sexta-feira, outubro 29, 2004

Fernando Arménio das Neves (1972-1994)

Ò tu, perdido no espaço

Sem lugar para fugir

Sozinho no tempo, estás a ouvir?

Aceita o meu abraço



Esperança sofrida na noite

A cintilar em fundo negro

Raiva escondida no silêncio

Em brumas de ódio vivo



Ò tu de sorriso triste

Tu que chamas por mim

Ergue-te de punhos em riste

Não te deixes morrer assim



Alma cansada a vaguear

Em marés de orgulho morto

Corpo distorcido pela dor

Olhos vermelhos a chorar



Ò tu que és tão alto

É tão grande o teu saber

Juntos demos um salto

Eu não te quero perder



Infância arrancada da vida

perdida a luz sem respeito

pelas ruas arrastada a pedir

a tua fúria de viver



Ò tu que não queres morrer

Agarra esse fio de vida

Mas se amputado de ti vou viver

Eu não te esqueço, amizade querida

O meu primeiro Amigo

O Fernando foi o meu primeiro amigo. Conheci-o em 1975 a jogar à bola no jardim em frente de minha casa.

Depois disso, a maioria das minhas memórias de infância tem a presença dele.

Lembro-me particularmente do meu primeiro dia de aulas na escola primária, cruzei-me com o Fernando na rua e ele veio comigo para a escola, passou lá a manhã toda e só à hora do almoço é que a Dona Maria Angélica se apercebeu que tinha um menino a mais na sala.

Nos Verões eu e o Fernando íamos para a praia da azarujinha pescar peixe burro das poças deixadas nas rochas pela maré-baixa, ao sábado íamos à matiné ver filmes de desenhos animados, subíamos às arvores do jardim do Casino, fazíamos aventuras no pinhal da Quinta da Carreira, construímos um esconderijo no poço abandonado e fazíamos guerras de pedradas com o cascalho da linha do comboi. Foi com o Fernando que fiz a primeira travessia pelas rochas da praia da azarujinha para a praia do forte de Salazar, foi com ele que fugi de casa (um dia inteiro) e era com ele que todos os dias havia sempre uma desculpa para ir para a estação pedir o "pão por Deus" (o Fernando conseguia sempre mais escudos do que eu!).

Depois veio a adolescência, adoptamos o mesmo penteado à Duran-Duran, compramos motas, até partilhamos a mesma namorada durante uns tempos (se fosse hoje é que era!), fumamos juntos a primeira ganza, íamos juntos à boite e...

Não sei como aconteceu, o Fernando foi fazer o 12º ano para um liceu em Lisboa, afastou-se, arranjou uma namorada "agarrada" e agarrou-se ao cavalo mais depressa do que nós, os amigos dele, pudéssemos ter reparado a tempo de fazer qualquer coisa. Passados 6 meses estava a pedir na estação, mas já não era um puto a pedir o pão por Deus, era um adulto a ressacar do vício.

Depois os pais dele mandaram-no para a Suiça para fazer uma cura. Esteve lá um ano e voltou um homem novo, dinâmico, conversador, limpo e... seropositivo.

Não demorou 3 meses a cair no limbo outra vez, com mais estrago e com estrondo. Duma tuberculose valeu-lhe ser internado nos infecto-contagiosos do Hospital Egas Moniz, mas nem assim a sua rebeldia assentou. Um dia, já em fase terminal da doença o Fernando assinou a sua própria alta e fugiu do Hospital. No dia seguinte apareceu em S. João do Estoril, procurou-me e pediu-me que fosse a casa dele dizer aos pais dele que ele tinha voltado para casa. Subimos e da intransigência do pai dele surgiu uma discussão onde o Fernando só voltava para o hospital se o deixássemos dar mais um “chuto”, um último “chuto” como ele lhe chamou. Intercedi, disse-lhe que um chuto não, insisti e o melhor compromisso foi negociar um “fumo”, e se ele prometesse voltar para o Hospital depois eu até fumava com ele. A palavra dele foi suficiente para mim. Metemo-nos no carro, passamos no bairro do “fim do mundo” e eu comprei dois “pacotes” de cavalo a uma cigana. Fomos para a praia da torre em Oeiras e fumamos (eu que nunca tinha tocado em heroína fumei quase tudo para o poupar a ele), depois, cadavérico e moribundo mas sorridente, levei-o ao Hospital. Foi a última vez que o vi, morreu passadas duas semanas de agonia. Foi o meu primeiro amigo.

quinta-feira, outubro 28, 2004

lençóis de seda rara

Senti-me agradavelmente bem disposto naquele cenário inesperado, perguntava-me a mim próprio se aquela gente toda aos saltos se conhecia ou se estavam simplesmente na mesma festa sem se conhecerem bem.
O clima era bem disposto e a confiança crescia em mim, provavelmente multiplicada pelo tal Blast da cidra que me parecia começar agora a fazer efeito.
A música flutuava no ambiente, era o álbum dos “Deep Forest”, que tinha sido eleito melhor álbum de 93 e era uma das minhas cassetes do momento. Olhei de esguelha para a Hilary. Convencia-me cada vez mais que me sentia irresistivelmente atraído por ela.
A Emma, que entretanto se tinha juntado ao grupo fazendo uma rodinha, apanhou-me a olhar para a Hilary e riu-se para mim com ar de quem consente, eu pisquei-lhe o olho e continuei a embalar-me com música.
A Rhajeena tinha desaparecido para outro quarto e a Hilary, que estava perto, encostou-se a uma parede com uma garrafa de cidra na mão e olhava na nossa direcção com um sorriso enublado, como se conseguisse ver através de nós.
Naquele momento constatei que ela era mesmo muito bonita, tão bonita… tinha um sorriso meigo e uns olhos azuis semicerrados e penetrantes que pareciam iluminar a escuridão daquele canto. O corpo teria sido concerteza esculpido pelo Miguel Ângelo e o decote da blusa deixava adivinhar umas belas curvas, proporcionais ao seu 1,60m. Tinha os cabelos escuros, volumosos e atirados para o mesmo lado do ligeiro inclinar da cabeça expondo um pescoço delicado que terminava num rasgo de ombro onde a pele era clara, perfeita e parecia macia como lençóis de seda rara roubados na noite.
O tipo de rapariga que onde quer que passe por mim me faz virar a cabeça e segui-la com o olhar. Um verdadeiro borracho! Era a sensualidade materializada em pessoa.
Deixei-me enfim conquistar pelo ambiente e pela beleza da Hilary. Poderia permitir-me?
Possuído por uma tentação mais forte que o mundo virei-me e vi-a a fixar o olhar e o sorriso em mim. Fiquei assim durante alguns segundos. Depois aproximei-me dela e senti aquele perfume forte a atingir-me com a intensidade de um néctar de frutos exóticos. Aproximei-me ainda mais, estávamos quase encostados, embalados pela música. Os nossos olhares mantiveram-se fixos um no outro como que a desafiarem-se mutuamente. Um pestanejar de olhos foi o suficiente para descruzar o castanho do azul em direcções opostas e curvei ligeiramente a cabeça em direcção a ela, quase a tocar-lhe com a cara no ombro e no pescoço que se descobria ainda mais. Ela fez deslizar as costas dos dedos pelo meu braço até me tocar na mão e entrelaçou os dedos nos meus.
Toquei-lhe com os lábios na pele e senti-a a encostar-se a mim, lentamente, com a firmeza dos seios a pressionarem o meu peito e a cara a virar-se na minha direcção… Os nossos lábios aproximaram-se e tocaram-se sem se chegarem a beijar. Depois afastamos a cara um do outro durante uns eternos 2 ou 3 segundos, sentia os olhos dela a invadirem os meus.
Beijamo-nos.
A princípio devagarinho, como se cada toque dos lábios fosse uma carícia. Depois beijamo-nos com mais intensidade, com pequenos espasmos ligeiramente bruscos e molhados, mas sem nos abraçarmos, os beijos eram alternados com a respiração e breves momentos de olhos nos olhos a temperarem a dose certa de hiper-sensualidade.
Momentos assim, em que todos os factores estão em harmonia, são momentos raros e preciosos e devem ser bem apreciados, devem ser saboreados, e geralmente ficam gravados no fundo da memória. Quis que aquele momento durasse para sempre…
Passados uns minutos a Emma aproximou-se de nós com ar matreiro, como se os nossos beijos a surpreendessem, tapou a boca fazendo um ar de espanto exagerado desculpando-se de qualquer coisa que eu não percebi muito bem com o barulho da festa, depois virou-se e a Hilary traduziu que era para irmos com ela até ao quarto ao lado ver se víamos a Rhajeena. Fiz que sim com a cabeça e segui-as serpenteando pelo meio das outras pessoas, a música tinha ficado mais animada e as pessoas abanavam em todas as direcções.
Apetecia-me esfaquear a Emma por ter interrompido os nossos beijos para nada.
No quarto ao lado havia menos gente e andava-se sem se ter que dizer “Excuse me” a cada passo. Deixei-me ficar ali uns instantes...

segunda-feira, outubro 25, 2004

Porque discutem as pessoas?

Nas relações entre as pessoas é natural existirem divergências. Estas divergências derivam essencialmente das diferenças individuais de cada pessoa (ou seja as características próprias de cada pessoa) que, ao se confrontarem, sem que haja um mínimo de tolerância de parte a parte, podem provocar discussões cegas, discussões onde ninguém tem toda a razão… …mas onde todos têm alguma razão. Enfim, discussões onde ninguém tem mais razão que ninguém.



Uma leitura que pode ser feita das razões que levam a que certas pessoas sejam mais propensas a discutir é a da força dos seus caracteres. Mais ainda que a força das suas convicções.

Esta característica humana, vulgarmente chamada de “Teimosia”, tem a propriedade de alterar o comportamento das pessoas que dela sofrem, a ponto de lhes moldar inclusive a forma como exteriorizam as suas filosofias de vida, levando-as por vezes a assumir certos propósitos que, por teimosia, as fazem entrar num círculo vicioso de intransigência contra os outros, e mesmo para contra a sua própria natureza (sim, contra os seus instintos!).

Valores, ai ai, os valores...

São os valores que constituem a base do comportamento das pessoas e são geralmente perceptíveis nas suas personalidades. Se serão estáticos ou flexíveis, isso já depende do grau de teimosia de cada um.



No meu entender todos os valores são válidos na medida em que justificam a cada indivíduo o seu carácter e a sua conduta na vida (tal como são válidos todos os gostos ou preferências individuais, nem mais nem menos).



A partir do momento em que um valor individual seja imposto a outrem entra-se no campo da violação da individualidade alheia. Essa violação (passiva ou deliberada) pode ter várias formas: Imposição de vontades, chantagem emocional, condicionamento de acções, repressão de manifestações, opressão de ideias, e a pior de todas, Indiferença.

A forma mais simples e despreocupada que qualquer individuo tem para combater essa violação é o exercer do seu livre-arbitrium, ou seja: “Se não gosto disto, não como. Se não quero aquilo, não faço. Se não acredito nisso, não compro”.

A forma mais complicada é através do diálogo.

Mas o diálogo, tal como a raiz da palavra indica, implica dois a falar e dois a ouvir… O que devido aos diferentes níveis de teimosia, por vezes não acontece. Para além disso o diálogo tem sempre um preço. O preço da não-indiferença, do gostar, do querer, do se preocupar, do querer proteger, do ajudar e do concordar… enfim, do estar preparado para aceitar que se podia estar enganado (Tão difícil quanto o nível de teimosia de cada um).

O diálogo não pode ser fruto da indiferença e não é cultivado pela intransigência.

Falando então de incompatibilidades:

Na minha ideia o grau de incompatibilidade que possa haver entre duas pessoas é consequência directa e relativa dos graus de maior ou menor convicção das pessoas naquilo em que acreditam, e da intransigência daí resultante, que cada pessoa manifesta face às diferenças dos outros.

Então que diferenças são essas?

Por um lado são as diferenças imediatamente perceptíveis e objectivas (Raça, religião, nacionalidade, classe social, inclinação politica, clube de futebol, etc…) que explicam fenómenos como a Guerra, o Racismo, a segregação, o Capitalismo, o Estado de Direito, a Democracia, o partidarismo ou as eleições.

Por outro lado são as diferenças menos perceptíveis e subjectivas (Comportamentos, personalidade, inteligência, conduta, valores, etc…) que explicam fenómenos como Amizades, Divórcios, Ambiente Familiar, Camaradagem, Vizinhança, Associativismo social ou Eremitismo.



Na minha opinião e de um modo geral na minha vida, a incompatibilidade propriamente dita é uma situação rara… Isto prende-se tão-somente com o facto de eu tentar sempre combater situações impossíveis! É a minha natureza, o meu lado meio rebelde, meio guerreiro, é a minha pura capacidade de me moldar aos outros e de aceitar as suas diferenças (que geralmente até me atraem). É nada mais, nada menos, do que ser coerente com as minhas próprias afirmações.

Naturalmente que este aceitar de diferenças não é incondicional e embora eu nunca o tenha atingido sei que tem um limite, sendo o exemplo prático e pertinente o da dificuldade que tenho em digerir que alguém não consiga (ou mais grave ainda, nem tente) ser tão flexível e moldável como eu tento ser para esse alguém… Enfim, que não se renda à primeira incompatibilidade que aparece.

Esta dificuldade é tão maior quanto é a minha vontade de aceitar e respeitar acima de tudo o Livre-Arbitrium das outras pessoas. Mas não atingi o limite e continuo a tentar…

O que são compatibilidades?

• São talvez a expressão das diferenças naturais que por serem individuais não chocam.

• São talvez a substituição de incompatibilidades que atraem as pessoas umas às outras.

• São talvez o resultado da transigência, da tolerância e da aceitação das diferenças individuais.

• São talvez a recompensa do esforço que fazem duas pessoas que se relacionam.

• São talvez o primeiro passo para se atingir níveis de relacionamento muito mais altos.

• São talvez insignificantes, como são as incompatibilidades, se comparadas com a força da vontade.

• São talvez o exercer da determinação e da vontade própria.

• São talvez a prova que as incompatibilidades não são nunca totais.

• São talvez aspectos de maior ou de menor intensidade que embora positivos não devem ser determinantes para empurrar duas pessoas a relacionarem-se, tal como as incompatibilidades não devem ser determinantes para impedir que duas pessoas se tentem relacionar.

• São talvez mais secundárias do que se possa pensar.

• São talvez fruto de primeiras impressões e que tal como as incompatibilidades se vão dissipando com o passar do tempo de relacionamento.

• São talvez meros caprichos de quem julga conhecer a perfeição.

• São talvez o que duas pessoas mais têm em comum no conteúdo, mas que não são capazes de ver no formato.

• São nitidamente de níveis e de importância diferentes para cada pessoa e por essa razão talvez não lhes deva ser dada muita importância fundamental.

• …

...e se entrar a religião ao barulho:

• Eu não sou anti-religião Cristã, mas também não sou praticante.

• Eu não sou Ateu, mas também não sou idólatra.

• Eu não sou Agnóstico, embora mostre andar lá perto…

• Eu não me afirmo como sendo “superior” à Divindade, nem “inferior” à Divindade.

• Para todos os efeitos, e por convenção, a minha religião é o Cristianismo.

• Dado o ambiente sócio-cultural em que fui educado, a minha tendência dentro do Cristianismo, é o Catolicismo.

• Eu não questiono a religião só por questionar, mas sim para tentar compreende-la.

• Eu questiono-a também para tentar encontrar respostas (que consiga aceitar) e talvez que essas respostas me façam recuperar a fé que outrora tive, e que perdi...

• A minha percepção de Religião processa-se ao nível cognitivo e não ao nível emotivo, por isso não faz sentido dizer-se que eu estou à margem da religião por não ter o “coração aberto”, sobretudo dada a minha vontade de compreender precisamente a religião.

• O meu interesse em Teologia (Necessidade de conhecimento empírico da Divindade!) vai mais longe que o meu interesse em religião (Necessidade da prática religiosa).

• A espiritualidade transcendental ou a vida depois da morte não são prerrogativas minhas. Eu considero que no momento da morte se passa do estado de existir para o estado de não existir, tal como uma planta ou um animal… Contudo há uma questão que me faz alguma confusão que é a minha tomada de consciência de mim mesmo desaparecer no momento da morte. Eu gostava que fosse verdade, como a maioria das religiões professa, que há vida depois da vida. Eu até gostava que assim fosse, mas não é esse desejo que me fará acreditar cegamente que assim será. (Na Natureza nada se ganha, nada se perde, tudo se transforma).

• Eu não concordo com a instituição Igreja Romana (Vaticano) e principalmente com as regras que esta impõe aos seus fiéis. Não acho que era isso que Cristo tinha idealizado, não era esse o seu legado… A Igreja Romana foi numa 1ª fase o legado ao mundo do Império Romano, e numa 2ª fase, a sua propagação pelo mundo, foi o legado dos Cruzados / Descobridores / Missionários Portugueses (Embora isso esteja de acordo com as directivas de Cristo, ou seja, ensinar a palavra de Deus).

• A leitura que eu faço é que o legado de Cristo está dentro de cada um de nós.

• Assim, a religiosidade que está dentro de mim vai muito além (muitíssimo) de ir ou não ir à Missa, de seguir os 10 mandamentos ou não (por acaso sigo, porque concordo com eles em termos de corresponderem à minha expressão de civismo), de acreditar ou não na existência de um Deus todo-poderoso e colectivamente omnisciente (mas infelizmente ausente), enfim, a minha religiosidade vai mais longe do que temer o castigo de Deus pelos meus pecados ou para procurar ascender aos céus.

• Não me serve para nada o perdão de Deus se aqueles a quem ofendi não me perdoarem (independentemente de me sentir arrependido ou não), aliás, esta problemática do perdão Divino ser superior ao perdão dos Homens foi o que levou um certo Imperador Romano a adoptar e impor a religião Cristã no Império Romano, equipando-se assim de um Deus que perdoa absolutamente tudo (O Imperador mandou matar a própria Mãe) e dessa forma, pela mão do Homem e não de Deus, acabou transformando indelevelmente a geografia religiosa do mundo.

• Para mim o perdão mais importante é o meu perdão, a capacidade de conscientemente perdoar aos que me ofendem, e sobretudo de me perdoar a mim mesmo.

• Eu não estou consciente da minha Alma, mas estou plenamente e realisticamente consciente da minha Vida (faço dela o que bem entender) e consequentemente estou consciente da minha missão no seio da Humanidade, no seio deste planeta.

• O legado de Cristo, o seu ensinamento, eu vejo-o de forma simplificada, como uma modesta mão-cheia de noções básicas que me guiam na minha conduta e que assentam em torno da ideia de me sentir bem comigo próprio.

• O Evangelho para mim resume-se a isto: Praticar o Bem e combater o Mal, sem pedir nada em troca e sobretudo sem nenhum temor, qualquer que seja, a Deus.

• Quanto ao Evangelho segundo o Novo Testamento, agrada-me a interpretação que dele fazem os Monges Franciscanos.

• Se Cristo é ou não o filho de Deus é uma interpretação que no meu entender pode muito bem ficar ao critério de cada pessoa de pensamento livre, de pleno acordo com o seu nível de crença, de cepticismo, de conhecimento, de necessidade de explicação da sua própria existência, ou meramente de acordo com a tranquilidade e serenidade da sua consciência.

• O que no meu entender deve ser importante, e no que me diz respeito, é acreditar na filosofia de vida que Cristo procurou transmitir aos Homens: Praticar o bem para atingir a felicidade. - Eu acredito nisto!

• Contudo, se eu procuro praticar o bem, a maior parte dessa minha vontade deriva da educação moral e dos valores que o meu Pai me transmitiu (Às vezes penso que ele morreu sem ter tido oportunidade de completar essa tarefa) e que incidentalmente coincide com a ideologia de Cristo.

• O mais perto que eu tenho de prática religiosa é a minha reflexão, uma actividade a que me entrego frequentemente e que facilmente se pode confundir com o Rezar.

• As minhas convicções Religiosas não são estáticas nem inflexíveis, nem tão pouco determinantes, mas são Dinâmicas e evolutivas conforme me vou equipando de mais conhecimento Teológico.

• Finalmente, de um ponto de vista histórico, geográfico e cultural, as enormes coincidências entre Muçulmanos, Judeus e Cristãos (são muitas) fazem-me pensar que a divisão e separação dessas tendências religiosas poderão ser fruto de uma má concepção e de uma errada interpretação que o Homem fez na época de Cristo, e que esse erro, dada a natureza humana e o instinto animal, territorialista e integralista do ser Humano, faz com que o Homem tema e guerreie outros Homens só por serem diferentes de si mesmo.

• Assim, nos moldes estritos da Igreja Romana, eu não sou um homem religioso, mas respeito essa Religião tal como respeito TODAS as outras religiões!!! Quer isto dizer que de acordo com a Declaração Universal dos Direitos do Homem, eu respeito o direito à liberdade de escolha de Religião.

• Se me quiserem chamar então um nome, chamem-me Humanista, que a propósito, é perfeitamente compatível com tudo o resto que haja na terra, incluindo religiosidade!



Amén



segunda-feira, outubro 11, 2004

Bonito, Bonito...

...Sao as Cleopatras do Egipto!



Para quem julga que os Egipcios so tEm uns teclados altamente aeroglificos nos PCs e uns internet.cafes que so servem cha... Pa! os gajos dao.lhe na vinhassa como o caracas!!!

Cairo, a mais liberal das capitais muculmanas!