto do ano inteiro, factura-se também, e bem, seguramente que sim. Por fim, a jóia da coroa, sobre um lençol de areia estendido na rua soltam-se mais uns quantos bois para brincar aos toureios, para brincar com a vida Ribatejana.
Nessa semana, nessa única semana, a Vila enche-se de vida ao mesmo tempo que a vida fica em suspenso e pouca gente se lembra dos males da vida, males que perduram durante o resto do ano, mas não na semana da Feira.
No fim da feira agradece-se a quem a organiza, não porque o fazem melhor ou pior, mas porque lhes foi incumbida a tarefa de a organizar e por tal lhes é devido o agradecimento, e até porque nessa semana nem sequer há politica, somos todos protagonistas.
Este ano, para quem vem de fora, os belos jardins e amplos parques de estacionamento que apresentam a Vila a quem cá chega já não são os cavalos de batalha política que os erigiram, ninguém se lembra das ETAR, das rotundas alagadas, das inundações e das escolas que fecham por falta de empenho de quem tem incumbida a tarefa de pelo menos tentar mantê-las abertas. Não, os jardins, os parques de estacionamento e as rotundas decoradas a enxerto de oliveira são simplesmente infra-estruturas que, sem terem nada a ver com a Feira de Maio, não só não estavam cá antes e faziam cá falta, como acabam também por contribuir para a festa, quanto mais não seja para que quem cá vem possa estacionar o carro na relva!
Mas enquanto a Feira de Maio não chega, outras iniciativas são também organizadas, por quem lhes foi incumbida a tarefa de as organizar. Algumas dessas outras iniciativas (para não dizer a maioria) são genuínas e procuram o desenvolvimento do concelho, e por parcas que sejam, não deixam de ser boas iniciativas, isentas, democráticas e livres, dirigidas ao povo e não a uma pretensa pseudo-elite do costume, implantada e inerte, proteccionista e tradicionalmente acomodada.
Assim, não compreendemos como foi possível que numa dessas outras iniciativas da Câmara Municipal de Azambuja, que nada tem de calendário político, não serve para aproveitamento económico, e para variar não leva água no bico, como foi possível que tenha passado ao lado de tanta gente!?
Falamos da concessão do café-bar do jardim municipal de Azambuja, concurso publico que decorreu entre o mês de Março e o mês de Abril, que foi aprovado em reunião de Câmara e confirmado em Assembleia Municipal, publicado em Edital, publicado na imprensa local, no Diário da Republica e difundido no zum-zum do boca-a-boca pela Vila fora.
Em suma, tratou-se de uma concessão de um espaço de 140 metros quadrados, por um período de 25 anos (renovável daí em diante por períodos de 5 anos), com uma renda irrisória (base de licitação de 250 Euros por mês), com projecto arquitectónico já elaborado (meio tosco, mas lá estava) e nitidamente muito bem localizado!
Pergunta-se com alguma ansiedade quantas candidaturas terá a Câmara Municipal recebido para tal concurso (leia-se oportunidade de investimento)… Terá recebido 20 candidaturas? 50? 100? Provavelmente mais de 100… Afinal, ainda não caiu no esquecimento da memória colectiva que deambulam por aí umas largas centenas de desempregados da Fábrica da Opel, pessoas que supostamente anseiam por iniciativas destas para refazerem as suas vidas.
Para tal concurso, que a nosso ver é uma iniciativa positiva, saiba-se então que a Câmara Municipal recebeu uma única candidatura! Uma só, umazinha apenas, uma candidatura!
Perguntemo-nos então, terá havido falta de comunicação, ou estamos tão bem na vida que não precisamos de montar negócios? Será a febre da OTA? Ou terá sido a areia da feira de Maio que nos começou já a enublar a vista?
Perguntemo-nos também, nós que somos quem de direito, ilustres e eleitos, terá tal concurso decorrido de forma minimamente ortodoxa? O formato do concurso serviu o seu propósito? Os critérios de adjudicação estariam correctos? …e a pergunta mais pertinente, vamos realmente validar o concurso?
A resposta é simples, infelizmente sim, o concurso é válido e deve ir para a frente, para bem do concessionado, bravo, e da CMAz, boa sorte…
…Porque talvez daí possa resultar mais uma possível falta de pagamento da renda de uma concessão, com tanto zum-zum, é possível que nem fosse caso único.
Viva a feira de Maio!

ConGestão 3

Se o “Zé-povinho” mandasse nisto…

Recentemente temos sido bombardeados pelos Média nacionais com um conjunto de assuntos que, sem querer bater no mensageiro que é o mero jornalista, ilustram bem o que mais corresponde ao que o cidadão comum parece querer saber sobre o quotidiano da Nação.
Ele é tricas e trocas e empurrões e politiquice internas de pequenos partidos que não têm mais razão de ser (as politiquices) do que os próprios partidos em si, ele é as “burras e os inúteis”, ele é o “feia ou infiel”; os caloteiros ditos responsáveis académicos (leia-se gestores) de modernas, privadas e independentes Universidades; ele é um tal de Engenheiro que afinal não é Eng. no título mas é “apenas” Primeiro-ministro com maioria absoluta; ele é uma oposição que se auto flagela em pleno parlamento, enfim, ele é violência doméstica, pedofilia, apitos dourados e sacos de mil cores, segredos de justiça violados, contas municipais e artimanhas financeiras vergonhosas, OPAS disto e daquilo e, claro está, literatura de casa de banho… ou de casa de alterne, depende de quem lê!
Isto não será fazer do “Zé-povinho” um verdadeiro Zé-Parvinho?
Então e a economia nacional? Temos aí à porta a Presidência da União Europeia e a responsabilidade de harmonizar o tratado constitucional (que é vital para que daqui a 50 anos a EU possa celebrar 100 anos de existência), e nem a nossa própria casa conseguimos arrumar? Anunciam-se números e progressos económico-financeiros, que sejam virtuais ou reais, são sobretudo insuficientes… Então e o Zé-povinho? Aperta o cinto?
Fez-se uma revolução… e se tivesse sido o povo, o Zé-Povinho, a ficar à frente do país?
Se o Zé-povinho mandasse nisto hoje, em vez de enviar meia dúzia de GNRs de óculos escuros para Timor (que só fazem rir os Australianos) mandava era um filha da mãe de um contingente de fuzileiros tão grande (Timor pediu-nos ajuda!) que não havia cá histórias de andar sempre ao estalo virtual com os australianos, e impedia-se que estes fizessem de Timor um protectorado. Na mesma deixa, para impedir que a soberania e os recursos petrolíferos timorenses caíssem na exploração da Austrália, mandava os inúteis dos administradores da GALP para lá também, para assinarem acordo atrás de acordo com o Governo timorense. Acordos que garantissem à GALP a concessão da exploração desse recurso para beneficio de Timor (Aproveitava a embalagem e fazia o mesmo em Angola).Se o Zé-povinho mandasse nisto, em vez de enviar os soldados especializados em ser trolhas (somos mesmo portugueses, é anedota total) para a Palestina mandava era soldados à séria, para mostrar que não é só em cimeiras Açorianas que a nossa bandeira vale alguma coisa no teatro mundial. Nesse contexto, o Zé-povinho, aproveitava para desenvolver em Portugal a muito lucrativa indústria de produção de armas (politicamente incorrecto? E depois?!) e contribuía assim para a nossa economia, e se calhar até fornecia tanto o Hamas (às claras) como o Hezbolah (às escuras) para ver se os gajos se entendiam e se impunham de uma vez por todas aos sistemáticos ataques cobardes de Israel (chamando as coisas pelos seu nome) e os punham no lugar deles (que é o que faz a França, a Inglaterra, a Itália, a Alemanha e até a Espanha!).Se o Zé-povinho mandasse nisto, em vez de se socorrer de um imposto automóvel (que é ilegal ao abrigo das regras comunitárias), desenvolvia era a indústria automóvel, que é muito mais lucrativa na sua produção e exportação do que as receitas de impostos sobre carros que de qualquer forma são importados, já para não falar das “benesses” que são dadas a quem cá vier fazer o favor de instalar um fábrica transitória de indústria automóvel.Se o Zé-povinho mandasse nisto, o preço da “renda” da base das Lajes (que é um valor ridículo comparado com os benefícios para os EUA de manterem a sua base mais estratégica, como lhe chamam, nos Açores) seria tão grande que nem de buraco no orçamento de estado se ouvia falar, não, o valor da renda seria sempre equivalente a um Superavit Nacional que garantisse um Estado Previdência total, nem um Dollar a menos. Se o Zé-povinho mandasse nisto, começava a mandar foguetes para o Espaço, nem que fosse à toa, só para marcar terreno e evitar que outros governos chamassem ao Espaço “Zona de interesse militar” como fez o governo dos EUA recentemente.Se o Zé-povinho mandasse nisto não havia cá comprar submarinos obsoletos e a principal tarefa da marinha de guerra seria patrulhar intensamente a nossa zona marítima de exclusividade económica e escoltar a nossa frota pesqueira internacional para não haver mais trapalhadas com a Palmeta ou com o Bacalhau.Se o Zé-povinho mandasse nisto, não havia cá barragens nos rios ou energias de vento em popa. Era centrais nucleares suficientes para poder ser auto-suficiente em vez de ser dependente da energia de outros países (que de qualquer forma também é energia nuclear).Se o Zé-povinho mandasse nisto... rapaz, andava tudo certinho.