quinta-feira, setembro 30, 2004

Aconteça o que acontecer!

O que vai ser de ti quando o teu momento passar?

Quando o sorriso se esconder, nos cantos da boca já caídos, e as rugas não forem só marcas de expressão, o que vai ser de ti então? …e quando a beleza do teu corpo esmorecer, e deixares de ser para só parecer, o que vais tu fazer? O que vais ver em ti quando nada mais sobrar, nada para te orgulhar, e da beleza nem o ar? Quando o decote te cair, quem te irá aplaudir? Quem olhará para ti quando os teus olhos forem manchas sem cor, em pano velho lágrimas caídas de dor? …e quando os dias forem longos e pesarosos, como irás ultrapassar noites de fria solidão, sem ninguém para dar a mão? Quando a saudade for tão forte e te sufocar o coração, como vais levantar os olhos, arrastados pelo chão? …e quando a luz da manhã não se acender, o que vais poder fazer, sem o teu reflexo no espelho, só o vazio num caco velho? …e por quereres ser quem não és, a quem vais dar pontapés? …e quando te encontrares na solidão, longe do humor e boa disposição, das noites em claro e dos amantes de ocasião, como vais sorrir então?

Quem escolheu que fosse assim?
Quem te fez superficial?
Quem te faltou antes de mim?
Quem com sofrer te fez tão mal?

Mas não é tarde demais…

Tão bonita, de graça e cor
Mas alegremente condenada
A não ser forte e imune à dor
E a ter a visão enublada

Abandona os jogos e as ilusões, controla o orgulho e as presunções. Não precisas de vencer, os que só te querem bem, porque dessa vitória, não te sobra ninguém. Combate a tua insegurança e desenvolve a confiança. Deixa que olhem para ti, deixa que vejam o que eu vi. Não prives o mundo de ver, a pessoa bonita que podes ser.

segunda-feira, setembro 27, 2004

...e o telefone não pára de tocar.

O exército do Dia-a-Dia sofreu uma pesada derrota durante o fim de semana passado e a culpa foi toda do seu General. Apesar de ser um heroi veterano destas andanças, não deixa de ser um bonvivant que se entrega frequentemente a excessos, "tenho que conhecer os meus limites" costuma ele dizer... Mas a verdade é que se deixou cercar pelo seu arquinimigo, o Comandante Al-Cool, lider do exército da Noite-night.

Ao fim de 24 Horas de batalha, sem uma linha de comando presente, o contingente do Dia-a-Dia ficou desorientado por uma subita falta de aprovisionamentos energético e consequentemente a temperatura subiu. A secção de logistica não funcionou, o reabastecimento ficou atrasado e as tropas - exaustas e sem dormir - debandaram confusas em todas as direcções como amotinados a saltarem borda fora de um navio adornado. Apenas alguns Tenentes resistiram, a grande custo.

Pela manhã do 3º dia, o General encontrou-se meio abandonado no campo de batalha... a seu lado jaziam milhares de soldados inanimados. Ao despertar da que que viria a ficar conhecida pela Batalha-do-Vale-do-Lençol-Transpirado, o General imediatamente compreendeu que se não resolvesse a situação, alem de perder a batalha arriscava-se a tambem perder a guerra. A sua experiencia nestas andanças levou-o a pedir ajuda ao seu velho aliado, o Capitão Aspé, lider do exercito Gic1000.

O Capitão Aspé e os soldados Gic1000 rapidamente mergulharam nas aguas razas do rio Torneira-a-Pingar e, com muito esforço, surpreenderam o exercito da Noite-night distraido e forçaram o despertar do Exército do Dia-a-Dia para que este fizesse um contra-ataque matinal.

Agora, com a turbulencia a acalmar e a temperatura a descer, o General congratula-se por conseguir ganhar a guerra, mesmo que vá perdendo algumas batalhas pelo meio.

VERSÃO DESCODIFICADA

Fui a um casamento no Fim-de-semana, cometi Excessos, estou ressacado e acordei com febre, tomei um Aspegic e vim trabalhar.

...e o telefone não pára de tocar!

sexta-feira, setembro 17, 2004

Musculação

Disse eu um dia, num rasgo de inspiração, que “o orgulho é o músculo mais forte do corpo humano”.
Efectivamente, por muito que nem toda a gente tenha jogo de cintura suficiente para o admitir, ser-se orgulhoso é causa das maiores tropelias que fazemos nas nossas relações com os outros.
Somos orgulhosos e nem nos apercebemos que desta forma nos enganamos a nós próprios. Julgamos inclusive que ser orgulhoso é uma virtude e no limite temos orgulho em sermos orgulhosos, achamos que ser orgulhoso nos destaca e nos dá notoriedade em relação aos nossos pares… Mas enganamo-nos, fazemos mais mal a nós próprios do que a satisfação que nos resulta de sermos orgulhosos.
Por orgulho atropelamos a nossa própria integridade, violamos a nossa personalidade, corrompemos a nossa moral, desrespeitamos a nossa boa educação, agimos contra a nossa natureza, contrariamos a nossa vontade, matamos os nossos desejos… enfim, o músculo do orgulho é tão forte que nos esmaga os outros músculos todos.

Se eu pudesse abria um ginásio de musculação para esses outros músculos.

Depois punha lá uma máquina de pesos para muscular o brio e o zelo, arranjava um par de bicicletas para exercitar a perseverança e a auto-confiança, comprava 10 passadeiras de correr para desenvolver o espírito de sacrifício e o espírito de equipa, levantava umas barras paralelas para se treinar a agilidade mental, pendurava umas argolas para puxar a moral para cima e montava uma barra fixa para equilibrar a auto-estima, para decorar o local cobria as paredes de espelhos para ajudar a desenvolver a capacidade de auto-crítica, e disponibilizava cordas de saltar para fazer saltar a tolerância para outros nivéis. Por fim instalava uma sauna para transpirar o orgulho e um duche frio para lavar a consciência.

Se um dia abrirem um ginásio destes eu inscrevo-me e treino até à exaustão.

Porque fruto de ser sistematicamente vítima do orgulho dos outros tornei-me naquilo que mais detesto: orgulhoso.
…e hoje, o brio que tenho não vale muito e o zelo é motivado pelas opiniões alheias. A perseverança anda atrás da cobiça e da ambição, a auto-confiança deriva de experiências do passado e esmorece um bocadinho todos os dias e o meu espírito de sacrifício está completamente desajustado com as minhas necessidades. O espírito de equipa, esse, entrou em coma juntamente com o dos outros membros da equipa, e a minha aguçada agilidade mental está mais canalizada para a perversão e para a futilidade. A moral está tão desmoralizada que faz com que a minha auto-estima só sobreviva a empurrar os outros para baixo, e nem isso consegue fazer em condições. Resta-me a tolerância intacta, mas isso vem da falta de caracter crescente. Afinal, por muitas saunas que faça continuo frio e calculista, e por muitos duches que tome continuo a ser sonhador…
Orgulhoso de quê? De ter músculos nos sítios errados?
Tenho orgulho de ser íntegro e genuíno, mas isso de pouco me vale se não o souber aplicar aos outros.

O Pescador

Soprou o vento violento
Ergueram-se as vagas no mar
E a tempestade e o firmamento
Sobre a barcaça a naufragar

O homem perdeu as redes
E luta com as ondas do mar
Tão altas parecem paredes
Desabam no seu afogar

Todo o céu escureceu
Choram gaivotas a voar
Por um homem que morreu
Que partiu sem mais voltar

O mar perdeu a cor
Está uma mulher a chamar
Oh pescador, meu pescador
É a tua esposa a chorar

Gritam beatas nas praias
Choram na areia a velar
E arregaçam as suas saias
De joelhos a rezar

Cabelos envoltos em véus
Em murmúrios a soluçar
E juntas bradam aos céus
Pelo pescador a afogar

Um homem de meia-idade
Era o pescador desta aldeia
Foi morto pela tempestade
E jaz sem vida na areia

Deixa filho e viúva no lar
Na casa de pedra sem cal
E as Famílias vão enlutar
Na Aldeia do Areal

Começa o penoso cortejo
No fim do dia enublado
Ouço o padre e não o vejo
Num mar de gente atolado

Vem a frente o sacristão
Traz os olhos rasos de água
E uma criança pela mão
O filho daquela mágoa

O padre fala da morte
Mas ninguém o está a ouvir
Que a aldeia perdeu o norte
E a chuva começa a cair

Choram mulheres pelos cantos
A boca escondida na mão
Afogam-se em choros e prantos
E afundam os olhos no chão

Eu sou o coveiro da terra
Nunca me viram chorar
Desço do alto da serra
Para a morte anunciar

Lá vem o maldito coveiro
Desdizem ao ver-me chegar
Porque afundou o pesqueiro
E o pescador perdeu-se no Mar

Abro uma cova no chão
Para o pescador enterrar
Sete palmos de caixão
Sem um remo para ajudar

As mãos querem sangrar
Com a pá a terra apartada
Mas continuo a cavar
Sem forquilha nem enchada

Baixo o caixão da carreta
Dou início ao funeral
Lanço as cordas à valeta
Cubro a mortalha com cal

Bate a madeira no fundo
Vai agora a enterrar
Um homem que era do mundo
E perdeu a vida no mar

Os homens lançam areia
Com as mãos a ajudar
E lembram à hora da ceia
O compadre que eu vim enterrar

Que eu sou o coveiro e não choro
Não falo nem mostro o olhar
Não sabem sequer onde eu moro
Se é em terra ou se é no Mar

Que o povo comigo não fala
Coveiro que os vai enterrar
E até o mais forte se cala
Com medo que o venha buscar

E à noite no meu recanto
Se ouço o meu nome chamar
Cubro-me de negro manto
Corro no escuro a gritar

Cavo um buraco na areia
E abro o caixão ao luar
Que era o pescador lá da aldeia
Que estava por mim a chamar

Arrasto o cadáver pesado
Pela areia em pesado arrastar
E quando à praia chegado
Devolvo o pescador ao mar

FGA, Julho 1995

quinta-feira, setembro 16, 2004

...nas horas do caraças!

Ontem à noite fui ao cinema… Embora fosse dia de semana tinha jantado cedo e aceitei o desafio de uns amigos meus para ir ao velhinho Atlântida Cine em Carcavelos, fomos ver o filme “The Terminal”.

Pareceu-me boa ideia para tentar quebrar um bocado a tendência de ver filmes de acção.

O dia tinha começado como a maioria dos outros dias de semana: Acordei destapado, sozinho e com asma. Como também acordei atrasado tive que adoptar a versão abreviada da minha rotina matinal: Uns salpicos de duche, a barba está bem assim, a camisa do dia anterior serve perfeitamente e de qualquer forma se tomar pequeno-almoço todos os dias vou acabar por ficar com barriga.

A viagem para o trabalho durou meia-hora. Como sempre a A5 estava fluida e a CREL estava perigosa, para variar.

Durante a manhã revi a acta da reunião de Agosto do meu departamento. Almocei descontraído com um Engº da Produção e com o meu Administrador, e depois, durante a tarde, contactei clientes, compilei um mapa de processos e saí mais cedo porque tive aula de condução (estou a tirar a carta de mota).

Depois da aula fui ver o mar e o por do Sol à praia de S. João do Estoril, tomei um café na esplanada, fui entregar uns DVDs ao videoclub e fui guardar a mota na garagem. Depois mandei vir uma pizza que comi a ver o telejornal e preparava-me para passar o serão em frente ao PC, para completar mais um dia, 100% racional…

Foi ai que o telefone tocou, a sessão de cinema começava dai a 10 minutos…

Como não sou crítico de cinema e sou suspeito no que toca ao meu gosto cinéfilo, não vou falar do filme…

Mas agradou-me muito constatar que não são só aspectos do elemento e da natureza ou da paisagem que despertam a “interferência sensitiva”, constatei e pensei que se o mundo fosse povoado de pessoas como o Viktor Navorsky seria um local muito melhor. Constatei que não ia a 180 Km/h a auto-estrada mas descontraidamente a 90 Km/h. Constatei que estando assim tão afastado do meu elemento puramente racional só iria perder tempo se me fosse sentar em frente ao PC. Constatei que estando assim tão na maior dormir iria ser um desperdício de tempo útil de vida…

…e também constatei que a Zeta-Jones é boa nas horas do caraças!

terça-feira, setembro 14, 2004

Dois belissimos curtos!

Na semana passada, em várias dessas revistas pseudo-trendy dirigidas a leitores de classe-medíocre (com aspiração a classe burguesa), saíram vários artigos sobre a infidelidade…

Aparentemente está na moda “por os cornos”!

Pessoalmente não posso negar que já o fiz, várias vezes… Mas segundo esses artigos eu até sou um “homem moderno”, porque também já andei com cada parelha que até parecia um alce.

A minha posição em relação a infidelidade é tão pessoal (e evolutiva) que nem vou comentar.

Contudo enviaram-me uma anedota que ilustra muito bem o quanto a fidelidade do casal é hoje em dia uma coisa banalizada:



Um casal dormia profundamente numa cama

De repente, lá pelas três da manhã, a mulher acorda sobressaltada de um pesadelo e grita para o para o homem:

“- Aaaaaiiiiiii, Vem aí o marido!!!”

O tipo levanta-se todo atrapalhado, pega numas peças de roupa e meio estremunhado salta pela janela, aterrando em cima de cactos e arbustos no quintal.

Uns momentos depois volta ao quarto, cheio de arranhões, e diz furioso:

“-Tu estás parva, ou quê ??? Eu sou o teu marido!!!”



Achei particularmente graça por me lembrar de uma vez há muitos anos, em que também tive que saltar pela janela, depois pelo muro para o jardim da casa ao lado, de aterrar em cima de uma roseira e ser quase devorado por um lindo rafeiro…

Dessa vez o “enganado” não era o marido mas sim o Pai dela, um oficial da força aérea que já me tinha proibido de falar com a filha dele...

...já morreu, coitado.



Correio não solicitado

>Assunto: FW: FW: RE: Manifesto

>

>

>

>Em cada 100 euros que o patrão paga pela minha força de trabalho, o Estado, e muito bem, tira-me 20 euros para o IRS e 11 euros para a Segurança Social.

>

>O meu patrão, por cada 100 euros que paga pela minha força de trabalho, é obrigado a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75 euros para a Segurança Social. E por cada 100 euros de riqueza que eu produzo, o Estado, e muito bem, retira ao meu patrão outros 33 euros.

>

>Cada vez que eu, no supermercado, gasto os 100 euros que o meu patrão pagou, o Estado, e muito bem, fica com 19 euros para si.

>

Em resumo:

>

>- Quando ganho 100 euros, o Estado fica quase com 55.

>- Quando gasto 100 euros, o Estado, no mínimo, cobra 19.

>- Quando lucro 100 euros, o Estado enriquece 33.

>- Quando compro um carro, uma casa, herdo um quadro, registo os meus negócios ou peço uma certidão, o Estado, e muito bem, fica com quase metade das verbas envolvidas no caso.

>

>Eu pago e acho muito bem, portanto exijo: um sistema de ensino que garanta cultura, civismo e futuro emprego para o meu filho. Serviços de saúde exemplares. Um hospital bem equipado a menos de 20 km da minha casa. Estradas largas, sem buracos e bem sinalizadas em todo o País. Auto-estradas sem portagens. Pontes que não caiam. Tribunais com capacidade para decidir processos em menos de um ano. Uma máquina fiscal que cobre igualitariamente os impostos.

>

Eu pago, e por isso quero ter, quando lá chegar, a reforma garantida e jardins públicos e espaços verdes bem tratados e seguros. Polícia eficiente e equipada.

>

>Os monumentos do meu País bem conservados e abertos ao público, uma orquestra sinfónica. Filmes criados em Portugal. E, no mínimo, que não haja um único caso de fome e miséria nesta terra.

>

>Na pior das hipóteses, cada 300 euros em circulação em Portugal garantem ao Estado 100 euros de receita. Portanto Sr. Primeiro Ministro, governe-se com o dinheirinho que lhe dou porque eu quero e tenho direito a tudo isto.

>

>Um português contribuinte.

>

>

Fresca ou Natural?

A escolha do melhor caminho a seguir é sempre um factor determinante nas encruzilhadas que nos aparecem na vida.
São bifurcações que podem ser básicas ou mais complexas, e que mesmo que a nossa escolha seja feita em função do nosso gosto ou preferência, acabam por ser sempre determinantes do que nos espera, do resultado da nossa escolha:
Votar à Esquerda ou à Direita?
Beber Branco ou Tinto?
Ficar por cima ou por baixo?
Etc…
Geralmente a nossa escolha é a melhor, a que nos convém mais ou que serve melhor os nossos objectivos, os nossos gostos. Contudo, ao decidirmos seguir por um dos caminhos, acabamos por abandonar por completo a possibilidade de termos seguido um caminho diferente.
Esta irreversabilidade de uma escolha torna-se mais importante consoante for determinante para a nossa vida a escolha que fazemos.
Então e se a nossa escolha não tiver sido a melhor? Se o plano A não funcionar e já não podermos escolher o plano B, o que fazer?
Há quem desista, e assim só tenha perdido tempo…
Há quem resista e perca ainda mais tempo…
Há quem insista e faça perder tempo aos outros…
Há ainda quem simplesmente se conforma com a escolha que fez e viva o resto da vida a arrepender-se de não ter escolhido a outra opção e “a morrer um bocadinho todos os dias”
A verdade é que numa bifurcação não há só duas opções, há sempre três opções. Há o plano C, o caminho inverso, dar meia dúzia de passos para trás, reagrupar as tropas, recuperar as forças, repensar a estratégia, alargar o leque de opções…
Assim, quando se chega a uma bifurcação e se fica na dúvida, na incerteza de qual o caminho a tomar… há sempre a opção de não fazer nada, de não escolher… e de parar e ver o que acontece, abrir a braguilha e ver o que morde.
…e só depois então avançar.

segunda-feira, setembro 13, 2004

...para que o sentimento perdure.

Recentemente, num jantar de aniversário daqueles onde vários desconhecidos se sentam em redor de um conhecido comum, alguém ao meu lado comentou que os homens quando estão apaixonados "só fazem figuras tristres".
Aquilo pareceu-me um total absurdo, sobretudo vindo de uma mulher, mas como foi dito com alguma convicção não argumentei, limitei-me a fazer um aceno de cabeça à espera que a seguir viesse uma explicação que legitimasse uma afirmação daquelas, alguns exemplos, o caso de alguém conhecido... Mas não, a conversa evoluiu noutro sentido.
Mais tarde dei comigo a pensar sobre isso e invariavelmente a fazer uma retrospectiva introspectiva...
Inicialmente tive alguma dificuldade em me lembrar de vezes em que tivesse estado apaixonado... Lembrei-me de 1001 situações em que houve mulheres se cruzaram comigo na vida e que me inspiraram tamanho desejo sexual por elas que até fiquei... alterado! Mas daí a estar apaixonado...?!
Se pouco me lembro disso, se já não o sinto, e até o digo no tempo passado do verbo; Então é porque algo correu mal, e isso fez com que o sentimento (fosse lá qual fosse) tenha deixado de existir...
...e sendo assim, possivelmente nunca chegou de facto a existir, não nesses termos, terá sido uma ilusão, um desejo que assim fosse, mas sem chegar a ter sido. Porque se assim tivesse sido então teria corrido bem.
Continuei a pensar e conclui que é mais preocupante o facto de que algo de errado tenha acontecido dessas vezes (fazendo com que o "sentimento" desaparecesse) do que definir que sentimento propriamente dito era esse.
Quanto ao um homem apaixonado "só fazer figuras tristes", isso não pode ser regra, não tem nexo nenhum, pelo contrário, um homem apaixonado é um homem feliz que faz coisas excepcionais, que se supera a sí próprio, que anda motivado, que se torna invencivel, que brilha!
Pensando bem eu gosto quando estou apaixonado, tenho plena consciência que isso me torna numa pessoa melhor!
Assim, caso o comentário que eu ouvi nesse jantar não tenha sido uma indirecta para mim (mas isso já é outra conversa), das duas uma: Ou quem fez esse comentário dá mais importancia aos formatos do que aos conteudos, ou nunca ninguém esteve verdadeiramente apaixonado por ela!

De qualquer forma fiz uma nota mental para me lembrar de evitar que algo corra mal da proxima vez que me sentir apaixonado...

domingo, setembro 12, 2004

Quanto é que se pode dizer em 160 caractéres?

Desculpa, N consegui resistir ao charme de te enviar 1 SMS, mas N me importa pq apesar de tudo eu sei q tu tb ias gostar de ver estas estrelas... Fica bem. 831F

sábado, setembro 11, 2004

Castelo Branco ficou para trás

A situação estava a tornar-se insuportável…
Ao fim de 5 anos de “casamento” e de 6 meses escondidos no santuário da separação, mais 2 anos sem férias e um atropelo recentemente feito à pequena chama que ainda me permitia acreditar que existem “pessoas bonitas por quem vale a pena lutar”, ao fim do tunél… a luz que se via afinal era um comboio de carga a vir no sentido oposto!
Desviei-me a tempo, mesmo à pele... mas com estrondo e com estrago!
…e no momento em que acordo para a vida e para a realidade, reajo, compro uma mota de alta cilindrada, meto 3 semanas de férias e sem mapa ou sem carta de condução faço-me à estrada da aventura…
Soube bem, revigorou-me, fez de mim “flor que se cheire” outra vez… Vi lugares que não conhecia, falei com gente que nunca vou voltar a ver, meti-me em aventuras que não posso contar a ninguém, ponderei sobre a minha vida (o rumo que estava a levar) como só um amigo nos consegue fazer ponderar… Conheci pessoas que me deixaram vontade de voltar a meter-me noutra aventura… talvez acompanhado para não sentir a ocasional vontade de me partilhar com alguém… Mas a carne é fraca, o álcool é um falso amigo e no melhor pano cai a nódoa, etc…
Duma cerveja perdida surge uma noite atrevida e dum beijo roubado surge uma manhã… diferente das outras!
Um adeus e um número de telefone trocado e mais quilómetros de asfalto onde cada nova paisagem alterna com filmes de memórias pornográficas onde eu sou co-protagonista…
A beleza disto tudo é a ausência de compromisso, o partilhar a noite a dois, no presente, dar e receber, acumular uma experiência única, uma boa memória, …e depois avançar!
Nada mais, nada mais, nada mais… Pensei que tinha ficado claro.

Passado, Presente e Futuro.

Há uma banda Escocesa de Rock Progressivo que tem uma música onde o refrão diz o seguinte:
“The past is a terrible place to live”
Ora então o passado é um lugar terrível para se viver, muito bem.
Será realmente possível viver no passado?
No fim do filme “O cabo do medo”, a narradora deixa um aviso dizendo que “se vivermos no passado morremos um bocadinho todos os dias”.
Será que as noções de saudade e nostalgia, sentidas por momentos que ficaram para trás, podem condicionar tanto a nossa maneira de viver a vida no presente, a ponto de se poder dizer (ou sentir) que estamos a viver no passado?
Que mal há em “viver” no passado quando isso não é mais do que uma forma de procurar que o futuro supere esse passado, aparentemente tão saudoso?
Viver no passado por si só é inútil, certo, embora seja também certo que o ideal é viver no presente, “um dia de cada vez”…
O ideal será então no presente ter consciência do passado como forma de levantar a fasquia relativamente ao futuro…
…e isso pode muito bem ser feito “um dia de cada vez”, porque se bem que o passado tenha feito de nós o que somos hoje, a verdade é que o presente faz de nós o que seremos amanhã.

sexta-feira, setembro 10, 2004

O Céu, as Estrelas, o Sol, a Chuva, a Lua, o Mar e o Rio...

O mundo que nos rodeia tem necessáriamente uma influência (leia-se interferência) sobre nós... muita dessa influência deriva do elemento, dos astros, da cor do céu, da trovoada ou da paisagem.

Em ligação com as alterações de espirito, pontuais, a que nos vemos submetidos em momentos em que estamos expostos a esses fenomenos da natureza, a nossa sensibilidade inexplicavelmente interfere com o nosso estado de espirito. A essas "interferências sensitivas", sempre que o resultado é uma alteração negativa, atribuimos a causa a uma alteração externa (External Causality se ainda me lembro das teóricas de Behavioural Psychology) como forma de explicação/compreensão dessas alterações...

"-É do tempo..." Dizêmos.

Contudo, quando a alteração se afigura positiva... a nossa tendência natural é de recolhermos o mérito pela mudança e atribuimos a causa a uma alteração interna (Internal Causality).

Isto dito, a "interferência sensitiva" vai mais longe do que ser fruto de meras atribuições de causalidades pelas alterações de estado de espirito. A "interferência sensitiva" é como um mecanismo de defesa interno, que é accionado por pequenos "detonadores" com que a natureza nos presenteia, e que nos altera o estado de espirito para um modo adequado à situação. Mas sempre em nosso favor.

Assim, se hoje me sinto bem não é porque o Sol brilha no céu, mas sim porque a minha sensibilidade me permite apreciar o Sol (ou as estrelas), o que ao acontecer provoca em mim uma sensação de contentamento.

...e não vou ter mêdo de comunicar a ninguém esse contentamento!

Pronto, já está...

Lá arranjei mais uma cena para me distrair do trabalho, para me desconcentrar, como se já tivesse pouco que fazer...

Até agora já tinha os emails, a secretária psicopata, a minha gata, a minha mota, a Catarina, o Messenger, o ICQ, os SMSs, o telefone... Agora também tenho um blog!

quinta-feira, setembro 09, 2004

...ao virar da esquina.

Só por descargo de consciência...
Desejo do fundo do coração que voltes a encontrar muitos amigos como eu durante a vida, espero que sempre que a vida te faça tropeçar, que encontres um Francisco ao virar da esquina, para te aparar a queda, ou para te dar uma palavra de conforto, encorajar-te, para te dizer que mesmo assim gosta de ti, para te massajar os ombros sem ser só a pensar em invadir-se dentro ti, ou simplesmente para que possas deixar escorrer as tuas raivas coléricas e as tuas frustrações sobre ele, se isso te fizer sentir melhor, porque se for amigo, pode ser que ele aguente, enfim, que esteja disponível para te apoiar com amizade, e então desejo também que tu finalmente aprendas a perceber que esse que venha não seja só mais um que tu deixas aproveitar-se da tua fraqueza, só porque vem vestido de amigo mas que na verdade não o é... Boa Sorte!

The Invisible Man

The world's gone mad
And I have lost touch
I shouldn't admit it
But I have.
It slipped away while I was distracted
I haven't changed
I swear I haven't changed
How did this happen?
I didn't feel myself
Evaporating...

My body has gone
But my eyes remain
Hovering. Witnessing.
Cold as a ghost ..watching the streets
Sheltering in doorways of
Venice, Vienna,
Budapest, Krakow, and Amsterdam

I have become the invisible man

The invisible heart beating against you
The invisible pulse silently thumping

I shout my name in the public places
No one seems to notice
No one understands
I stand perfectly still
In the middle of the road
I hold my nerve
I hold my nerve
Hold my nerve
But the cars don't swerve

I will hear your prayers
As you whisper alone
I am the one you felt was close
Close behind you in St.Stephen
You lit a candle
Blessings in the cold night air

I'll feel your breath as you turn to go
I'll watch you leave
From somewhere up high
As you cross the park
In the Autumn light
In the Autumn light
In the Autumn light

If I close my eyes
I can see where you live
Climb the winding stairs
Up to your apartment
The scent of you preparing
His evening meal
I must watch in dread
When he's cruel to you
In horrified silence
As you make love
I cannot lift a hand
Lift a hand to stop him
I don't exist What can I do?
What can I do?

I will scream in your ear
As you're passing by
I will wrap my arms around you
You won't hear, you won't feel me
I will walk stride for stride with you
I will try to help
When you stumble
You will stumble through me.

I have become the invisible man
It’s all I am
Invisible

I have read all your letters
I know what you contain
I have dreamt your dreams
My head..
My head is haunted
I will scream again
“I am perfectly sane”
“I am perfectly sane”
But I am
The invisible man
I am
The invisible man

Talk to me
Acknowledge me
Confide in me
Confess to me ... or
Leave me be
Leave me be.

O teclado é mais forte que o telefone

Foi a primeira coisa que me veio à cabeça...
...e numa altura em que me vejo constrangido para poder usar o telefone (e sem paciência para usar a pena, nem motivo para brandir a espada), vou usar a força do teclado e inventar uma adaptação do celebre ditado do "Joker".