quinta-feira, dezembro 30, 2004

O Sangue é mais espesso que a água

Afigura-se longa a viagem… provavelmente lenta e perigosa.
Não posso deixar de pensar que talvez me divertisse bastante se rumasse a Sul, mas o sangue é mais espesso que a água, e o Norte corre-me nas veias, agitado, como correm as águas do Tinhela em Fevereiro.
Assim sendo não olho para trás e digo que sim, “claro que passo o fim-de-ano contigo Mamã”, e não me permito outros prazeres alternativos.
Baldo-me da parte da tarde e lanço-me na A1 como se cada quilómetro de asfalto fosse uma página de um livro qualquer que se lê na diagonal.
De passagem na Invicta aproveito para parar naquele Restaurante em frente à Estação de Campanhã, onde o meu Pai me levava – há tantos anos atrás – e compro uma Broa de Avintes.
Depois aventuro-me na A4 até à Estação de Serviço de Penafiel e faço o já costumeiro charme à menina Marta, simpatia gratuita e atrevida que a fazem corar, que a fazem sorrir envergonhada e sonhar com os lugares distantes de que lhe falo, para onde vou, de onde venho, porque estou ali… É o Platão em mim que se revela, envergonhado também.
Passo a portagem e subo o Marão correndo todos os riscos inerentes ao IP4 enquanto me distraio com o termóstato luminoso no centro do tablier.
Depois vem o vale da Terra Quente, as luzes da Cidade nas montanhas cujos caminhos mal conheço tal como o homem do NetCafé que não sabe que eu tomo sempre um copo de água com a minha bica.
Só mais um esforço, 30 quilómetros de deserto escuro e outros tantos por entre montes e vales…
Chego ao fundo, ao fim da estrada, e apodera-se de mim aquela serenidade que já me vicia a alma, a paisagem de mil formatos e cores, que me entra nos olhos e me desperta enfim a Interferência Sensitiva. Que me dá vida.
Antes de entrar em Stª Eugénia subo ao monte da Capela de Stª Bárbara e vejo as estrelas, vejo-as mesmo através das nuvens porque ficaram gravadas para sempre no meu olhar.
Por fim chego à casa de perpianho em frente à Igreja, subo as escadas de pedra e do alto da varanda digo olá ao “Visconde Camillo” que agita a cauda eufórico, como um leão a quem tirei o espinho da pata no dia em que o adoptei.
Empurro a porta, a lareira está acesa seguramente, depois olho em direcção da cozinha antiga e vejo-a, sentada ao lume, provavelmente a ler qualquer coisa, levanta-se num ápice que esconde a idade e aproxima-se de mim, linda, a razão destas minhas lágrimas escondidas… Digo um “Olá Mamã” sem som, silencioso, porque ela me lê os lábios tão bem como se ouvisse a minha voz, porque ela me deu à luz em Lisboa, mas sabe que o Norte me corre nas veias.

quarta-feira, dezembro 29, 2004

Evolução: do Sapiens ao Cromis

Vacas Voadoras, o Mar não é mais do que cenário




Mas a evolução não acaba aqui, não acaba no Beef nem no Hamburger... A evolução continua, resiste, persiste e insiste. Foi a evolução que fez de mim carnívoro quando eu até que prefiro peixe, e fez de mim mamífero (e fez muito bem) mas eu prefiro um ovo cozido frio a um copo de leite morno, a evolução fez de mim Homo Sapiens, Homo Erectus (várias vezes por dia) e Cromis Andantis, mas não fez de mim o topo da cadeia alimentar. Deu-me uns míseros dentes caninos e um ocasional par de cornos, mas pêlo para me aquecer ‘tá quieto, e cascos para galopar só de marca xpto, e pasto… pasto… enfim, farto-me de comer grelo, mas acabo sempre por comer gato por lebre, comer carne por peixe!

O que eu queria mesmo era um par de asas p'ra ruminar pelos céus!




Olh'ó passarinho minha linda...



O Pescador

O Pescador (versão integral) está lá para baixo nesta página, entre a Musculação e as horas do caraças.

Obrigado ao Elástico (já sei fazer links no texto) pela sua cortesia e espéro que lhe enviem coisas bem mais tristes que O Pescador...



Como pensamento do dia acrescento que a sempre vi a extrema tristeza como algo que roça de perto a euforia incontrolavel no momento em que me apercebo que já não estou triste.

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"Deslarga-me", como dizia a outra...

Programa da manhã da RTP1, como conseguir não me irritar com a enorme falta de chá do apresentador? Como conseguir filtrar as informações de trânsito de tudo o resto? Como conseguir desligar aquela porcaria e... ouvir rádio, sei lá...

terça-feira, dezembro 28, 2004

Rantanplan - O regresso aguardado!

A alma dele... nos olhos dela!



Após vários meses de silêncio, o Escrita X voltou a bombar. Esperemos que o Serviço Público de Musicol, de Guia alternativo da Noite e do Festival de Quintal, não volte a desaparecer outra vez, pelo menos sem antes actualizar o calendário de concertos dos Zamin Jazz.



Pesquisar "delírios", há um lado humano que também sangra.



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Futurologia de 2005


"esfréga e não molha"

Se inicialmente me assustou ter encontardo alguém com quem gosto de conversar na Internet (abençoado MSNmessenger) e quase me deixei vencer pelo cepticismo crónico face ao mundo virtual (aliás, como se pode ver pela forma como alimento este blog!) a Verdade é que desde há uns tempos me encontro com uma certa frequência a fazer coisas que não costumava fazer:

Bom, chat na net é uma, mas também a respeitar os limites de velocidade, a comprar menos CDs, a ouvir música brasileira (espero que seja uma crise passageira), a pensar menos em esfrega-e-não-molha, a fazer log out em vez de fechar os browsers, a escolher a gravata de manhã em vez de pegar na primeira que vem à mão...

Será a crise da meia idade?

Na minha idade?

Nunca

Impossivel

Népia

Nem pensar nisso

Credo!

Vida de solteiro + cabecinha pensadora é no que dá...

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segunda-feira, dezembro 27, 2004


Desbocada, uma questão de lábios ou de mentalidade?

Conan - O rapaz do futuro.

Lembro-me de ir a correr para casa da Maria João todos os sábados de manhã para ver o episódio semanal do "Conan - O rapaz do futuro"... Estavamos em 1982 e em minha casa a televisão ainda era a preto e branco... Qual era o miudo de 12 anos que não cobriria 1 Km a correr para poder ver aqueles fantásticos desenhos animados Japoneses, numa televisão a cores?

Lembro-me particularmente do episódio "O grande Tsunami". Não sabia que isso existia e vibrei com a imagem de uma poderosa, imparavel e imponente massa de agua a galgar a tela como se fosse sair da televisão e inundar a sala toda.

Ao longo dos anos esse tipo de fenomeno cataclitico nunca se veio a produzir, pelo menos não em tão grande escala como muitos terramotos que se produziram nos ultimois 20 anos em todo o mundo...

Ao ver hoje de manhã na televisão as imagens da devastação provocada pelo Tsunami na Ásia não pude deixar de me lembrar que moro a 100 metros do Mar... Mas lembrei-me do Conan, de como ele salvou a Lana... O Mar é meu amigo... nunca me faria mal, é inconcebivel que o fizesse. Mesmo assim ocorreu-me que não tenho uma "Lana" para salvar e que o mais parecido com isso que tenho mora a 8 minutos de minha casa... e provavelmente não se deixaria salvar por mim.

sábado, dezembro 25, 2004

Longe da Lapónia

O dia está frio e humido, senti o ar a trazer-me a cheiro da maresia e o vento a levantar-me as golas do sobretudo. Na Marginal os carros a passam numa azafama de acelarações e travagens como se a hora de ponta de um dia de semana tivesse sido trazida até hoje, dia feriado.

Fui ver o Mar mais uma vez, um cigarro meditado, um olhar perdido no horizonte, uma memória sobrecarregada, enfim, uma cena que se repete vezes sem conta neste filme onde eu sou o protagonista e o Mar é o cenário...

Lembrei-me de muitas coisas, de Natais passados, de prendas que dei e recebi, de pessoas que nunca mais vi, de pessoas que nunca mais quero ver, e de pessoas que nunca vi mas que gostava de conhecer...

Lembrei-me sobretudo que há pessoas no mundo que têm a propriedade fantastica de fazerem vir à superficie o melhor que há em mim.

Sinto falta de encontrar alguém assim outra vez.



Feliz Natal para todos.



F

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quarta-feira, dezembro 22, 2004

El Norte

Credo, como está frio hoje... ao subir a Serra do Marão o termometro do bólide marcava 7ºC... mas mal atingi o cume e passei para o outro lado da Serra em direcção a Vila Real... 3ºC... depois 2ºC... depois 1ºC... depois estabilizou entre os 3ºC e os 5ºC.

Assim que chegar a Santa Eugénia vou jantar junto à lareira, depois faço rápidamente a voltinha das boas festas e espero antes das 22H bazar de volta para Lx... Com a minha mãe!

Agora fuga!

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terça-feira, dezembro 21, 2004

Save the Whale

Em 1984 (tinha 14 anos, era um puto) comecei a ouvir musica com "ouvidos de ouvir". Nessa altura vivia-se em Portugal a febre do programa "countdown" que nos trazia semanalmente as ultimas novidades do mundo da musica AngloSaxonica... Nessa altura vivia-se a passagem da onda "new wave" (Kajagoogoo, New order, ABC, Human League, O.M.D., etc...) para a nova fase "neo-romantica" (Duran-Duran, Wham, Spandau Ballet, Eurithmics, Etc...).
Da amalgama de novos artistas, de penteados a preceito e roupas a condizer surgiu um gajo cuja musica fez parte de mim durante vários anos... Sem entrar em pormenores ou descrições exaustivas de como a musica dele me influenciou (e às minhas muito intensas paixões de adolescente), deixo aqui uma letra que se destacou por não ter sido mais que uma faixa de encher LP, sem nunca ter chegado a ser hit-single.

SAVE THE WHALE

In the turquoise inner space
the giants live with grace
at peace with peace
at peace with god and men

their spirits rise and fall
much greater than us all
they trust too much
to see their bitter end
never in a million years, they say
it could never come to this, no way
you should never trust man, my friends

so as i stare to sea
the salt winds call to me
and as they call
i hang my head in shame
any other world could call their bluff
but any other world would scream enough
the ocean cries louder to me

save the whale . . .
save the whale . . .

to never kiss and tell
their factory ship farewell
with every scream
a piece of conscience dies
lying in a crimson resting place
crying with a smile upon his face
the giant dies trusting in me

any other world would call their bluff
but any other world would scream enough
the ocean cries louder to me

save the whale . . .
and jesus christ almighty
save the whale . . .
for all our sakes
save the whale . . .

Nik Kershaw - The Riddle (1984)

Lisboa está acordada

É incrivel como o tempo e o espaço se fundem no curto periodo de um dia... duas realidades distintas e para variar, um elemento comum: Eu!

Cheguei a Lisboa à hora certa, meia-noite em ponto, se tivesse planeado não teria conseguido!

Lisboa esperou por mim acordada, de luz acesa, vestida de noite e cheia de Rio Tejo a desfilar para quem o quizer ver. Uma árvore de natal desproporcionalmente manhosa mas perfeitamente integrada junto à montruosidade que é o CCB (credo, como é feinho o CCB) estragou a minha passagem pela marginal... mas pouco me importei... Chegado mais a este lado espreitei pela janela e ele lá estava, escuro, imenso, grandioso... O Mar.

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Lisboa está preguiçosa

O Homem Invisivel veio outra vez passar o fim-de-semana a Tras-os-Montes... Que frio!

Andam todos à azeitona, de toldos estendidos nos olivais, de vara na mão e de tractor cheio... O café da aldeia tornou-se acolhedor bastantes vezes para me tirar do frio e da "pseudo" supervisão das obras da casa da minha Mãe.

Está a ficar gira a casa. (Photos amanhã)

Agora já estou de regresso, parei no já costumeiro NetCafé de Vila Real, as luzes de natal da Cidade também estão giras.

O IP4, esse, está girissimo com uns postezinhos mitrados novos e insignificantes colocados entre as vias a fazer lugar de separador central.

O ar está frio (4ºC) e a estrada que me leva de volta para Lisboa está preguiçosa e eu estou cheio de sono... por este andar só lá chego à meia-noite.

Tenho andado a ler um blog engraçadissimo, participei várias vezes com alguns comentários.... Mas acho que já parti a loiça, acho que o gajo está a fazer birra.

De resto aqui vou eu, vou tentar não ir a 200Km/h.

sexta-feira, dezembro 17, 2004

O Homem Invisível

O mundo ficou louco

E eu perdi o toque

Não devia admiti-lo

Mas perdi.

Tudo deslizou enquanto eu estava distraído

Mas eu não mudei

Eu juro que não mudei.

Como é que isto aconteceu?

Eu não me senti evaporar...



O meu corpo foi-se

Mas os olhos ficaram

A pairar

A testemunhar

Frio como um fantasma

A velar pelas ruas

Protegido nas ombreiras

De Veneza, Viena,

Budapeste, Cracóvia, e de Amesterdão



Eu transformei-me no Homem Invisível.



O batimento de coração invisível

O pulso invisível

A bater silenciosamente.



Grito o meu nome

Nos lugares públicos

Ninguém parece notar

Ninguém compreende

Eu mantenho-me imóvel

No meio da rua

Aguento os nervos...

Aguento os nervos...

Aguento os nervos...

Mas os carros não me evitam



Ouço as tuas orações

Que sussurras sozinha

Sou aquele que sentiste perto

Perto de ti em S. Estêvão

Acendeste uma vela

Uma Bênção no ar frio da noite



Sinto a tua respiração

Ao virares-te para sair

E observo-te a partir

De um lugar elevado

E cruzas o parque

Na luz do Outono

Na luz do Outono

Na luz do Outono



Se eu fechar os olhos

Consigo ver onde moras

Sobes as escadas de caracol

Para o teu apartamento

Sinto o cheiro de preparares

O jantar para ele

Fico horrorizado de o ver

A ser cruel para ti

Em silêncio tenebroso

Enquanto fazem amor

Eu não posso levantar

Não posso levantar a mão e fazê-lo parar

Levantar a mão e fazê-lo parar

Eu não existo

Que posso fazer?

O que posso eu fazer?



Gritarei ao teu ouvido

Quando fores a passar

Porei os meus braços à tua volta

Mas não me vais ouvir

Não me vais sentir

Vou caminhar ao teu lado

Vou tentar ajudar

Quando tropeçares

Vais passar através de mim



Eu tornei-me no Homem Invisível

É tudo o que sou

Invisível



Eu já li as tuas cartas

Conheço o teu conteúdo

Já sonhei os teus sonhos…

A minha mente

A minha mente está assombrada

A minha mente está assombrada

Voltarei a gritar

“Eu sou perfeitamente são”

“Eu sou perfeitamente são”

Mas eu sou

O Homem Invisível

Eu sou

O Homem Invisível



Fala comigo

Reconhece-me

Confia-te a mim

Confessa-te a mim

Ou então deixa-me estar

Deixa-me estar…

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quinta-feira, dezembro 16, 2004

...e o Mar aqui tão perto

Ontem sonhei que tinham roubado o mar... que coisa horrivel. Acordei sem me lembrar muito bem do meu papel no sonho e levei o dia normalmente.

Ao voltar para casa em vez da A5 voltei pela Marginal para constatar se o mar ainda lá estava (claro que ainda lá estava). Parei em Oeiras mas cada vez mais detesto aquela terra, depois parei em Carcavelos mas lembrei-me da forma estupida e cega como desperdicei o meu verão a "ver passar navios", por fim parei no miradouro da Praia da Poça em S. João do estoril (home sweet home)... Fumei um cigarro a olhar para "onde o mar e o céu se fundem no horizonte"... depois voltei para casa.

Espero não voltar a sonhar esta noite, detesto quando elementos da vida consciente vêm interferir com o meu sôno.

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Yamaha XV 535 S - Virago







Esta é a minha moto, é também a minha prova do meu sucesso a colocar as minhas fotos no meu blog e do meu exercer do meu dominio do meu uso dos meus termos possessivos meus.

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insiste, resiste, persiste

and tries and fails

and tries again

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Tip Top

Socorro!



Não sei pôr photos no meu blog... snif, snif...

Se também tivesse um irmão Hip em informática pedia-lhe uns atalhos :)

Vou continuar a tentar...





and tries and fails

and tries again



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This Strange Engine (excerto)

(...)

The blue pain

Fades to a point where it doesn't fade

It stayed

Blue

Stirred his red coat heart to this strange engine

This love



This love

This inconvenient, blind, blood-diamond

This puzzle

I don't understand

That knows no faith

And tries and fails

And tries again

Stares at the sea

The night's dark deep

For one last time

And bleeds

And bleeds

And dies for you

And lies

And is to blame

And is ashamed

And is not the same

And is true

And is true

(...)

Razurado

Será com "z"? Será com "s"?



Quando era puto e andava na escola primária sempre fui irrequieto, indisciplinado, calão, preguiçoso, etc... e mais montes de coisas que punham cabelos brancos na Dª Maria Angélica cedo demais.

"Mas ele tem um coração de ouro" dizia ela sempre em minha defesa.

Os meus cadernos reflectiam o meu comportamento... Sem capa, com folhas rasgadas, tudo riscado, desenhos, sarrabiscos, caligrafia ilegivel, exercicios inacabados, ditados com mais erros que palavras certas, nodoas de creme de chantilly... enfim, um perfeito caos.



Mais tarde no percurso do secundário o comportamento melhorou, mas a performance continuou mediocre e os cadernos continuaram a espelhar isso mesmo.

Quando chegou a hora de entrar para a faculdade a coisa já foi a doer... levou 3 anos mas lá consegui levantar a média do 12º ano de um miseravel 13/20 para um confortavel 16/20.



Depois dei asas ao meu espirito aventureiro e fui para a Universidade... Em Inglaterra pois então!? Psicologia Aplicada & Computadores... foi nessa altura que um professor me chamou apos um exercicio escrito e me perguntou se eu sabia que era dislexico...? (!!!)

Respondi que não, que não era, enfim que não sabia se era... A seu pedido fiz uns testes e, claro, os professores todos tão competentes que tive em quase 20 anos de escolaridade em portugal nunca se aperceberam que aquele puto preguiçsos e calão era afinal dislexico.

Dai para a frente nem tudo melhorou imediatamente... cheguei ao segundo ano do curso de psicologia e espalhei-me... mas como dizem os Marillion:

"(...)

and tries

and fails

and tries

again

(...)"

Mudei de curso, mudei de universidade, mudei de Cidade, e acrescentei um País!

European Business Program, uma joint venture entre a Portsmouth University (Business School) e a Ecóle Supérieure de Commerce (ESC) de Bordeaux.

Uma dupla licenciatura!

Só na Universidade brilhei como aluno. Acabei em 2001 e fiquei nos 10 primeiros sobre um total de 120 alunos.

Mas continuo irrequieto, indisciplinado e meio calão.

Continuo dislexico, e a desarrumação da minha secretária reflete isso mesmo.



Chegou a vez de fazer o meu blog transmitir essa mesma imagem de mim, por isso o post "chauVINIsmo" foi razurado e o post "X & Y descobrem o mundo" foi simplesmente apagado.



Descascado o eucalipto, chega-se assim ao palito.

F

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quarta-feira, dezembro 15, 2004

ChauVINIsmo

A Mulher é como o Vinho

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terça-feira, dezembro 14, 2004

Altruismo

Não poderia ter coroado melhor o meu dia... ajudei um amigo.

...e agora, ao voltar para casa, senti que a asma que tive o dia todo deixou de me incomodar, o frio tornou-se agradavel e tenho a certeza que vou adormecer satizfeito.

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quarta-feira, dezembro 08, 2004

A Ponte

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Sobre as margens do rio

está a ponte imponente

ergue-se o metal frio

que me leva sempre em frente



Passo a ponte montado

num pàssaro negro azarado

e antes de chegar ao fim

o céu ri-se de mim...



A ponte é um canalha

leva-me para onde calha

como um porta aberta

leva-me sempre à certa



Mesmo abaixo da ponte

o Tejo é a minha fonte

de sabedoria e inspiração

um amigo do coração



Deixo lisboa para trás

para onde vou tanto faz

e pela ponte onde passo

penso nos versos que faço



Sou um louco a montar

no meu cavalo de metal

na Marginal junto ao mar

ou sobre a ponte infernal



Pela ponte passei, voei

sobre um barco e o Pescador

e em frente continuei

numa tarde de calor...

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terça-feira, dezembro 07, 2004

Amnistia Internacional

Não sou activista, não sou hooligan, não sou associado, não sou partidário, não sou filiado e mal sou eleitor... Mas sou Humano!

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É a primeira vez que a Amnistia Internacional lhe pede que seja um mero espectador.



Vá ao cinema no dia 10 de Dezembro e ajude a Amnistia Internacional



Já passaram 56 anos desde que as Nações Unidas proclamaram a Declaração Universal dos Direitos Humanos, elaborada para dar resposta às atrocidades cometidas durante a II Guerra Mundial. A Declaração Universal nasceu da determinação comum em tentar evitar a repetição desses dias negros, mas tantos anos depois, ainda se praticam atrocidades em todas as regiões do mundo, ainda há pessoas a sofrer violações dos seus direitos por terem ideias diferentes, todos os dias pessoas são torturadas, condenadas à morte, e obrigadas a fugir dos seus países por correrem risco de vida.



Tantos anos depois ainda é preciso fazer mais.



Cada um de nós pode fazer a diferença. É por isso que propomos que, no dia 10 de Dezembro, com um pequeno gesto, como seja, ir ao cinema, os cidadãos mostrem o seu compromisso para que a Declaração Universal dos Direitos Humanos se torne uma realidade em tudo o mundo.



Desta forma estará também a ajudar a Amnistia Internacional, porque uma percentagem das receitas de bilheteira de todas as sessões reverterá para organização.



A lista de todas as salas que participam nesta acção está disponível na em

www.amnistia-internacional.pt



Esta acção só é possível graças à generosa colaboração dos exibidores:

Cinemas Millenium e Castelo Lopes Cinemas S.A.



No dia 10 de Dezembro vá ao cinema pelos Direitos Humanos!



Para mais informações contactar

Irene Rodrigues 213 861 652 / 213 861 664 / 918 821 636





Irene Rodrigues

Coordenadora de Comunicação e Imagem

Amnistia Internacional - Secção Portuguesa

Telf: 21 386 16 52

Fax: 21 386 17 82

e-mail: i.rodrigues@amnistia-internacional.pt

www.amnistia-internacional.pt



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segunda-feira, dezembro 06, 2004

Isenção de culpas

Quando parar? Quando parar para tomar algum recuo e avaliar as coisas de uma prespectiva mais ausente?

É na mestria do conhecimento desse ponto no tempo que está a verdadeira arte de minimizar danos pessoais. É o ponto em que nos apercebemos que lutar sem uma causa não leva a lado nenhum.

A natureza humana não pára de me fascinar, tanto pela positiva como pela negaptiva.

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XV 535 S - Virago

O frio não me cortou a pele desta vez… Talvez porque o Sol se vestiu de novo com a minha cor…

Passei o domingo na estrada, da Marginal para a Ponte, da Caparica para Sesimbra, de Benavente para Vila Franca, de Arruda para Mafra, da Ericeira para Sintra e de Cascais para Casa…

Devagar, sempre devagar… Não sei andar depressa!

Mas devia ter comprado uma mota com menos pinta, esta é muito bandeirosa…

Sim, já me chamaram “pintas” (há gente muito horrorosa no mundo), se é essa a imagem que transmito então talvez seja a mota adequada para mim… Mas não o sinto na pele, prefiro manter o meu perfil baixo e exibir o ar de matador com naturalidade… para artificial já chegam muitos dos que me rodeiam.



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sábado, dezembro 04, 2004

Para que a noite resista...

Resistem os tempos, resiste o frio na rua e resiste a noite, persiste, insiste e depois desiste... A minha vontade era agora de estar noutro lugar, noutra cidade.

De uma saida a noite resulta um copo a mais e de um olhar furtivo numa direccao com menos luz surge uma estranha a roubar-me a solidao (estava tao bem sozinho no meu canto do balcao) e a historia repete-se, a historia de mim... Foi como se nao tivessem passado quase 10 anos. Tudo por um olhar turvo na direccao errada.

Mas tal como a noite, resisti, sorri, falei e contei historias, deslumbrei (prefiro pensar que sim)... depois agradeci a conversa, levantei-me e voltei para o frio da rua... As margens do Danubio estao enfeitadas com luzes de natal e o nevoeiro acentua-lhes o misterio. Voltei a pe para o hotel, o frio e a noite apressaram-me o passo e a vontade de vir ouvir musica (que nao me ferisse os ouvidos) fez com que nem tirasse as maos dos bolsos para fumar aquele cigarro merecido.

Pensei em deprimir um bocadinho, em ter pena de mim ao sentar-me em frente a janela e olhar para o vazio negro da noite... "I have become, the Invisible Man"

Tenho sido forte, talvez forte demais, tenho aguentado provas dificeis, dissabores e desilusoes sucessivas... sinto-me cada vez mais a enfraquecer...

quinta-feira, dezembro 02, 2004

The Invisible Man (porque nunca é demais lembrar)

The world's gone mad

And I have lost touch

I shouldn't admit it

But I have.

It slipped away while I was distracted

I haven't changed

I swear I haven't changed

How did this happen?

I didn't feel myself

Evaporating...



My body has gone

But my eyes remain

Hovering. Witnessing.

Cold as a ghost ..watching the streets

Sheltering in doorways of

Venice, Vienna,

Budapest, Krakow, and Amsterdam



I have become the invisible man



The invisible heart beating against you

The invisible pulse silently thumping



I shout my name in the public places

No one seems to notice

No one understands

I stand perfectly still

In the middle of the road

I hold my nerve

I hold my nerve

Hold my nerve

But the cars don't swerve



I will hear your prayers

As you whisper alone

I am the one you felt was close

Close behind you in St.Stephen

You lit a candle

Blessings in the cold night air



I'll feel your breath as you turn to go

I'll watch you leave

From somewhere up high

As you cross the park

In the Autumn light

In the Autumn light

In the Autumn light



If I close my eyes

I can see where you live

Climb the winding stairs

Up to your apartment

The scent of you preparing

His evening meal

I must watch in dread

When he's cruel to you

In horrified silence

As you make love

I cannot lift a hand

Lift a hand to stop him

I don't exist What can I do?

What can I do?



I will scream in your ear

As you're passing by

I will wrap my arms around you

You won't hear, you won't feel me

I will walk stride for stride with you

I will try to help

When you stumble

You will stumble through me.



I have become the invisible man

It’s all I am

Invisible



I have read all your letters

I know what you contain

I have dreamt your dreams

My head..

My head is haunted

I will scream again

“I am perfectly sane”

“I am perfectly sane”

But I am

The invisible man

I am

The invisible man



Talk to me

Acknowledge me

Confide in me

Confess to me ... or

Leave me be

Leave me be.

Versatilidade em Budapeste, num teclado sem acentos

Cada vez mais me surpreendo com a minha pessoa...



Sou capaz de accoes do maior altruismo e nobreza possiveis, e sou capaz das maiores tropelias que se possam imaginar, sou capaz de fazer a mesma pergunta 10 vezes sem reter a resposta, e sou capaz de ter tiradas de mestre surpreendentes, sou capaz de aguentar as maiores endurances e pressoes e vacilo ao menor sinal de adversidade, sou polivalente e sou limitado, sou magnanimo e sou vingativo, sou um amor e sou despresivel, sou o melhor amigo que se pode ter e sou o mais terrivel dos inimigos, sou brilhante e sou calao, sou trabalhador e sou preguisoso...



No meio desta amalgama do que sou e nao sou aparece uma situacao que me deixa perplexo, porque nao sou rancoroso, logo nao tenho verdadeiramente inimigos... e numa altura onde me empenho para promover a negaptividade (sou facil e sou teimoso), emociono-me por saber que fiz alguem chorar... Porque a minha vontade todo este tempo nao era mais do que a fazer sorrir.



Nao tenho sido o Invisible Man

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