domingo, outubro 30, 2005

'tá-me tudo a querer f...

Ligaram o ar condicionado... parece que está tudo a conspirar contra mim. Mas não é inverno?
O ar do norte parece ter feito algum bem ao meu respirar. Deixo mais uma nota mental para parar de fazer notas mentais sobre o que gostaria de ter tempo para aqui escrever, se depois só servem para não me lembrar do que era. A gripe das galinhas, os atentados, pôrra as eleições e o tempo que mudou (ahhh, é inverno...).
Mil e uma citações que se perderam na memória. Um documentário que vi, e claro, um telemovel que toca no momento em que volto a escrever...

quinta-feira, outubro 06, 2005

Há exactamente 10 anos foi assim

(...)
No último dia antes das férias, à noite, mudamo-nos todos ao mesmo tempo para a casa nova.
À noite, estourados com a mudança ficou cada um no seu quarto a desempacotar as suas coisas e no dia seguinte, ainda pelo meio de caixas e caixotes, os rapazes foram-se embora e eu encontrei-me sozinho.
A ausência de ruídos instalou-se de forma violenta o que me fez começar a sentir algo ansioso.
Para descomprimir pus uma cassete dos Pink Floyd a tocar para rasgar progressivamente o silêncio da casa, e continuei a desfazer as malas e a arrumar as minhas roupas. Foi um processo longo e preguiçoso...
Os Pink floyd deram lugar a Tears for Fears e depois a mais silêncio mas já mais descontraído.
Quando acabei de arrumar a roupa, desci até à cozinha. Fervi agua e fiz um café, depois acendi um cigarro, sentei-me numa cadeira, folheei uma revista de Carros antigos, bebi o café, apaguei a beata e saí para o jardim, entrei na garagem, depois na arrumação, dei uns passos sobre a relva maltratada, a seguir fui ao jardim da frente da casa, olhei para o muito bem tratado jardim do vizinho, depois voltei para o jardim de trás, olhei para a janela do meu quarto constatando que era grande e luminosa, respirei fundo o ar frio do inverno e voltei para dentro de casa já meio arrepiado. Subi as escadas e entrei no meu novo quarto.
...peguei noutra cassete, aleatóriamente, meti-a no Deck, carreguei na tecla “play” e acendi outro cigarro enquanto esperava pelo início da música...
Dei comigo a andar de um lado para o outro, como uma fera enjaulada. Naquele momento não estava a conseguir encarar a coisa na desportiva, não conseguia ver um dia de cada vez, e involuntariamente via-me projectado para um futuro próximo, com alguma preocupação, afinal de contas o Natal aproximava-se e eu nem dinheiro tinha para chegar ao aeroporto, quanto mais para pagar um bilhete de avião para Lisboa.
A preocupação deu lugar à necessidade de reacção e decidi pensar em formas de orientar guita.
(...)